Com Dodge, 25 membros de Judiciário e Procuradoria veem crime em atos de Lula

Petista diz ser perseguido politicamente na Operação Lava Jato

Brasília

Denunciado nesta segunda-feira (30) por Raquel Dodge, procuradora-geral da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acumula agora o número de 25 integrantes do Judiciário e do Ministério Público que entendem como crimes alguns de seus atos durante seu mandato ou depois do fim do governo.

Agora alvo de nove denúncias, além daquela que levou a sua condenação e prisão, o petista diz ser perseguido politicamente na Operação Lava Jato e suas decorrentes.

As peças de acusação mostram que 19 procuradores de primeira instância —entre eles 13 da força-tarefa do Paraná— concordam que Lula cometeu algum crime. No Distrito Federal, seis procuradores assinaram denúncias.

Além deles, agora Raquel Dodge e antes seu antecessor, Rodrigo Janot, no cargo de procurador-geral da República, também concluíram que o ex-presidente atuou de forma ilegal. Dodge era oposição a Janot na PGR, mas dá demonstrações que tem princípios parecidos aos do ex-chefe.

Na Justiça, Sergio Moro, no Paraná, concordou com as acusações de procuradores e foi o primeiro juiz a condenar Lula na Lava Jato —por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).

Acompanharam sua decisão, ao analisar recursos, os desembargadores João Pedro Gebran Neto, Victor Laus e Leandro Paulsen, do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). 

Após a apresentação da denúncia de Dodge, nesta segunda, a assessoria de imprensa do PT e a senadora Gleisi Hoffmann, presidente da legenda, disseram mais uma vez que as acusações acontecem no momento em que Lula “lidera todas as pesquisas para ser eleito o próximo presidente pela vontade do povo brasileiro”. 

 

Os dez principais casos contra o ex-presidente —dos quais em seis ele é réu e em um já foi condenado— variam desde tráfico de influência, passando por obstrução de Justiça até lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa.

Nesta segunda, na primeira denúncia feita por Dodge contra Lula, a procuradora-geral afirmou que o ex-presidente cometeu o crime de corrupção passiva.

Segundo a acusação, a Odebrecht prometeu ao petista em 2010 um valor de R$ 64 milhões (US$ 40 milhões) em propina, que teria sido doação eleitoral em troca de benefícios para a empresa.

A investigação se baseou na delação premiada dos executivos da empreiteira e também em documentos apreendidos por ordem judicial, como planilhas e mensagens, além de quebras de sigilo.

Janot, em seu mandato como chefe do Ministério Público, ofereceu duas denúncias contra o ex-presidente.

Lula nega irregularidades.

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do informado em versão anterior deste texto, Rodrigo Janot é o antecessor de Raquel Dodge no comando da Procuradoria-Geral da República, e não o sucessor.

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