O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), que é pré-candidato à Presidência da República, defendeu a redução de impostos que incidem sobre os combustíveis para tentar compensar a recente alta do preço.
Segundo Meirelles, o aumento nos preços se deve ao aumento do preço do petróleo internacional e à questão fiscal. A redução de impostos serviria para compensar a alta do petróleo e preservar a Petrobras.
"O preço do petróleo internacional não é controlável pelo governo brasileiro. O que nós estamos propondo e que certamente, caso eleitos em outubro temos segurança de que vai acontecer, seria uma diminuição dos impostos sobre o combustível", disse.
O presidente Michel Temer convocou uma reunião para discutir a alta dos preços. Na semana passada, a Petrobras havia anunciado que subiria novamente os valores: 0,80% o preço do diesel e 1,34% o da gasolina nas refinarias a partir de sábado (19).
No mesmo dia em que caminhoneiros protestaram pelo país contra a disparada do combustível, Meirelles defendeu uma reforma tributária.
"Vamos simplificar a tributação no Brasil e criar um sistema tributário que permita maior produtividade das empresas, geração de emprego de renda."
Meirelles visitou nesta segunda-feira (21) a sede do MDB mineiro, em Belo Horizonte, onde foi recebido pelo presidente do partido no estado, o vice-governador Antônio Andrade.
O ex-ministro evitou comentar o evento, marcado para esta terça-feira (22), de lançamento do programa do MDB chamado "Encontro com o Futuro". Especula-se que o presidente Temer aproveite a deixa para desistir oficialmente de concorrer à reeleição e apoiar Meirelles.
"Cabe a ele decidir o que ele vai dizer, quando vai dizer, e não a nós", desconversou Meirelles sobre o presidente.
Meirelles também rejeitou o título de "candidato do Temer", mas pregou continuidade das reformas iniciadas pelo presidente, incluindo a reforma da Previdência.
"Não sou o candidato de uma pessoa ou de outra pessoa, sou o candidato do crescimento do emprego e da renda e da inflação controlada", disse.
"Temos certeza de que o próximo governo será um governo do MDB, portanto o Brasil continuará fazendo essas reformas fundamentais que estão já sendo feitas", completou.
Meirelles, porém, aparece com cerca de 1% nas intenções de votos nas pesquisas eleitorais e o governo Temer tem rejeição recorde.
Mesmo diante desse cenário, o ex-ministro vê espaço para crescimento com base em pesquisas qualitativas com eleitores que não o conheciam.
"Acreditamos sim que uma vez conhecido o nosso projeto e conhecido o nosso histórico, nós teremos condições de vencer a eleição."
Falando a respeito de desemprego, Meirelles disse que cresceu o número de pessoas empregadas e que a previsão para este ano é de que mais 2 milhões entrem no mercado de trabalho.
Dados do IBGE mostram, porém, um recorde de 27,7 milhões de pessoas que não têm trabalho. A estatística inclui desempregados, pessoas que gostariam de trabalhar e aqueles que desistiram de buscar emprego.
O ex-ministro disse ainda que o alto número de desempregados (13,7 milhões) se explica pelas "pessoas que estavam desanimadas e agora começam a buscar o mercado de trabalho". São considerados desempregados somente aqueles que estão em busca de emprego.
Novamente, contudo, o IBGE aponta em sentido oposto. O desalento com o mercado de trabalho, ou seja, o desânimo em buscar emprego bateu recorde, contribuindo para redução na taxa de desemprego nos últimos 12 meses.
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