Descrição de chapéu Eleições 2018

Candidato ao Senado na Bahia contrata própria empresa em campanha

empresa também prestou serviço aos candidatos Jaques Wagner e Rui Costa

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Salvador

Candidato a uma vaga no Senado pela Bahia, o deputado estadual Angelo Coronel (PSD) contratou uma empresa que pertence à sua família para prestar serviços na campanha eleitoral.

A empresa contratada foi a Jet Gold Serviços Aéreos, responsável pelas aeronaves que têm sido utilizadas nas viagens de campanha.

A companhia pertence ao Grupo Corel, conglomerado que tem como acionista único a Jet International Trading, offshore sediada no Panamá e que tem o próprio Angelo Coronel como diretor-presidente. 

 
Angelo Coronel e Rui Costa
Angelo Coronel e Rui Costa - Reprodução
 

Ao todo, a Jet Gold recebeu R$ 436 mil nesta campanha, sendo R$ 108 mil da campanha de Angelo Coronel, R$ 108 mil do também candidato ao Senado Jaques Wagner (PT) e R$ 217 mil do governador da Bahia e candidato à reeleição Rui Costa (PT).

Em nota, Angelo Coronel afirmou que a contratação da aeronave “será paga com o aporte de recursos próprios, conforme prestação de contas oficial que será enviada ao Tribunal Regional Eleitoral”.

 

Até o momento, contudo, os recursos próprios doados pelo deputado à campanha seriam insuficientes para pagar a aeronave —Angelo Coronel doou apenas R$ 40 mil, equivalente a 37% do valor do contrato com a empresa.

O grosso dos recursos arrecadados vieram do fundo público para financiamento de campanhas —foram R$ 1,47 milhão arrecadado, sendo 95% repasses do PSD.

Coordenador da campanha de Rui Costa ao governo do estado, Jerônimo Rodrigues afirma que a empresa foi contratada por ter preços competitivos e aeronaves novas,

“A Bahia é um estado grande e as viagens são longas. Por isso, optamos por uma aeronave que dispõe de maior segurança”, afirmou Rodrigues, que também nega qualquer tipo de pressão para contratação da empresa presidida por um aliado.

Presidente da Assembleia Legislativa da Bahia desde janeiro de 2017, Angelo Coronel tem um histórico empresarial controverso.

Em junho, a Folha revelou que funcionários do Legislativo baiano atuavam como funcionários nas empresas do deputado e também comandavam organizações sociais que faturam contratos com o poder público.

A relação das entidades com governo e Legislativo contraria o Estatuto do Servidor da Bahia, que proíbe os servidores de "transacionar com o Estado".

Na época, o deputado negou irregularidades nas entidades geridas por seus funcionários e disse que não tinha nenhum tipo de ingerência sobre elas.

 
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