Deputado italiano pede a Temer extradição de Cesare Battisti

Para o parlamentar, como a PGR já deu parecer favorável, não faz sentido manter o italiano no país

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Ribeirão Preto (SP)

Um deputado italiano pediu ao presidente Michel Temer (MDB) a extradição definitiva de Cesare Battisti, condenado em seu país à prisão perpétua acusado de quatro assassinatos nos anos 70, quando integrava o partido Proletários Armados para o Comunismo, grupo de extrema-esquerda.

O pedido foi feito nesta quinta-feira (3) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), onde Temer participou da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), por Luis Roberto Lorenzato, brasileiro com cidadania italiana eleito em março para o parlamento do país europeu.

“Não tem sentido o presidente Lula respeitar as leis do Brasil e se sujeitar a uma pena de regime fechado, preso, e não deixar que a Itália execute a pena do Cesare Battisti”, afirmou Lorenzato.

O parlamentar disse ao presidente que, como a PGR (Procuradoria-Geral da República) já deu parecer favorável, não faz sentido manter o italiano no Brasil.

Em parecer enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) em março, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que Temer pode extraditar o ex-ativista italiano.

Em 2004, Battisti veio para o Brasil. Foi preso em 2007 –até 2011– e, em 2009, o STF autorizou a extradição, que foi negada pelo ex-presidente Lula no último dia de seu governo, em 2010.

Lorenzato entregou em mãos a Temer o pedido, segundo ele assinado pelo deputado italiano Matteo Salvini, do ultranacionalista Liga Norte.

Conforme o parlamentar, Temer respondeu ao deputado que, se o STF (Supremo Tribunal Federal) der parecer definitivo, irá extraditar o italiano.

“Importante por ele ter falado disso em Ribeirão Preto, que é a maior cidade italiana fora da Itália, 60% da população tem origem italiana”, disse.

Temer se mostrou receptivo e cordial com o parlamentar, conforme relatos de participantes da visita do presidente à feira agrícola na cidade do interior paulista.

TORNOZELEIRA

Em dezembro, Battisti foi notificado pela Justiça para colocar tornozeleira eletrônica.

A medida faz parte do processo em que ele é acusado de tentativa de evasão de divisas. O italiano foi preso em outubro em Corumbá (MS), perto da fronteira com a Bolívia, quando já circulavam notícias de que a Itália havia reforçado o pedido de extradição.

Ex-integrante de um grupo terrorista de esquerda, Battisti nega a autoria dos crimes e se diz vítima de perseguição, embora todos os seus recursos judiciais na Itália e na União Europeia tenham sido derrotados.

Segundo Battisti, os processos na Justiça italiana foram fraudulentos: “Eu não matei ninguém. Não tem nenhuma prova técnica que se sustenta nessas ações que me condenaram.”

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