Veja o que dizem os quatro deputados federais mais votados de SP

Agência Lupa checou declarações recentes dos parlamentares eleitos ou reeleitos

São Paulo

Eduardo Bolsonaro (PSL), Joice Hasselmann (PSL), Celso Russomanno (PRB) e Kim Kataguiri (DEM) foram os quatro deputados federais mais bem votados desta eleição em São Paulo. A Lupa checou frases deles.

"Daqui a pouco, ele [o governador João Doria] estará colocando deputado do PSOL no governo, como o caso emblemático da Soninha na prefeitura, que ele pôs em secretaria"
Eduardo Bolsonaro, O Estado de S. Paulo, 12.nov.18

EXAGERADO Eduardo Bolsonaro usa o exemplo da indicação da vereadora Soninha Francine para a secretária de Assistência Social na gestão de João Doria para criticar uma possível tendência à composição que seria adotada pelo novo governador. Mas, ao contrário do que sugere o deputado eleito, Soninha nunca foi filiada ao PSOL nem estava em um partido de oposição quando assumiu a secretaria municipal. Apesar de ter iniciado sua carreira política no PT, Soninha estava filiada ao PPS havia dez anos quando entrou na gestão municipal de Doria. Procurado, Eduardo Bolsonaro não respondeu.

"A esmagadora maioria desses 52 deputados [do PSL] vão chegar novinhos na Câmara"
Eduardo Bolsonaro, Poder em Foco (SBT), 4.nov.18

VERDADEIRO Dos 52 deputados federais que vão compor a bancada do PSL na Câmara, 39 nunca haviam sido eleitos ao Legislativo ou ao Executivo. Na próxima legislatura, o PSL terá a segunda maior bancada da Câmara, atrás apenas do PT. Os dados são da própria Casa e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Para entrar no programa [Mais Médicos], (...) você tem que estar desempregado"
Joice Hasselmann, YouTube, 19.nov.18

FALSO De acordo com o Ministério da Saúde, o médico que deseja concorrer a uma vaga no Mais Médicos não precisa estar desempregado. Segundo a pasta, a única exigência feita é que o médico cumpra o contrato com o governo, que prevê dedicação de 40 horas semanais. Procurada, Joice informou, via WhatsApp, que, de acordo com médicos com quem conversou, do Conselho Regional de Medicina, há relatos de que o sistema de inscrição do Mais Médicos travava quando o número de registro profissional era inserido. 

"[Sou] a mulher mais votada da história da Câmara dos Deputados"
Joice Hasselmann, para Leda Nagle, 12.nov.18

VERDADEIRO Segundo o TSE, em 2018, Joice recebeu 1.078.666 votos e se tornou a única mulher na lista de deputados federais eleitos com mais de 1 milhão de votos. Só quatro deputados federais se elegeram com mais votos do que Joice: Eduardo Bolsonaro (PSL, 1.843,735, em 2018), Celso Russomanno (PR, 1.524.361, em 2014), Tiririca (PR, 1.353.820, em 2010) e Enéas Carneiro (Prona, 1.573.642, em 2002). Todos representavam SP.

"Aluguel de escritório? Também não uso"
Celso Russomanno, Facebook, 6.out.18

EXAGERADO Segundo a Câmara, de fevereiro de 2015 a novembro de 2018, Russomanno gastou R$ 19,4 mil com "manutenção de escritório de atividade parlamentar". Entre as notas fiscais, não há comprovantes de pagamento de aluguel, mas há registros de quitação de contas de energia elétrica, água e IPTU de um local em São Paulo. A assessoria de Russomanno informou que as contas são do escritório político do deputado.

"Apresentei 1.150 propostas e projetos de lei na Câmara dos Deputados"
Celso Russomanno, Facebook, 6.out.18

VERDADEIRO Eleito deputado federal pela sexta vez, Celso Russomanno já apresentou 1.153 propostas à Câmara dos Deputados --dentre projetos de lei, propostas de emendas à Constituição, projetos de decreto legislativo e outros. 

"PSOL entrou na Justiça para cassar o mandato dele [Cabo Daciolo]"
Kim Kataguiri, ao BTG Pactual Digital, 15.nov.18

FALSO Em maio de 2015, o PSOL expulsou o deputado federal Cabo Daciolo do quadro, mas não reivindicou seu mandato à Justiça. Segundo o PSOL, Daciolo contrariou diretrizes da legenda ao defender policiais envolvidos na morte do pedreiro Amarildo Dias de Souza, no RJ, em 2013, e ao sugerir a inclusão da frase "todo poder emana de Deus" no preâmbulo da Constituição. O partido consultou o TSE sobre a possibilidade de reivindicar o mandato, mas, segundo seu atual presidente, Juliano Medeiros, não chegou a fazer o pedido. Ele concorreu à Presidência neste ano pelo Patriota. Procurado, Kataguiri afirmou que "a jurisprudência vigente à época (...) resultaria na cassação do mandato". Segundo o TSE, a regra não era essa. Assim como ocorre hoje, em caso de expulsão do parlamentar pelo partido, o mandato não fica com a legenda.

"Em 2015, (...) a Justiça do Trabalho custou aos cofres públicos R$ 17 bilhões"
Kim Kataguri, Facebook, 15.nov.18

VERDADEIRO Segundo o Siga Brasil, portal de Orçamento do Senado, em 2015, a Justiça do Trabalho gastou, em valores nominais, R$ 17,1 bilhões. Corrigindo esse valor pelo IPCA, o custo da Justiça do Trabalho naquele ano foi de R$ 20,3 bilhões.

Chico Marés, Leandro Resende e Nathália Afonso
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