Fazenda de amigo de Temer é novamente invadida no interior de SP

Propriedade do coronel Lima é alvo de movimentos desde 2016

Marcelo Toledo
Ribeirão Preto (SP)

A fazenda Esmeralda, em Duartina (a 369 km de São Paulo), que tem como dono o coronel João Baptista Lima, amigo do presidente Michel Temer (MDB), voltou a ser invadida nesta terça-feira (20).

A propriedade rural é alvo constante de invasões de movimentos sociais desde 2016, ano em que o emedebista assumiu a presidência. Neste ano, é a segunda ocupação.

Integrantes da União Nacional Camponesa invadiram fazenda em Duartina (SP) de amigo do presidente Michel Temer - Reprodução

Em redes sociais, a UNC (União Nacional Camponesa), que invadiu o local, informou reivindicar o uso da terra para a reforma agrária na região de Bauru. O título do anúncio era “Ocupamos a fazenda do Temer!”.

Há pelo menos 220 pessoas no local, segundo o movimento, mas outras estão se deslocando em cinco ônibus para a propriedade rural. O grupo afirma não existir um prazo para a saída da fazenda. Para a polícia, são 120 os manifestantes.

A invasão é a primeira feita pela UNC –as anteriores foram organizadas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em 2016, 2017 e em março deste ano.

A primeira invasão ocorreu em maio de 2016, quando o MST afirmou que a fazenda seria, na verdade, de Temer.

O presidente nega elo com a propriedade. Ele a visitou com frequência entre 2004 e 2010, além de ter usado o local como “refúgio” durante a campanha eleitoral de 2014. Temer e Lima são amigos desde a década de 80.

A fazenda Esmeralda foi comprada por Lima em 1989, dois anos depois de ele obter o registro de arquiteto em São Paulo. Ele e a empresa Argeplan Engenharia, também dona da fazenda, ajudaram a financiar a campanha de Temer em 1994 com R$ 100 mil –cerca de R$ 557 mil em valores corrigidos. Em 2011, o coronel passou a ser oficialmente sócio da Argeplan.

O coronel Lima informou quando o local foi invadido anteriormente que a propriedade foi adquirida a partir de 1986, de maneira regular, e que é produtiva.

Após a primeira invasão, ele foi à Justiça cobrar R$ 505 mil de integrantes do MST pelos supostos prejuízos que teve.

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