Descrição de chapéu Eleições 2018

Campanha petista muda versão e diz não ter pago advogados de Lula

Agora, segundo a legenda, não houve gastos eleitorais relativos a serviços do escritório Teixeira, Martins

Josette Goulart
São Paulo

Após informar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) gastos de R$ 1,5 milhão para o escritório que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a campanha petista mudou a versão e disse que pretende retificar a informação à Justiça Eleitoral.

Segundo a campanha “Lula Presidente” —que depois foi substituída pela de Fernando Haddad—, não houve gastos eleitorais relativos a serviços do escritório Teixeira, Martins, como informado anteriormente.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo (SP), em janeiro de 2018 - Marlene Bergamo/Folhapress

O escritório defende o ex-presidente Lula na esfera criminal, inclusive no âmbito da Comissão de Direitos Humanos da ONU, que, em decisão provisória, pediu que o ex-presidente fosse autorizado a concorrer na eleição —a decisão não foi acatada pela Justiça brasileira. 

A primeira informação prestada pela assessoria da campanha Lula à Folha dava conta de que os serviços advocatícios haviam sido prestados como consultoria para o registro da chapa de Lula e Haddad no TSE.

Nesta terça (19), após contestação feita pelo escritório, que afirmou não ter recebido recursos da campanha, a versão petista mudou.

De acordo com nota da campanha, o lançamento do gasto junto ao TSE foi feito de forma equivocada e era referente a “uma proposta de contrato que não chegou a ser assinado nem gerou qualquer pagamento”. 

Segundo a resolução do TSE 23.553/2017, serviços de consultoria jurídica prestados durante as campanhas eleitorais devem ser pagos com recursos da conta de campanha. 

Já os honorários advocatícios relacionados à defesa de candidato ou de partido político em processo judicial não caracterizam gastos eleitorais.

As contas de campanha de Lula estão em fase de encerramento, segundo a assessoria. 

O partido tem direito a R$ 212 milhões do novo fundo eleitoral criado especialmente para o pleito, e destinou à campanha presidencial R$ 20 milhões destes recursos.

As campanhas presidenciais neste ano estão bem mais baratas do que as anteriores 

Em 2014, a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) informou ter gasto no total R$ 318 milhões. Neste ano, o teto para candidaturas presidenciais é de R$ 70 milhões.

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