Em carta com tom de candidato, Lula diz que país vive 1º de Maio triste

Durante ato do Dia do Trabalho em Curitiba foi exibida também uma mensagem, gravada pelo ex-presidente às vésperas da prisão

Catia Seabra
Curitiba

Preso desde 7 de abril, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por um discurso de candidato em uma carta endereçada aos militantes, no ato a uma quadra da superintendência da Polícia Federal do Paraná, neste Dia Mundial do Trabalho.

No texto, lido pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), Lula afirmou que “o Brasil vive este 1º de Maio com tristeza, mas com esperanças”.

“É com tristeza que vivemos um momento onde nossa democracia está incompleta, com um governo ilegítimo no poder”, escreveu.

O ex-presidente listou ainda críticas ao governo de Michel Temer, como a multidão de 13 milhões de desempregados, a revogação de direitos e uma economia que patina.

Nesse discurso de oposição, Lula disse que a “mesa já não é farta”. “Vocês se lembram da prosperidade do Brasil naqueles tempos em que o Brasil ia bem e parte da imprensa reclamava? Agora, o Brasil vai mal e os mesmos falam em retomada de economia?”, perguntou o petista.

E acrescentou: “A sabedoria popular contra essa propaganda massiva, em especial das organizações Globo, revela-se nas pesquisas”.

Lula encerrou a carta elogiando o 1º de Maio unificado e afirmando ter esperança que o Brasil supere esse momento triste.

Uma mensagem, gravada às vésperas de sua prisão, foi apresentada momentos antes da leitura da carta e trazia um tom mais emocional. Nela, Lula citou as ações da Lava Jato e a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia.

Ele lembrou também já ter sido preso e disse não ter medo do porvir, provocando choro dos militantes que assistiam a reprodução no telão, com ilustrações e fotografias do ex-presidente.

Antes de ler a carta, Gleisi deu outro recado de Lula. Disse que o ex-presidente está bem, física e emocionalmente, mas preocupado com os rumos do Brasil.

A presidente do PT encerrou o ato reafirmando a candidatura de Lula horas depois de o ex-governador Jaques Wagner defender possibilidade de aliança em favor da candidatura do pedetista Ciro Gomes.

“Se falarem em plano B para vocês, não acreditem. Lula vai ser nosso candidato”, afirmou Gleisi. 

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