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Quadrilha investigada pela PF violou sigilo de ex-diretor do Dnit
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FLÁVIO FERREIRA
TONI SCIARRETA
JÚLIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
O ex-diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Luiz Antonio Pagot foi alvo de uma quebra ilegal de sigilo de informações cometida pela quadrilha investigada na Operação Durkheim, da Polícia Federal.
A PF desmontou duas quadrilhas que vendiam dados sigilosos e faziam remessas ilegais ao exterior em cinco Estados e no Distrito Federal.
Pagot, afastado do Dnit em meados do ano passado em meio a denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes, teve o sigilo de informações quebrado em 5 de julho de 2012, segundo a PF.
A violação ocorreu no mesmo dia em que Pagot foi convocado a prestar depoimento à CPI do Cachoeira.
Um dos membros da quadrilha acessou dados de Pagot no sistema Infoseg, que reúne informações de órgãos públicos de segurança e fiscalização. Só funcionários desses órgãos, com uso de senhas, podem acessar o sistema.
Alan Marques - 13.jul.11/Folhapress | ||
O ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) Luiz Antônio Pagot |
Segundo a PF, a violação foi feita pelo araponga de Goiânia Manuel Xufre. Em e-mail a outro suposto integrante da quadrilha, ele adverte sobre os dados de Pagot: "Toma atenção com isso".
No final de agosto, Pagot afirmou à CPI que foram antiéticas as intermediações que realizou para obter doações para a campanha da presidente Dilma Rousseff .
De acordo com a PF a quadrilha também obteve dados sigilosos do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do líder do governo no Senado Eduardo Braga (PMDB-AM), do ex-ministro da Previdência Carlos Gabas e de dois desembargadores.
O vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol Marco Polo Del Nero também foi alvo da investigação.
RAINHA DO DIVÓRCIO
A operação também apontou que há indícios de que o escritório especializado em direito de família da advogada Priscila Corrêa da Fonseca, conhecida como a "rainha do divórcio", usou dados sigilosos obtidos por investigados pela PF em causas de clientes.
O juiz da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo Márcio Ferro Catapani apontou que Priscila "se vale dos serviços das 'detetives' Eliane Francisca Pereira e Sueli Ramos de Lira para obter dados sigilosos de pessoas físicas e jurídicas, inclusive, de pessoas que figuram em processos judiciais nos quais atua".
O juiz autorizou medidas de busca e apreensão no escritório e na casa dela.
Em nota, o escritório afirma que "jamais trabalhou com o objetivo de obter informações sigilosas".
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