Descrição de chapéu Eleições 2018

'Até de mim estão com medo', diz Haddad

Candidato afirma que São Paulo errou ao impedir sua reeleição e eleger Doria

Catia Seabra
São Paulo

Vice na chapa do PT  à Presidência, o ex-prefeito Fernando Haddad afirmou, nesta segunda-feira (20), que os adversários estão ficando nervosos com o desempenho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de opinião e começaram a ofender. Mais uma vez, Haddad disse que os opositores temem a participação de Lula nos debates. E emendou: “Até de mim estão com medo, Chico [Macena, presente ao evento]. Está feio o negócio para o lado de lá”.

Usando um jaleco de petroleiro e um boné do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), Haddad insistiu na associação do tucano Geraldo Alckmin ao governo Temer. Disse que respeitaria mais o PSDB se o partido assumisse a paternidade do plano do Temer.

“Quem foi o relator da reforma trabalhista? Um tucano. Quem desmontou a Petrobras? O [Pedro] Parente. Quem mudou a Lei de Partilha? Um tucano. Tem sempre um tucano atrás da maldade”, discursou.

Ao falar para integrantes de movimentos de esquerda —por quem foi tratado inclusive como futuro presidente do Brasil—, Haddad relatou temas de suas conversas com Lula e disse que o ex-presidente está indignado em uma cela de 15 metros quadrados. Mas sabe que sua prisão é motivada pelo projeto de país que representa.

O ex-prefeito disse que São Paulo errou ao eleger João Doria prefeito da capital, impedindo sua reeleição, e chamou a administração do Estado de “coisa morna dos tucanos”. O petista interrompeu um participante que começava a chamar Alckmin de picolé de chuchu. “Nunca falei de Fernando Henrique, do Alckmin e do Serra”, disse.

A condição de Haddad produz confusão até mesmo entre seus apoiadores. O ex-prefeito ocupa formalmente a vice de Lula, mas futuramente a vaga será ocupada pela deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB). Haddad assumirá a cabeça da chapa, caso o ex-presidente seja mesmo impedido de concorrer, e deixará a disputa, se Lula for autorizado a participar da disputa presidencial.

Por isso, Haddad recebeu diferentes tratamentos ao participar do ato “Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia”. O ex-prefeito foi apresentado como futuro presidente e como vice de Lula. 
O ex-ministro Carlos Gabas afirmou que Haddad “pode até ser, se de fato impedirem Lula, o nosso presidente da República”.
Ao microfone, uma militante buscou uma solução:
“Lula livre. Lula inocente. Lula presidente. E Haddad no poder”.   
 

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