Descrição de chapéu Eleições 2018

Fracasso nas urnas marca apoiadores do presidente Michel Temer

Políticos que defenderam impeachment também tiveram resultados ruins

Camila Mattoso Fábio Fabrini Ranier Bragon
Brasília

Aliados do presidente Michel Temer e defensores do impeachment de Dilma Rousseff (PT) fracassaram nas urnas neste domingo (7).

As apurações pelo país, que ainda não tinham terminado até a conclusão desta edição, mostravam que ex-ministros do governo do emedebista e pessoas de sua confiança não conseguiram vagas.

Henrique Meirelles (MDB), ministro da Fazenda até o início do ano e candidato a presidente pelo partido de Temer, foi derrotado, como já mostravam as pesquisas, apesar de seu investimento do próprio bolso de R$ 54 milhões na campanha –Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) estão no segundo turno.

Meirelles falou à noite, após o resultado, que não apoiará nenhum dos dois e que prefere “a independência”.

Presidente Michel Temer fala com jornalistas antes de votar em São Paulo
Presidente Michel Temer fala com jornalistas antes de votar em São Paulo - Gabriel Cabral/Folhapress

Em Pernambuco, por exemplo, dois ex-ministros de Temer, Mendonça Filho (DEM), que comandou a pasta da Educação, e Bruno Araújo (PSDB), das Cidades, não conseguiram se eleger para o Senado.

Ambos se destacaram no movimento para derrubar a petista, mas perderam para Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB).

O petista, inclusive, foi um dos defensores da então presidente e conseguiu a reeleição.

O líder maior do impeachment, Eduardo Cunha (MDB), também fracassou em sua estratégia eleitoral neste ano.

Preso em Curitiba, ele tentou emplacar sua filha, Danielle Cunha, à Câmara dos Deputados, mas não conseguiu.

Personagem importante do governo Temer, Rogério Marinho (PSDB), relator da reforma trabalhista na Câmara, recebeu recursos de vários empresários (arrecadou  R$ 1,6 milhão), mas era apenas o 12º candidato a deputado federal mais votado no Rio Grande do Norte até as 21h45.

Sarney Filho (PV), no Maranhão, também não conseguiu a vaga ao Senado. Os escolhidos no estado foram Weverton (PDT) e Eliziane Gama (PPS), que deixaram de fora também Edison Lobão, do partido de Temer, senador há décadas.

O atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), não conseguiu se reeleger

Rodrigo Maia (DEM), atual presidente da Câmara, conseguiu destoar. Até a conclusão desta edição, quando ainda não havia acabado a contagem no Rio de Janeiro, já tinha mais votos do que em 2014 e estava eleito.

Carlos Marun (Secretaria de Governo), um dos principais defensores do governo, Blairo Maggi (Agricultura), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e Alexandre Baldy (Cidades) não se candidataram nesta eleição.

Confira outros destaques da votação para o Legislativo:

FAMÍLIA BOLSONARO
Os dois filhos do candidato a presidente pelo PSL foram campeões de votos em seus estados, mas sua ex-mulher não se elegeu

Eduardo Bolsonaro mostra comprovante de votação
Eduardo Bolsonaro mostra comprovante de votação - Reprodução/Facebook

Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
Foi o deputado federal mais votado da história com 1,8 milhão de votos, superando Enéas Carneiro em 2002

Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)
Outro filho de Jair Bolsonaro, se elegeu com o senador mais votado do Rio, com 4,4 milhões de votos

Cristina Bolsonaro (Pode-RJ)
Ex-mulher do candidato a presidente, teve pouco mais de 4.500 votos e não se elegeu para a Câmara dos Deputados


FIGURÕES SEM CARGO
Ex-governadores tentaram chegar ao Senado, mas sofreram derrotas amargas em seus estados

Marconi Perillo (PSDB-GO)
Eleito governador em 2010 e reeleito em 2014, obteve 8% dos votos e ficou em quinto na disputa pelo Senado

O ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), vota em colégio em Curitiba, ao lado da mulher, Fernanda Richa
O ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), vota em colégio em Curitiba, ao lado da mulher, Fernanda Richa - Estelita Hass Carazzai/Folhapres

Beto Richa (PSDB-PR)
Governador também reeleito em 2014 e buscando vaga no Senado, ficou em sexto lugar com 4% dos votos válidos

Cristovam Buarque (PPS-DF)
Governador de 1995 a 1998, obteve 12% dos votos para o Senado e ficou atrás de Leila do Vôlei (PSB) e Izalci (PSDB)

Roberto Requião (MDB-PR)
Governador por 3 mandatos, ficou em terceiro lugar na disputa pelo Senado, com 15% dos votos válidos

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Eleito governador em 2002 e reeleito em 2006, tentou vaga no Senado, mas ficou em 4º, com 17% dos votos

Zeca do PT (PT-MS)
Ex-governador, foi candidato ao Senado, e terminou a disputa na sexta posição, com 13% dos votos

Raimundo Colombo (PSD-SC)
Governador reeleito em 2014 para um 2º mandato, disputou vaga no Senado e ficou em quarto, com 15% dos votos


CELEBRIDADES
Candidatos que já eram conhecidos antes de entrar na política e conseguiram votações expressivas nestas eleições

Leila do Vôlei durante almoço em encontro de sua campanha
Leila do Vôlei durante almoço em encontro de sua campanha - Stefany Sales/Divulgação

Leila do Vôlei (PSB-DF)
Bronze em Atlanta-1996 e Sydney-2000, foi a senadora mais votada do Distrito Federal, com 18% dos votos

Tiririca (PR-SP)
O palhaço voltou a ter boa votação para deputado federal e conseguiu sua reeleição com cerca de 445 mil votos 

Joice Hasselmann (PSL-SP)
A jornalista se candidatou pelo partido de Bolsonaro, conseguiu mais de 1 milhão de votos chegou à Câmara

Alexandre Frota (PSL-SP)
O ator superou a marca 152 mil votos e se elegeu deputado federal pelo partido de Jair Bolsonaro

Celso Russomanno (PRB-SP)
Mais votado em 2014, não teve o mesmo sucesso. Mesmo assim, com cerca de 513 mil votos, se reelegeu


OUTROS DESTAQUES
Nomes conhecidos da política nacional e candidatos que surpreenderam no pleito de domingo (8)

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, vota em Curitiba
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, vota em Curitiba - Divulgação

Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Senadora e presidente do PT, ela foi a terceira candidata mais votada para a Câmara no Paraná, com 212 mil votos

Policial Katia Sastre (PR-SP)
PM conhecida por matar assaltante na porta de escola se elegeu para a Câmara com mais de 260 mil votos

Kim Kataguiri (DEM-SP)
Candidato a deputado federal, o líder do MBL conseguiu se eleger com mais de 450 mil votos

Magno Malta (PR-ES)
Um dos principais apoiadores de Bolsonaro, não conseguiu se reeleger no Senado. Ficou em 3º, com 17% dos votos

Levy Fidelix (PRTB-SP)
Outro grande apoiador de Bolsonaro, teve 31 mil votos ficou longe da vaga na Câmara dos Deputados

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