Descrição de chapéu Eleições 2018

Declaração de filho de Bolsonaro cheira a fascismo, diz FHC

O petista Fernando Haddad também condenou fala do deputado eleito, Eduardo Bolsonaro

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou neste domingo (21) o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

"As declarações do deputado Eduardo Bolsonaro merecem repúdio dos democratas. Prega a ação direta, ameaça o STF [Supremo Tribunal Federal]”, afirmou, em rede social. 

 
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante entrevista à Reuters - Paulo Whitaker/Reuters

"Não apoio chicanas contra os vencedores, mas estas cruzaram a linha, cheiram a fascismo. Têm meu repúdio, como quaisquer outras, de qualquer partido, contra leis, a Constituição”, concluiu FHC.

Em vídeo gravado em julho, disponível na internet, mas que veio à tona a uma semana do segundo turno, Eduardo responde a pergunta sobre uma hipotética possibilidade de ação do Exército em caso de o STF impedir que Bolsonaro assuma a Presidência.

"Cara, se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo, não", disse Eduardo Bolsonaro.

Adversário na disputa presidencial, Fernando Haddad (PT) disse que a fala é uma ameaça ao STF. “Há muito medo de violência por parte de Bolsonaro. Um filho dele chegou a gravar, de um pensamento, se é que se pode chamar de pensamento o que eles falam, é uma coisa tão impressionante que não sei se pensam para falar”, afirmou o petista.

Em discurso durante uma caminhada nas ruas do centro de São Luís, Haddad disse que a família adversária atua como uma milícia. 

"O Bolsonaro é um chefe de milícia e os filhos dele são milicianos, são capangas. Não se controla esse tipo de violência. O medo de quem tem juízo só cresce, só quem está anestesiado não tem medo.” 

Em nota, o PSOL repudiou “veementemente a manifestação do deputado e sua disposição de coagir o STF. É hora de o Judiciário enfrentar a ameaça neofascista".

O partido informou que  vai representar contra Eduardo Bolsonaro na PGR. Aponta crime de ameaça e atentado contra a divisão de Poderes, contra a democracia e os poderes constituídos. Representará também por desobediência coletiva ao cumprimento da lei de ordem pública.

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