Aliados do presidente Michel Temer e defensores do impeachment de Dilma Rousseff (PT) fracassaram nas urnas neste domingo (7).
As apurações pelo país, que ainda não tinham terminado até a conclusão desta edição, mostravam que ex-ministros do governo do emedebista e pessoas de sua confiança não conseguiram vagas.
Henrique Meirelles (MDB), ministro da Fazenda até o início do ano e candidato a presidente pelo partido de Temer, foi derrotado, como já mostravam as pesquisas, apesar de seu investimento do próprio bolso de R$ 54 milhões na campanha –Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) estão no segundo turno.
Meirelles falou à noite, após o resultado, que não apoiará nenhum dos dois e que prefere “a independência”.
Em Pernambuco, por exemplo, dois ex-ministros de Temer, Mendonça Filho (DEM), que comandou a pasta da Educação, e Bruno Araújo (PSDB), das Cidades, não conseguiram se eleger para o Senado.
Ambos se destacaram no movimento para derrubar a petista, mas perderam para Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB).
O petista, inclusive, foi um dos defensores da então presidente e conseguiu a reeleição.
O líder maior do impeachment, Eduardo Cunha (MDB), também fracassou em sua estratégia eleitoral neste ano.
Preso em Curitiba, ele tentou emplacar sua filha, Danielle Cunha, à Câmara dos Deputados, mas não conseguiu.
Personagem importante do governo Temer, Rogério Marinho (PSDB), relator da reforma trabalhista na Câmara, recebeu recursos de vários empresários (arrecadou R$ 1,6 milhão), mas era apenas o 12º candidato a deputado federal mais votado no Rio Grande do Norte até as 21h45.
Sarney Filho (PV), no Maranhão, também não conseguiu a vaga ao Senado. Os escolhidos no estado foram Weverton (PDT) e Eliziane Gama (PPS), que deixaram de fora também Edison Lobão, do partido de Temer, senador há décadas.
O atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), não conseguiu se reeleger.
Rodrigo Maia (DEM), atual presidente da Câmara, conseguiu destoar. Até a conclusão desta edição, quando ainda não havia acabado a contagem no Rio de Janeiro, já tinha mais votos do que em 2014 e estava eleito.
Carlos Marun (Secretaria de Governo), um dos principais defensores do governo, Blairo Maggi (Agricultura), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e Alexandre Baldy (Cidades) não se candidataram nesta eleição.
Confira outros destaques da votação para o Legislativo:
FAMÍLIA BOLSONARO
Os dois filhos do candidato a presidente pelo PSL foram campeões de votos em seus estados, mas sua ex-mulher não se elegeu
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
Foi o deputado federal mais votado da história com 1,8 milhão de votos, superando Enéas Carneiro em 2002
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)
Outro filho de Jair Bolsonaro, se elegeu com o senador mais votado do Rio, com 4,4 milhões de votos
Cristina Bolsonaro (Pode-RJ)
Ex-mulher do candidato a presidente, teve pouco mais de 4.500 votos e não se elegeu para a Câmara dos Deputados
FIGURÕES SEM CARGO
Ex-governadores tentaram chegar ao Senado, mas sofreram derrotas amargas em seus estados
Marconi Perillo (PSDB-GO)
Eleito governador em 2010 e reeleito em 2014, obteve 8% dos votos e ficou em quinto na disputa pelo Senado
Beto Richa (PSDB-PR)
Governador também reeleito em 2014 e buscando vaga no Senado, ficou em sexto lugar com 4% dos votos válidos
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Governador de 1995 a 1998, obteve 12% dos votos para o Senado e ficou atrás de Leila do Vôlei (PSB) e Izalci (PSDB)
Roberto Requião (MDB-PR)
Governador por 3 mandatos, ficou em terceiro lugar na disputa pelo Senado, com 15% dos votos válidos
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Eleito governador em 2002 e reeleito em 2006, tentou vaga no Senado, mas ficou em 4º, com 17% dos votos
Zeca do PT (PT-MS)
Ex-governador, foi candidato ao Senado, e terminou a disputa na sexta posição, com 13% dos votos
Raimundo Colombo (PSD-SC)
Governador reeleito em 2014 para um 2º mandato, disputou vaga no Senado e ficou em quarto, com 15% dos votos
CELEBRIDADES
Candidatos que já eram conhecidos antes de entrar na política e conseguiram votações expressivas nestas eleições
Leila do Vôlei (PSB-DF)
Bronze em Atlanta-1996 e Sydney-2000, foi a senadora mais votada do Distrito Federal, com 18% dos votos
Tiririca (PR-SP)
O palhaço voltou a ter boa votação para deputado federal e conseguiu sua reeleição com cerca de 445 mil votos
Joice Hasselmann (PSL-SP)
A jornalista se candidatou pelo partido de Bolsonaro, conseguiu mais de 1 milhão de votos chegou à Câmara
Alexandre Frota (PSL-SP)
O ator superou a marca 152 mil votos e se elegeu deputado federal pelo partido de Jair Bolsonaro
Celso Russomanno (PRB-SP)
Mais votado em 2014, não teve o mesmo sucesso. Mesmo assim, com cerca de 513 mil votos, se reelegeu
OUTROS DESTAQUES
Nomes conhecidos da política nacional e candidatos que surpreenderam no pleito de domingo (8)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Senadora e presidente do PT, ela foi a terceira candidata mais votada para a Câmara no Paraná, com 212 mil votos
Policial Katia Sastre (PR-SP)
PM conhecida por matar assaltante na porta de escola se elegeu para a Câmara com mais de 260 mil votos
Kim Kataguiri (DEM-SP)
Candidato a deputado federal, o líder do MBL conseguiu se eleger com mais de 450 mil votos
Magno Malta (PR-ES)
Um dos principais apoiadores de Bolsonaro, não conseguiu se reeleger no Senado. Ficou em 3º, com 17% dos votos
Levy Fidelix (PRTB-SP)
Outro grande apoiador de Bolsonaro, teve 31 mil votos ficou longe da vaga na Câmara dos Deputados
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