Descrição de chapéu Eleições 2018

Em contraponto a Ciro, Marina defende atuação de Judiciário e Ministério Público

Pré-candidata da Rede afirma que não é gratuita a interferência da Justiça na política

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São Paulo

Em contraponto à declaração de Ciro Gomes (PDT) sobre limitar a atuação do Judiciário e do Ministério Público, a também presidenciável Marina Silva (Rede) defendeu, nesta quarta (25), as ações de combate à corrupção.

Em declaração ao programa “Resenha”, da TV Difusora, do Maranhão, no dia 16 de julho, Ciro disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só terá chance de deixar a prisão em Curitiba se o seu grupo assumir o poder e colocar o Judiciário e o Ministério Público em suas caixinhas.

“Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político”, afirmou ele.

Sem citar Ciro, Marina disse, durante entrevista à imprensa em São Paulo, que não é gratuita a interferência do Judiciário na política.

“Hoje há uma reclamação de que a política está tendo interferência da Justiça. Mas talvez a gente tenha que questionar quais são as razões pelas quais a Justiça está interferindo na política. Obviamente que todos os processos, assegurando a mais ampla e legítima defesa, com advogados pagos a peso de ouro, mostram o nível de enraizamento da corrupção nos representantes políticos.” 


“Não consigo imaginar como estearíamos se pelo menos parte da Justiça não estivesse socorrendo a política nesse caos ético em que vivemos”, completou. 


A pré-candidata da Rede reuniu-se em São Paulo com representamos da Transparência Internacional para conhecer o documento Novas Medidas do Movimento Unidos Contra a Corrupção, elaborado pela entidade em parceria com diversas organizações da sociedade civil e especialistas no assunto. 

O documento engloba e atualiza as chamadas Dez Medidas Contra a Corrupção elaboradas pela equipe da Operação Lava Jato, mas aumenta o número de propostas para 70.

Marina diz que há convergências entre o programa da Rede e o documento em vários pontos, como a defesa do fim do foro especial, do financiamento público de campanha e do fortalecimento dos órgãos públicos de combate à corrupção.

“Uma vez promovida uma ação política ética, de combate à corrupção, talvez tenhamos meios para que de fato a Justiça deixe de ficar indo socorrer a política.”

No encontro, Marina voltou a criticar o jogo de alianças na corrida eleitoral. 

“O horário político gratuito é uma concessão pública, mas estão se apropriando disso. Agora o horário é do centrão. Então para mudar alguma coisa você fica com os mesmos, fazendo as mesmas coisas, ou não terá nenhuma chance. E as pessoas vão naturalizando isso. No final, o eleitor é apenas um detalhe.”

Sem nenhum acordo formalizado até o momento, Marina disporá de aproximadamente 8 segundos na propaganda eleitoral na TV e no rádio.

“Quero contraditar essa lógica. Mesmo com oito segundos, quero contraditar essa lógica. Não aceitamos atravessadores do desejo de mudança do povo. Faremos alianças no plano nacional que sejam programáticas.”

Sobre a escolha de seu vice, afirmou que segue num processo de diálogo com outras legendas e com filiados da Rede. Dentre seus correligionários, cita o presidente do Flamengo, Bandeira de Mello, o deputado federal Miro Teixeira e o economista economista Ricardo Paes de Barros como “ouros da casa”. 

“Estamos num processo de diálogo. Um candidato a presidente busca seu vice e isso é fundamental, principalmente depois de experiências tão traumáticas que nosso país teve. Eu até brinco que num tempo desses todo mundo falava que eu deveria se vice. Só pode ser por eu ser uma pessoa confiável.” 
 

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