Descrição de chapéu Eleições 2018

Pessoas de sucesso têm que ser admiradas, diz Amoêdo, com patrimônio de R$ 425 mi

Candidato do Novo à Presidência estima colocar até R$ 1,4 milhão na própria campanha

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Curitiba

O candidato do Novo à Presidência, João Amoêdo, rejeita a pecha de privilegiado. Mais rico entre candidatos a prestar contas, com patrimônio de R$ 425 milhões, o empresário defendeu a jornalistas em Curitiba (PR), na manhã desta terça-feira (14), que pessoas bem-sucedidas devem ser admiradas, e não criticadas.

Questionado pela Folha sobre como pretende conectar-se aos anseios da maioria do eleitorado, que vive realidade tão diferente da sua, Amoêdo desconversou, afirmando que sua candidatura é uma sinalização importante para o eleitor. 

"Gostaria de incentivar outras pessoas bem-sucedidas na vida privada a virem para a vida pública e mostrar que as pessoas que fizeram sucesso têm que ser admiradas, não criticadas", disse. "Afinal, a gente não quer um Brasil próspero, com geração de riqueza, para que a gente combata a pobreza?"

João Amoêdo, candidato do Novo à Presidência
João Amoêdo, candidato do Novo à Presidência - Nelson Almeida - 7.ago.2018/AFP

O empresário afirmou que só há duas razões para se candidatar: "uma certa dose de insanidade por se expor dessa forma" e um "dever cívico muito grande". "[Os eleitores] estão vendo uma pessoa que com esse patrimônio poderia ter ido para fora do Brasil, mas que está trabalhando há oito anos para melhorar o Brasil", disse.

Ele estima que irá colocar até R$ 1,4 milhão na própria campanha --de 15% a 20% dos R$ 7 milhões que o Novo pretende gastar. Disse que não poderia financiá-la integralmente porque pareceria um projeto pessoal. "Qualquer projeto só fará sentido se outras pessoas tiverem interesse em participar."

Confrontado com a figura de Marcelo Odebrecht, considerado empresário de sucesso até ser investigado na Operação Lava Jato, Amoêdo foi taxativo: "Eu nunca ganhei nem um tostão trabalhando com o Estado brasileiro, diferente do Marcelo Odebrecht."

O Estado brasileiro idealizado pelo candidato do Novo não tem empresas públicas. Se dependesse de Amoêdo, todas seriam privatizadas, a começar pelo Eletrobras. A Petrobras, os bancos e os Correios também não escapariam. 

O presidenciável indica três razões para isso --segundo ele, as empresas públicas dão um péssimo serviço, não fazem nenhum bem ao cidadão e são cabides de emprego.

Em Curitiba para uma palestra ao lado de Bernardinho, ex-treinador de vôlei filiado ao Novo, Amoêdo chegou cerca de 15 minutos atrasado ao terceiro andar de um moderno escritório de advocacia da capital paranaense, onde cumprimentou jornalistas que o aguardavam. Carregando uma mochila de marca, vestia terno sem gravata e um tênis esportivo. 

Defendeu a reforma da Previdência, o voto distrital misto, o fim do voto obrigatório e do fundo eleitoral. Afirmou que o Novo tenta devolver R$ 4 milhões do fundo partidário, mas que ainda não obteve autorização da Receita Federal. 

Questionado se o liberalismo defendido pela campanha alcança temas como a defesa dos direitos reprodutivos das mulheres e a legalização das drogas, Amoêdo tentou desconversar, mas afirmou que é contrário. 

Aborto, para ele, somente nos casos já permitidos pela lei, como em gravidez decorrente de estupro. Já a legalização das drogas, na visão do candidato, não é um debate que deve ser pautado neste momento. O Novo é a favor da união homoafetiva e contra o estatuto do desarmamento.

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