Cabral é condenado novamente e recebe mais 13 anos de pena

Com isso, a soma de penas do ex-governador já ultrapassa cem anos de prisão

Felipe Bächtold
Rio de Janeiro
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi condenado nesta sexta-feira (2) pela quinta vez pela Justiça Federal em uma ação penal. O juiz Marcelo Bretas o considerou culpado do crime de lavagem de dinheiro envolvendo a compra de joias da joalheria H. Stern e o condenou a mais 13 anos e quatro meses de prisão.
Também foram condenados a mulher dele, Adriana Ancelmo, e os operadores Carlos Miranda, hoje delator, e Luiz Carlos Bezerra.
 
Com isso, a soma de penas de Cabral já ultrapassa cem anos de prisão. Em uma das ações, ele foi condenado pelo juiz federal Sergio Moro, do Paraná. 
 

A sentença desta sexta afirma que o ex-governador lavou R$ 4,5 milhões comprando joias, como brincos e anéis de ouro, na H. Stern de 2009 a 2014. 

A decisão do juiz Bretas afirma que Carlos Miranda e Luiz Carlos Bezerra atuavam como intermediários e faziam os pagamentos —parte em dinheiro vivo— para ocultar a participação de Cabral. O dinheiro é proveniente de crimes de corrupção antecedentes, segundo a acusação.

O processo contou com a colaboração de dois representantes e dois diretores da H. Stern. Eles contaram que Cabral e Adriana Ancelmo cobravam "discrição" na compra de joias e que os certificados e notas fiscais, obrigatórios nesse tipo de comércio, não foram emitidos. O objetivo seria ocultar a "origem criminosa" dos recursos.

"As vendas foram realizadas, em geral, fora do ambiente das lojas, por vezes na residência do casal e até mesmo no Palácio Guanabara", diz a sentença de Bretas.

A pena de Ancelmo foi fixada em dez anos e oito meses de prisão.

Cabral está detido desde novembro de 2016. Desde janeiro, permanece no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. 

OUTRO LADO

A defesa de Sérgio Cabral diz que a decisão é "só mais um capítulo da sentença que já foi proferida no processo originário, da Operação Calicute.

Também afirma que a ideia de que alguém possa lavar dinheiro com joias é "insustentável".

"Na sentença anterior (Eficiência II), o próprio juiz reconheceu que tem Sérgio Cabral como culpado de todos os fatos que lhe são imputados nos processos em curso na 7ª Vara Federal do RJ. A defesa irá recorrer da condenação e impetrará um habeas corpus para que o referido juiz seja impedido de sentenciar nos feitos que envolvem o nome do ex-governador."

 
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