Apesar de aceno a mulheres, Marina tem maior queda entre eleitorado feminino

Rejeição de mulheres a Jair Bolsonaro já alcança 49% das eleitoras, mesmo após atentado

Isabel Fleck
São Paulo

Apesar do esforço da candidata à Presidência Marina Silva (Rede) para se consolidar como a favorita entre as mulheres, foi entre as eleitoras que ela viu sua maior queda nas três últimas semanas, segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (10).

Marina perdeu seis pontos percentuais entre as mulheres, de 19% para 12% desde a pesquisa anterior, em 20 e 21 de agosto. Entre os homens, a queda foi de quatro pontos percentuais. No total, a candidata da Rede caiu de 16% para 11% das intenções. 

No levantamento feito nesta segunda (10), Marina ainda perdeu a liderança entre as eleitoras para Jair Bolsonaro (PSL), que tem 17% das intenções de voto femininos.

A pesquisa de agosto havia medido a temperatura justamente após Marina confrontar Bolsonaro no debate da RedeTV!, em 17 de agosto, sobre a diferença salarial entre homens e mulheres. A candidata da Rede, contudo, não conseguiu segurar o entusiasmo das eleitoras.

Apesar de ser o candidato com mais intenção de voto entre as mulheres (17%), Bolsonaro tem a rejeição de praticamente metade do eleitorado feminino, segundo a pesquisa desta segunda-feira.

Quatro dias após o atentado sofrido por ele durante um evento de campanha, 49% das mulheres disseram que não votariam no deputado "de jeito nenhum". Em agosto, o índice era de 43%. As mulheres representam 52% do total de eleitores.

O Datafolha entrevistou 2.804 eleitores de 197 municípios na segunda (10), em pesquisa realizada em parceria com a TV Globo. 

O segundo nome com maior rejeição entre elas é o de Marina, com 27%. Ciro Gomes, do PDT, que tem investido numa imagem mais soft para combater a imagem de machista, agora possui rejeição de 16%, contra 21% em agosto.

O petista Fernando Haddad, que até esta segunda era vice do ex-presidente Lula —que está preso e teve sua candidatura vetada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)— na chapa, foi o que mais cresceu entre as mulheres: seis pontos percentuais, de 3% para 9%. 

Um consolo para quem perdeu espaço entre o importante eleitorado feminino é que as mulheres se dizem menos decididas do que os homens a quatro semanas das eleições. Enquanto 61% deles dizem que não vão mais alterar o voto até 7 de outubro, 51% delas admitem que ainda podem mudar de ideia.
 

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