Descrição de chapéu Eleições 2018

Consultor do Vaticano é impedido de visitar Lula e envia rosário 'em nome do papa Francisco'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo e Curitiba

Lula ganhou nesta segunda-feira (11) um rosário enviado pelo papa Francisco, por meio de um amigo, o advogado argentino Juan Grabois, segundo a equipe do ex-presidente. 

Frei Leonardo Boff e Adolfo Pérez Esquivel, Nobel da Paz em 1980, visitam acampamento montado no entorno da Polícia Federal, em Curitiba, para apoiar o ex-presidente Lula
Frei Leonardo Boff e Adolfo Pérez Esquivel, Nobel da Paz em 1980, visitam acampamento montado no entorno da Polícia Federal, em Curitiba, para apoiar o ex-presidente Lula - Theo Marques - 19.abr.2019/Folhapress

Grabois foi nomeado por Francisco como consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, órgão integrado em 2016 ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Próximo ao papa conterrâneo, ele é conhecido por seu trabalho com movimentos sociais na Argentina, como o Movimento dos Trabalhadores Excluídos, do qual é um dos fundadores.

Em entrevista transmitida por redes sociais do petista, ele contou que sua visita à carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula está preso há 67 dias, foi barrada. A justificativa a ele dada, afirmou, foi o fato de ele não ser um teólogo ou um sacerdote —o ex-mandatário tem recebido encontros de cunho religioso às segundas. 

O rosário, segundo Grabois, foi entregue em nome do papa. A Folha entrou em contato tanto com a embaixada brasileira na Santa Sé quanto com a Nunciatura Apostólica do Vaticano no Brasil, mas não obteve resposta.  

Outros que ouviram um "não" ao pedir para visitar Lula: Adolfo Pérez-Esquivel, prêmio Nobel da Paz em 1980, e o amigo de longa data do petista, Leonardo Boff.

O veto à entrada de Grabois foi explorado nas redes sociais de Lula, que também destacaram o rosário de contas pretas e uma crítica de Francisco à mídia. Em homilia no mês passado, o pontífice acusou a imprensa de difamar pessoas públicas a ponto de levar a um "golpe de Estado".

Na porta da prisão, Grabois disse considerar o momento em que vivemos "um claro caso de perseguição política". 

Em maio, o reitor do Santuário Nacional Aparecida, padre João Batista de Almeida, pediu desculpas após celebrar uma missa pela libertação de Lula e ser chamado de comunista nas redes sociais.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.