Regra de visitação na PF já foi flexibilizada para Cunha e Duque

Lula deve receber as primeiras visitas da família nesta quinta-feira (12)

Curitiba

A regra para o recebimento de visitas na carceragem da Polícia Federal já foi flexibilizada anteriormente para beneficiar outros presos da Lava Jato, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque.

Na terça-feira (10) um grupo de governadores e senadores viajou até Curitiba para visitar o ex-presidente Lula, preso isolado em uma cela do quarto andar da Superintendência da Polícia Federal desde sábado (7). Como não está na carceragem, Lula não tem contato com outros presos, apenas com seu advogado.

A juíza Carolina Lebbos, responsável por observar o cumprimento da pena do petista, não autorizou a entrada dos políticos, dizendo não haver "fundamento para a flexibilização do regime geral de visitas próprio da carceragem da Polícia Federal". A regra é permitir a entrada de no máximo dois amigos ou parentes às quartas-feiras, dia oficial da visita.

Lula deve receber as primeiras visitas da família nesta quinta-feira (12), para que eles não cruzem com parentes de seus delatores, Léo Pinheiro, Antônio Palocci e Renato Duque.

A norma de visitas já foi driblada em outubro de 2016. Eduardo Cunha foi preso no dia 19, uma quarta-feira. Dois dias depois pôde receber sua mulher, Cláudia Cruz. A permissão da visita foi mantida em segredo, para despistar a imprensa.

O mesmo já havia acontecido com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. Ele foi transferido do Complexo Médico Penal, em Pinhais (PR), para a carceragem da PF no dia 20 de julho de 2016, uma quarta-feira. Na sexta sua família obteve permissão para visitá-lo.

Houve também concessões quanto ao número de visitantes. É permitida a entrada de duas pessoas por preso, mas a Folha apurou que Marcelo Odebrecht já recebeu mulher e as três filhas juntas. Dalton Avancine, da Camargo Correa, também encontrou-se com a esposa e as duas filhas ao mesmo tempo. 

Nesta quarta (11) a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou a realização de uma diligência onde Lula está preso. 

O Conselho da Comunidade de Curitiba, órgão da execução penal, entregou à direção da PF um pedido para vistoriar a cela de Lula. A presidente da entidade, Isabel Kugler Mendes, diz que ela tem o dever de visitar Lula. 

"Eu atendo pessoas que são homicidas, assaltantes, estupradores, por que eu não posso atender o ex-presidente? O doutor Moro não disse que ele é um preso como os outros? Então eu quero saber qual é a condição dele lá dentro."

Procurada, a Polícia Federal do Paraná não se manifestou.

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