Acampamento pró-Lula aguarda reforço de mais 40 ônibus com militantes 

Desejo dos coordenadores é seguir no entorno da sede da PF em Curitiba até que o Lula seja solto

Acampamento apelidado de "Lula Livre", no entorno da sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba
Acampamento apelidado de "Lula Livre", no entorno da sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba - Katna Baran/Folhapress
 
Katna Baran
Curitiba

Durante toda a manhã, o movimento no entorno da sede da Superintendência da Polícia Federal foi tranquilo. Até as 12h, cerca de dez ônibus com manifestantes pró-Lula se juntaram aos que já acamparam no local durante a noite. A expectativa é de que ao menos 40 ônibus com manifestantes venham a Curitiba integrar o movimento. Às 19h48, a reportagem contou nove ônibus estacionados nas ruas ao redor da PF.

No acampamento, apelidado de "Lula Livre", as tarefas de cozinha, limpeza e segurança, por exemplo, são divididas entre os manifestantes, definidos por assembleia. Por volta das 10h, em reunião, os coordenadores do movimento declararam que devem manter o acampamento de forma permanente até que o ex-presidente seja solto.

"Se o Lula ficar 11 anos aqui (na PF), eu virei todos os dias. Ele é meu ídolo. Abaixo do céu, ele é meu Deus, e é inocente", declarou a aposentada Angela Maria Pereira de Oliveira, de Curitiba, que chegou por volta das 8h ao acampamento.

As professoras Marcia Lima e Vanda Santana integram o movimento desde a manhã de ontem. "O presidente Lula é o melhor que já tivemos, governa para os trabalhadores e necessitados", declarou Marcia.

Elas fazem parte de uma das coordenações do acampamento, arrecadando mantimentos. "Cada um foi se organizando com barracas e colchões. Quem ficar aqui vai ter uma experiência única, é um acampamento político e pedagógico", conta Vanda.

MORADORES APREENSIVOS

Do outro lado, os vizinhos do acampamento estão apreensivos. Cerca de quatro quadras no entorno da PF já estão tomadas por manifestantes, carregando materiais dos diversos tipos, como suprimentos e colchões.

"Temos receio porque não é uma situação normal, não sabemos o que o pessoal é capaz de fazer, bagunça, invasão", disse o motorista Sérgio Moises Alves de Souza.

"Eles bloquearam acesso à rua, sendo que deveria caber à PF fazer isso. Já falamos com a polícia e só falaram que iam tentar conseguir mais uma viatura", conta o aposentado Ataide da Silveira Júnior.
Os coordenadores do movimento, no entanto, prometem convivência pacífica com os vizinhos, respeitando os horários de silêncio e o acesso aos moradores. 

"Só vamos usar o som e fazer falas em caso de necessidade, para organizar", declarou Regina Cruz, da CUT.

Porém, depois de divididas as tarefas do grupo, seguranças dos manifestantes passaram a abordar inclusive jornalistas que trabalham no local, pedindo identificação para que eles possam circular no acampamento.

AUTORIDADES

Perto das 12h, políticos do PT visitaram o acampamento. "Estamos preparados para fazer uma vigília pacífica até a libertação do Lula", declarou o ex-deputado federal Angelo Vanhoni.

"Continuamos recebendo caravanas e voluntários de diversos estados num grande movimento pela liberdade do Lula", disse o deputado estadual pelo Paraná, Professor Lemos.
 

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