O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB), saiu em defesa do prefeito João Doria (PSDB) depois das críticas do vice-governador Márcio França (PSB), seu provável adversário na eleição estadual.

"O povo de São Paulo gostaria de saber do vice-governador, que tanto fala em palavra, o que ele tem a dizer sobre as palavras do seu partido em defesa do presidente Lula, contra a sua prisão e a favor da sua candidatura, apesar da condenação da Justiça", disse Macris em uma rede social nesta terça-feira (20).

"Márcio França diz que é aliado do governador [Geraldo Alckmin (PSDB)] e empenhou sua palavra em garantir o apoio do seu partido à candidatura à Presidência, o que não se concretizou", disse o presidente da Assembleia.

A ala nordestina do PSB de França é simpática a Lula, enquanto, em São Paulo, a legenda é aliada ao PSDB. Para fortalecer sua candidatura ao governo paulista, o vice tem conversado com partidos à esquerda como PDT e PC do B, o que motivou críticas de Doria.

"Eu também respeito o vice-governador Márcio França, mas estamos em campos opostos", disse Doria na segunda (19), que criticou a defesa que o PSB faz do ex-presidente Lula "ou os outros criminosos do PT".

Márcio França rebateu: "É uma visão atrasada, meio do passado. Isso é meio infantil".

Em entrevista à Folha, publicada nesta terça-feira, o vice-governador disse que Doria enganou a população ao garantir que ficaria os quatro anos de mandato na prefeitura, mas deverá renunciar depois de 15 meses para disputar o governo.

"O problema do Doria é a falta de palavra, e essa é uma coisa grave na política. A palavra é o nosso único instrumento de conversa", disse o vice-governador. 

"A mim passa a sensação: será que ele está falando a verdade ou ele vai faltar com a palavra de novo?"Para Macris, "ataques não ajudam a melhorar a qualidade de vida da população". 

"Não se pode fazer campanha política antecipada em eventos de governo, é contra a lei", disse o presidente da Assembleia.