Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

No primeiro semestre sob Bolsonaro, 44 indicadores pioram e 28 melhoram

Levantamento aponta deterioração na educação e no ambiente e equilíbrio na economia

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Brasília

​A compilação de quase 90 indicadores nacionais, que vão da economia ao meio ambiente, mostra que a maioria deles regrediu nos primeiros seis meses da gestão de Jair Bolsonaro (PSL).

A Folha analisou 87 estatísticas oficiais e de estudiosos que têm números atualizados até algum ponto do primeiro semestre de 2019 e as cruzou com os dados de 2018. Desse total, 44 pioraram, 15 permaneceram estáveis e 28 apresentaram alguma melhora.

Entre os indicadores que mais apresentam deterioração estão os de educação, saúde e meio ambiente. Os dados oficiais reunidos pelo Ministério da Justiça apontam melhora nos índices de criminalidade. Na economia, há um equilíbrio.

Folha trabalhou com dados oficiais de ministérios, do IBGE, de órgão de estudos e pesquisa e organizações tradicionais ligadas a determinadas áreas, como o ISA (Instituto Socioambiental), na questão indígena.

Em parte devido ao curto espaço de tempo e, em parte, à complexidade das áreas abordadas, os indicadores variam não necessariamente em função da gestão federal. Na segurança pública, por exemplo, a maior responsabilidade cabe aos governos estaduais. Na economia, vários indicadores são influenciados por conjunto de ações ao longo dos anos e que extrapolam fronteiras.

Além disso, há temas relevantes cuja variação não pode ser medida neste momento tendo em vista que os dados são colhidos em uma periodicidade mais elástica, como desempenho escolar, ou divulgados com defasagem maior, como números da desigualdade.

Ainda sob limitado efeito prático da orientação liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, os indicadores econômicos apresentaram equivalência entre os dados que pioraram e os que melhoraram.
Dos 47 indicadores econômicos analisados, houve piora em 20 e melhora também em 20. Outros sete permaneceram estáveis.

Na fatia negativa dos dados, se destaca o comportamento na área de comércio exterior, indústria e endividamento das famílias.

Do outro lado, observa-se melhora nos índices de inflação e da Bolsa de Valores, bem como ligeiro avanço nos resultados do emprego no país.

Ao assumir a Presidência, Bolsonaro delegou a Guedes a tarefa de ajustar uma economia que vinha se recuperando lentamente de uma recessão, com as contas públicas em situação crítica e um total de 12 milhões de desempregados.

Nos primeiros meses do ano, a economia seguiu sem vigor. O PIB do primeiro trimestre —dado mais recente disponibilizado pelo IBGE— teve retração de 0,2% em relação ao trimestre anterior.

Na balança comercial, a diferença entre o que o Brasil exportou e importou gerou um saldo positivo de US$ 26 bilhões no semestre, valor menor do que o resultado do mesmo período de 2018 (US$ 30 bilhões). O valor das exportações caiu 3,5%.

No semestre, a produção industrial medida pelo IBGE recuou 1,6% na comparação com os seis primeiros meses do ano passado.

Uma melhora generalizada foi observada no comportamento da inflação. Os principais índices que medem a variação dos preços na economia brasileira ficaram mais baixos que no ano anterior.

Na avaliação do economista Simão Silber, que é professor da USP e membro do conselho da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o desempenho da economia neste ano pouco tem a ver com a gestão Bolsonaro.

"Ainda não deu tempo de sentir o efeito do novo governo. Temos uma tendência de recuperação lenta que está entrando no quarto ano", disse.

O professor afirma que há limitações para a recuperação econômica em diversas frentes. Com a regra do teto de gastos, que impede que as despesas do governo cresçam acima da inflação, o setor público não é mais uma fonte de estímulo da atividade. Empresas e famílias também estão em condições limitadas de gerar esse impulso.

Na tentativa de ativar a economia, o governo anunciou a liberação de saques das contas do FGTS e do Pis/Pasep. A medida tem potencial de colocar R$ 63 bilhões na economia.

Silber sugere que a retomada viria mais rápido com um empenho do governo na realização de obras. "O governo federal está com milhares de obras paradas. Teria que fazer uma triagem das que não são um fracasso para concluir, além de acelerar um pouco o programa Minha Casa Minha Vida", afirmou.

Na saúde, o levantamento dos dados foi feito com base em indicadores monitorados em sistemas do Datasus, do Ministério da Saúde. 

A Folha consultou os especialistas Fátima Marinho, do Instituto de Estudos Avançados da USP, Adriano Massuda, médico sanitarista e pesquisador-visitante no Departamento de Saúde Global e Populações da Harvard T.H. Chan School of Public Health, Gulnar Azevedo, presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), e Luis Eugênio de Souza, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia.

Os dados apontam piora na oferta de assistência na atenção básica, área que representa a porta de entrada para o SUS. Um exemplo é a queda no número de médicos que atuam nas unidades básicas de saúde, locais que, no parâmetro ideal, deveriam resolver até 80% dos casos que chegam ao sistema. Antes em crescimento, o número de profissionais passou de 30 mil, segundo dados de junho do último ano, para 26 mil neste ano.

Para especialistas, a situação está atrelada ao desmonte do programa Mais Médicos. A estimativa até junho era que houvesse mais de 3.800 postos vazios. O ministério não tem fornecido dados atualizados sobre as vagas desocupadas.

Outros indicadores também apontam sinais de alerta. É o caso de uma queda no número de agentes comunitários de saúde, profissionais encarregados de fazer o atendimento da população casa a casa.
Na contramão, o número de equipes de Saúde da Família teve aumento, embora em ritmo bastante menor em relação aos últimos anos. O sistema, porém, não permite ver quantas dessas equipes estão completas.

Também houve queda no número de consultas pré-natal e de atenção básica nos primeiros meses do ano. Outro impacto foi um aumento no número de internações de menores de cinco anos por pneumonia, indicador que está atrelado à falta de assistência na atenção básica.

O primeiro semestre na área de educação ficou marcado por uma paralisia de ações e turbulências políticas, com disputas entre as alas militar, técnica e ideológica, troca de equipes e até demissão de ministro. Em abril, saiu Ricardo Vélez Rodríguez e chegou Abraham Weintraub.

Houve melhora em apenas 1 de 12 indicadores elencados na área de educação: o MEC conseguiu oferecer mais contratos do Fies, o programa de financiamento estudantil.

Por outro lado, registrou-se queda no número de bolsas de pesquisa e esvaziamento de ações para a educação básica. Investimentos federais para bolsas de alfabetização e apoio à educação integral foram zerados.

A pasta teve um bloqueio de R$ 5,8 bilhões do orçamento, com impactos desde educação infantil à pós-graduação. Os cortes inspiraram manifestações em dezenas de cidades.

O governo anunciou somente no dia 15 de julho um plano estratégico para a educação básica, mas, de novidade, só previu o apoio à criação de 108 escolas cívico-militares até 2023.

Para Olavo Nogueira Filho, do Movimento Todos Pela Educação, o plano tem avanços ao, por exemplo, ter precedido de diálogo com as redes de ensino, o que havia ficado comprometido nos primeiros meses do ano.

Mas pondera: "Depois de mais seis meses é um plano que não traz medidas concretas, quase em nível de programa de governo. É genérico, sem diretrizes de operação, metas específicas", diz ele, ressaltando também não ver "muita aderência com o discurso de priorização da educação básica." 

No meio ambiente, recente foco de crise entre Bolsonaro e técnicos da área, o desmatamento na Amazônia subiu 25% nos meses de abril, maio e junho de 2019 em comparação a mesmo período de 2018.

Na área de segurança, dados relativos ao primeiro trimestre de 2019 apresentam recuo nos homicídios dolosos de 22% em relação a igual período de 2018. O Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública) do Ministério da Justiça registra queda em todos os crimes violentos. O sistema, porém, não obedece a critérios básicos de padronização estatística e, por isso, é alvo de desconfiança de pesquisadores.

Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, indica cautela na análise de dados do Sinesp. "Não tem explicação concreta [para a queda de crimes]. Acontece nas 27 unidades da federação desde o começo do ano passado e não tem nenhum fator explicativo nacional."

Governo federal afirma que atua para melhorar cenários

OUTRO LADO

Em resposta à Folha, ministérios afirmaram que o governo já adota medidas com potencial para trazer resultados positivos nas diferentes áreas de atuação da gestão pública.

O subsecretário de Política Macroeconômica do Ministério da Economia, Vladimir Kuhl Teles, afirmou que houve uma quebra estrutural do país nos últimos anos, o que exige a adoção de medidas estruturantes, como as reformas trabalhadas pelo governo. "Essas reformas levam tempo, estamos começando agora", disse.

Teles reconhece que o país teve um semestre ruim na economia e afirma que o cenário internacional não é um fator que ajuda. Segundo o subsecretário, entre as medidas que devem trazer efeito positivo para a economia estão a liberação de saques do FGTS, a reforma da Previdência, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, o programa de barateamento do gás natural, a revisão de normas trabalhistas e o andamento das privatizações.

"São medidas estruturais que têm impacto de promover crescimento sustentável", disse.

Na área da saúde, o governo afirma que adotou um conjunto de ações para fortalecer a atenção primaria, área que, afirma, não vinha recebendo o cuidado devido nos últimos anos, vide a queda das taxas de vacinação e aumento taxas de diabetes e hipertensão.

A pasta afirma que implementou medidas como o lançamento do programa Médicos pelo Brasil em substituição ao Mais Médicos e o programa Saúde na Hora, que oferece incentivo financeiro para Unidades de Saúde da Família que implementarem novas equipes e ampliarem horário de atendimento à população.

O ministério diz ainda que implementou o reajuste do piso salarial dos agentes comunitários de saúde que prevê, em 2019, o repasse de R$ 5 bilhões do Ministério da Saúde para custear as atividades desses profissionais. O reajuste foi aprovado durante o governo Michel Temer.

Na área ambiental, o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) reconhece que há aumento no desmatamento, mas vem questionando dados e afirma que pretende mudar o monitoramento de florestas.
Recentemente, após divergências com o posicionamento do governo, o diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, foi demitido.

Em nota, o MEC defende que as mudanças de equipe não tiveram impacto no andamento da pasta.

Na educação básica, alçado como prioridade, o MEC afirma que intensificou a cooperação com representantes das secretarias municipais e estaduais de educação como forma de impulsionar a etapa e tornar o Brasil referência na América Latina até 2030.

Entre as propostas estão, segundo o MEC, a revitalização de programas de educação integral no ensino fundamental e médio, apoio a implementação de escolas cívico-militares e apoio técnico para a implementação da Base Nacional Comum Curricular (que define o que os alunos devem aprender).

O governo ainda afirma que mantém diálogo com as universidades federais para resolver casos pontuais, indicando que pode descontingenciar recursos. A pasta reforça que apresentou, em julho, o Future-se, programa que "tem como objetivo modernizar as instituições federais de ensino".

AGROPECUÁRIA​ 

Piorou

  • PIB - Agropecuária*
    Resultado do PIB agropecuário registrou queda de 0,5% no primeiro trimestre de 2019, em comparação com o trimestre anterior. O IBGE ainda não divulgou o resultado do segundo trimestre deste ano

BOLSA DE VALORES

Melhorou 

  • Índice Bovespa
    O índice Bovespa, que capta o comportamento das principais ações negociadas na bolsa de São Paulo, saltou de 91 mil pontos no primeiro pregão deste ano, dia 2 de janeiro, para 100,9 mil pontos em 28 de junho

CÂMBIO 

Melhorou 

  • Dólar
    ​A cotação do dólar encerrou 2018 em R$ 3,87 e caiu para R$ 3,83 no encerramento de junho 

  • Expectativa para o dólar
    A expectativa do mercado para o dólar no fechamento de 2019, medida pelo Banco Central no Boletim Focus, registrou queda, indo de R$ 3,85 em dezembro de 2018 para R$ 3,80 no fim de junho

COMBUSTÍVEIS

Piorou 

  • Preço médio do diesel
    O valor médio do litro do diesel na bomba subiu de R$ 3,49 em dezembro de 2018 para R$ 3,60 em junho de 2019. O IPCA do primeiro semestre foi de 2,23%. O preço médio do diesel subiu 3,15% de janeiro a junho. O diesel subiu 3,15%

Estável

  • Preço médio da gasolina
    O valor médio do litro da gasolina na bomba subiu de R$ 4,36 em dezembro de 2018 para R$ 4,46 em junho de 2019. O IPCA do primeiro semestre foi de 2,23%. O preço médio da gasolina subiu 2,29% de janeiro a junho

COMÉRCIO EXTERIOR

Melhorou 

  • PIB-Importação de bens e serviços*
    A importação de bens e serviços, medida pelo IBGE no PIB, teve alta de 0,5% no primeiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior. O IBGE ainda não divulgou o resultado do segundo trimestre deste ano

Estável 

  • Importação
    Resultado da importação ficou em US$ 83,8 bilhões no primeiro semestre, mesmo saldo dos primeiros seis meses de 2018

Piorou

  • PIB-Exportação de bens e serviços*
    A exportação de bens e serviços, medida pelo IBGE no PIB, teve queda de 1,9% no primeiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior. O IBGE ainda não divulgou o resultado do segundo trimestre deste ano
  • Balança comercial
    O saldo comercial brasileiro ficou positivo em US$ 26 bilhões no primeiro semestre deste ano, pior do que os US$ 30 bilhões do mesmo período de 2018
  • Exportação
    As exportações brasileiras caíram 3,5% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2018. O resultado caiu de US$ 113,8 bilhões para US$ 109,8 bilhões
  • Corrente de comércio
    A corrente de comércio (soma de exportação com importação), que somou US$ 197,6 bilhões no primeiro semestre de 2018, caiu para US$ 193,6 bilhões neste ano

CONFIANÇA DOS BRASILEIROS 

Melhorou 

  • Índice Datafolha de Confiança
    Pesquisa mede indicadores como o orgulho ou vergonha de ser brasileiro, além de expectativas econômicas. Em julho, a média do índice foi de 123. É superior ao verificado nas pesquisas de 2015, primeiro ano do segundo mandato de Dilma Rousseff, e dos seis primeiros meses de Michel Temer, em 2016 (87)

CONGRESSO NACIONAL

Estável 

  • Avaliação popular do desempenho de deputados e senadores
    Índice, segundo pesquisa do Datafolha de julho, é similar (dentro da margem de erro) ao aferido em junho de 2015, primeiro ano da legislatura passada

CONSUMO

Melhorou 

  • PIB-Consumo das famílias*
    Medido pelo IBGE no PIB, teve alta de 0,3% no primeiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior. O IBGE ainda não divulgou o resultado do segundo trimestre deste ano
  • PIB-Consumo do governo*
    Medido pelo IBGE no PIB, teve alta de 0,4% no primeiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior. O IBGE ainda não divulgou o resultado do segundo trimestre deste ano.

Piorou

  • Confiança do consumidor
    Medido pela FGV/Ibre, recuou de 93 pontos em dezembro de 2018 para 88,5 pontos em junho
  • Endividamento das famílias
    Em relação à renda acumulada em 12 meses, atingiu 44,04% em maio, maior percentual dos últimos três anos
  • Preço médio da cesta básica
    Calculado pelo Dieese em 17 capitais, foi de R$ 440 em junho, alta de 12,5% em relação a junho de 2018
  • Número de consumidores inadimplentes
    Levantamento mensal da Serasa Experian mostra que o estoque de consumidores inadimplentes no país saltou de 62,2 milhões em janeiro para 63,4 milhões em junho

CONTAS PÚBLICAS

Melhorou 

  • Arrecadação tributária
    Arrecadação federal teve alta real de 1,8% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2018. O resultado saltou de R$ 749,8 bilhões para R$ 763,3 bilhões
  • Resultado primário do Governo Central
    Resultado primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) melhorou no primeiro semestre de 2019, em comparação com o mesmo período de 2018. O déficit nas contas caiu de R$ 31,6 bilhões para R$ 28,9 bilhões

Piorou 

  • Dívida Pública
    A dívida pública federal registrou trajetória de alta nos primeiros seis meses deste ano. O estoque da dívida, que encerrou 2018 em R$ 3,877 trilhões, avançou para R$ 3,977 trilhões em junho

CORRUPÇÃO

Estável 

  • Expectativa de corrupção
    O Datafolha captou dois resultados, um negativo e um positivo. O índice dos brasileiros que acreditam que a corrupção vai aumentar pulou de 19% em dezembro para 43% em julho. Por outro lado, houve uma queda acentuada no percentual de brasileiros que consideram a corrupção como a área mais problemática do país (de 20% em dezembro para 7% em julho)

CULTURA

Estável 

  • Orçamento da pasta
    Apesar de ter deixado de ser ministério, desembolsos da área seguem padrão de 2018

EDUCAÇÃO

Melhorou 

  • Número de contratos do Fies
    Número de contratos do Fies (financiamento estudantil do ensino superior) no 1º semestre foi maior do que no mesmo período de 2018

Piorou

  • Investimento federal para construção de creches
    O país tem 4.981 obras de creche com dinheiro federal inacabadas. Até abril, gasto do MEC representou 13% do executado no mesmo período de 2018
  • Número de escolas apoiadas para melhoria de ensino no 1º e 2º anos
    MEC abandonou programa Mais Alfabetização no primeiro semestre
  • Investimentos federais na melhoria de ensino no 1º e 2º anos
    MEC abandonou programa Mais Alfabetização no primeiro semestre
  • Bolsas para alfabetização de adultos
    MEC não investiu no Programa Brasil Alfabetizado, de bolsas para alfabetização de jovens e adultos
  • Investimento federal em ensino integral
    Investimento federal para apoio à modalidade nos ensinos fundamental e médio. MEC não realizou repasses para apoiar redes públicas na criação e manutenção de alunos em tempo integral
  • Repasses para obras de acessibilidade e instalação água nas escolas
    MEC abandonou no primeiro semestre política de repasses para obras de acessibilidade e instalação água nas escolas
  • Repasses para instalação de internet nas escolas
    MEC abandonou no primeiro semestre política de repasses para instalação de banda larga nas escolas
  • Número de alunos no Pronatec (educação profissional)
    Sem uma nova política de ensino técnico, número de alunos do Pronatec foi reduzido em 58% entre 2018 e 2019
  • Bolsas integrais e presenciais do Prouni
    Oferta de bolsas integrais, direcionada para os mais pobres, teve redução na modalidade presencial
  • Bolsas para pós-graduação
    Capes já cortou cerca de 6% das bolsas de mestrado e doutorado
  • Avaliação popular
    De acordo com o Datafolha, saltou de 10% para 15% (de dezembro a julho) o índice de brasileiros que consideram a área como a mais problemática do país

EMPREGO

Melhorou 

  • Caged
    Cadastro do Ministério do Trabalho que registra contratações e demissões de empregados, sob o regime da CLT. Saldo de carteiras de trabalho assinadas no primeiro semestre de 2019 foi de 408.500 novas vagas, quase similar ao do primeiro semestre de 2018, com pequena variação positiva (16.039 vagas a mais)
  • Taxa de desemprego
    Taxa, medida pelo IBGE, foi de 12% no trimestre abril-maio-junho, 0,4 ponto percentual a menos do que mesmo período de 2018
  • Pessoas com carteira de trabalho assinada
    33,2 milhões de brasileiros tinham carteira de trabalho assinada no trimestre encerrado em junho, contra 32,8 milhões no mesmo período do ano anterior
  • Contribuintes do INSS
    Número de contribuintes para instituto de Previdência foi de 58,6 milhões no trimestre encerrado em junho, contra 57,9 milhões no mesmo período do ano anterior

Estável

  • Rendimento médio do trabalhador
    Valor do rendimento mensal caiu de R$ 2.295 para R$ 2.290, cenário considerado estável pelo IBGE 

Piorou

  • Pessoas sem carteira de trabalho assinada
    Número de brasileiros do setor privado na informalidade subiu 5,2% em relação ao mesmo período do ano anterior
  • Subutilização da força de trabalho
    Taxa da subutilização (brasileiros que não trabalharam ou trabalharam menos do que gostariam no período) foi de 24,8% da força de trabalho no trimestre encerrado em junho (a maior desde 2012), contra 24,5% do mesmo período do ano anterior

ENTES FEDERADOS

Estável 

  • Estados com gasto de pessoal acima do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal
    Número de estados que ultrapassam o limite máximo de 49% da receita corrente líquida em despesas com pessoal do Executivo ficou estável. Cinco entes descumprem a regra

Piorou 

  • Estados em dificuldade de honrar dívidas 
    Aumentou o número de estados classificados com nota C e D, o que indica dificuldade de honrar dívidas e impede que façam empréstimos com garantia da União. No fim de 2018, eram 13 estados nessa situação. Agora, prévia fiscal do Tesouro Nacional mostra que o número subiu para 15

GESTÃO

Piorou 

  • Avaliação do governo
    Presidente tem 33% de bom e ótimo, a pior avaliação popular dos presidentes de primeiro mandato nos seis primeiros meses de governo, de acordo com o Datafolha. Ele empata em ótimo e bom com Fernando Collor (1990-1992), que obteve 34%, mas tem reprovação maior do que a do ex-presidente (33% contra 20% de Collor)

INDÍGENAS

Estável 

  • Recursos para a Funai
    De acordo com o Siga Brasil, os recursos desembolsados para a Funai ficaram estáveis: R$ 271 milhões no primeiro semestre de 2019 contra R$ 275 em igual período de 2018

Piorou 

  • Demarcação de terras
    Não houve nenhuma terra indígena declarada (autorizada a ser demarcada fisicamente) ou homologada até agora pela gestão Bolsonaro, apesar de haver 118 áreas em identificação, segundo o Instituto Socioambiental (ISA). No governo Michel Temer houve três terras indígenas declaradas e uma homologada, a pior marca até então desde a redemocratização do país

INDÚSTRIA

Piorou 

  • PIB/Indústria*
    Produção industrial medida pelo IBGE recuou 1,6% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2018

INFLAÇÃO

Melhorou 

  • IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)
    O IPCA, que mede os preços de produtos do varejo para consumo das famílias, teve elevação acumulada de 2,23% nos primeiros seis meses deste ano, enquanto a alta foi de 2,60% no mesmo período de 2018
  • Preços administrados
    De acordo com o IBGE, a variação acumulada dos 23 itens com preços administrados —que inclui taxa de água, energia, gás e gasolina— foi de 3,12% no primeiro semestre deste ano, contra 5,56% no mesmo período de 2018
  • INPC
    O INPC, que mede os preços da cesta de consumo da população com renda de até cinco salários mínimos, subiu 2,45% no primeiro semestre, enquanto a alta no mesmo período de 2018 foi de 2,57%
  • IGP-M
    O IGP-M, índice que orienta os reajustes de aluguel no país, teve alta acumulada de 4,38% de janeiro a junho deste ano. No mesmo período de 2018, a elevação foi de 5,39%

INFRAESTRUTURA

Melhorou 

  • Geração de energia elétrica
    De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a geração de energia no país registrou alta no primeiro semestre deste ano, se comparado com o mesmo período de 2018. O país gerou 277.869 GWh (gigawatt-hora) no primeiro semestre de 2018 e 286.167 GWh no mesmo período de 2019
  • Fluxo de veículos nas estradas pedagiadas​
    Índice ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) aponta que de janeiro a junho de 2019 houve crescimento de 4,1% no fluxo de veículos leves e pesados nas estradas pedagiadas

Estável 

  • Satisfação dos usuários de aeroportos
    A Pesquisa de Satisfação do Passageiro e Desempenho de Aeroportuário, realizada desde 2013 pela Secretaria de Aviação Civil, aponta que, de 1 a 5, a satisfação geral do passageiro ficou em 4,39 no segundo trimestre de 2019, mesmo resultado do último trimestre de 2018
  • Produção de barril de petróleo
    Levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostra que a produção de petróleo no Brasil no primeiro semestre deste ano permaneceu no mesmo patamar observado no primeiro semetre de 2018. Nos dois períodos, a produção acumulada foi de aproximadamente 470 milhões de barris

INSTITUIÇÕES

Melhorou 

  • Grau de confiança nas instituições
    De acordo com a pesquisa do Datafolha, todas as instituições foram ligeiramente mais bem avaliadas em relação à pesquisa feita em junho de 2018

INVESTIMENTOS

Melhorou 

  • Investimentos diretos no país
    Dados do Banco Central mostram que o investimento direto no país subiu de US$ 33,8 bilhões no primeiro semestre de 2018 para US$ 37,3 bilhões neste ano 

Piorou 

  • Índice de confiança do empresariado
    O índice de confiança empresarial, medido pela FGV/Ibre, recuou de 95,8 pontos em dezembro de 2018 para 92,6 pontos em junho
  • PIB-Investimentos*
    Os investimentos, medidos pelo IBGE no PIB, caíram 1,7% no primeiro trimestre, em comparação com o trimestre anterior. O IBGE ainda não divulgou o resultado do segundo trimestre deste ano 

JUROS

Estável 

  • Taxa Selic
    A taxa básica de juros da economia permaneceu, no semestre, inalterada em 6,5% ao ano

Piorou 

  • Taxa média de juros
    Segundo o Banco Central, a taxa média de juros das contratações subiu de 23,3% ao ano em dezembro de 2018 para 25,2% ai ano em junho 

MEIO AMBIENTE

Piorou 

  • Desmatamento na Amazônia Legal
    De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), houve alta de 24,8% das áreas de desmatamento corte raso nos meses de abril, maio e junho de 2019 (total de 1.907,1 km2) em comparação a mesmo período de 2018 (1.528,2 km2)
  • Desmatamento no Cerrado
    De acordo com o projeto Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a área desmatada de ago/2017-jul/2018 foi de 4.764 km². Já de ago/2018-jul/2019 subiu para 5.997 km² —alta de 26% 
  • Multas aplicadas pelo Ibama
    As multas por crimes contra a flora caíram 23% nos seis primeiros meses do governo na comparação com a média registrada no mesmo período nos últimos cinco anos. Entre janeiro e junho de 2019, foram 5.826 autuações. O ano com menos autuações dessa série, nesse mesmo período, até então era 2017 (7.051)

PIB

Piorou 

  • Expectativa para PIB 2019*
    A expectativa do mercado para o crescimento do PIB em 2019, medida pelo Banco Central no Boletim Focus, caiu de 1,3% em dezembro de 2018 para 0,87% no fim de junho
  • PIB*
    O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) medido pelo IBGE recuou 0,2% em relação ao trimestre anterior, já descontados os efeitos sazonais. O IBGE ainda não divulgou o resultado do segundo trimestre deste ano

PROGRAMAS SOCIAIS

Estável 

  • Bolsa Família
    Números gerais do carro-chefe dos programas sociais do governo seguem similares aos de 2018

Piorou 

  • Repasses ao Minha Casa Minha Vida
    A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) afirmou no início de agosto que há atraso de pagamentos que chegam a 60 dias e somam R$ 500 milhões somente na faixa 1 do programa. Novas contratações no primeiro semestre foram de 153,9 mil novas unidades, apenas 29% do montante de 2018

SAÚDE

Melhorou 

  • Unidades de saúde que funcionam com 3º turno
    Governo lançou o programa Saúde na Hora, que criou regras e passou a dar incentivo financeiro para que unidades de saúde de algumas cidades funcionem também no período noturno. Até início de agosto, 546 já haviam sido habilitadas
  • Consultas na atenção especializada
    Enquanto houve queda no número de consultas de atenção básica, houve crescimento no total de consultas da atenção especializada

Piorou 

  • Médicos na atenção básica
    Número, que engloba o total de médicos em equipes de Saúde da Família e médicos de família e comunidade, os quais atuam em unidades de saúde, interrompeu tendência de crescimento registrada nos últimos anos. De 30.204 médicos registrados em junho de 2018, número passou para 26.859 em junho deste ano. Redução coincide com falta de reposição de vagas no Mais Médicos 
  • Repasses federais para atenção básica
    Embora tenha elencado a atenção básica como principal bandeira da nova gestão, os repasses federais para essa área caíram neste ano proporcionalmente em relação a outras áreas. O cálculo considera as transferências federais de recursos de custeio com repasse fundo a fundo, com consulta feita no site do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde no dia 28 de julho de 2019
  • Agentes comunitários de saúde
    Número de agentes comunitários de saúde teve queda neste ano e chegou ao menor número dos últimos cinco anos. Em junho de 2018, havia 283.412 agentes cadastrados nos sistemas do Ministério da Saúde. Neste ano, são 281.255. Profissional tem papel importante para a atenção básica
  • Consultas de pré-natal
    Total de consultas de pré-natal manteve queda que já havia sido registrada em 2018 e chegou a número ainda menor nos primeiros meses deste ano. Para especialistas, situação pode estar atrelada à falta de reposição de vagas do Mais Médicos
  • Consultas na atenção básica
    O total de consultas na atenção básica manteve queda que já vinha sendo registrada desde o último ano e chegou a número ainda menor nos primeiros meses deste ano
  • Cobertura vacinal
    País ainda não conseguiu reverter queda na cobertura vacinal. Neste ano, alguns indicadores estão mais baixos, e situação se agravou devido à falta de algumas vacinas, como BCG
  • Número de internações por pneumonia em menores de cinco anos
    Número de internações teve aumento neste ano em comparação aos anos anteriores. Para especialistas, isso pode ocorrer devido à redução no número de médicos na atenção básica. A complicação por pneumonia reflete a falta de atendimento e tratamento nesta etapa

Estável 

  • Equipes de Saúde da Família
    Crescimento no número de equipes foi mantido, embora em menor ritmo neste ano em relação aos anteriores. Segundo especialistas, divergência entre aumento no número de equipes de Saúde da Família e redução de médicos neste ano pode estar atrelada às regras para formação de equipes de atenção básica implementadas nos últimos anos, e que passaram a permitir o registro de equipes com menos profissionais. Por outro lado, houve redução de equipes em algumas regiões, como no semiárido
  • Número de usuários de planos de saúde
    Após forte queda, indicador tem apresentado maior estabilidade. Número é afetado por situação econômica (como empregos)

SEGURANÇA

Melhorou 

  • Homicídio doloso*
    Dados relativos ao primeiro trimestre de 2019 apresentam recuo de 22% em relação a igual período de 2018. O Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), porém, não obedece a critérios básicos de padronização estatística e, por isso, é alvo de desconfiança de pesquisadores. Sem exigir um critério técnico dos estados e distritos nem fiscalizar a origem da coleta de dados, o Sinesp cumpre o papel de plataforma tecnológica que reúne informações sobre ocorrências criminais enviadas pelos estados de forma genérica e, muitas vezes, incompleta
  • Lesão corporal seguida de morte*
    Dados relativos ao primeiro trimestre de 2019 apresentam recuo de 9% em relação a igual período de 2018. O Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), porém, não obedece a critérios básicos de padronização estatística e, por isso, é alvo de desconfiança de pesquisadores. Sem exigir um critério técnico dos estados e distritos nem fiscalizar a origem da coleta de dados, o Sinesp cumpre o papel de plataforma tecnológica que reúne informações sobre ocorrências criminais enviadas pelos estados de forma genérica e, muitas vezes, incompleta
  • Latrocínio*
    Dados relativos ao primeiro trimestre de 2019 apresentam recuo de 23% em relação a igual período de 2018. O Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), porém, não obedece a critérios básicos de padronização estatística e, por isso, é alvo de desconfiança de pesquisadores. Sem exigir um critério técnico dos estados e distritos nem fiscalizar a origem da coleta de dados, o Sinesp cumpre o papel de plataforma tecnológica que reúne informações sobre ocorrências criminais enviadas pelos estados de forma genérica e, muitas vezes, incompleta

SERVIÇOS

Melhorou

  • PIB/Serviços*
    Resultado do PIB de serviços registrou alta de 0,2% no primeiro trimestre de 2019, em comparação com o trimestre anterior. O IBGE ainda não divulgou o resultado do segundo trimestre deste ano

TRÂNSITO

Estável  

  • Mortes nas estradas federais
    De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal, o números de mortos e feridos em acidentes nas rodovias federais ficou estável no primeiro semestre de 2019 (2.520 mortos e 37.741 feridos) em comparação com o primeiro semestre de 2018 (2.548 mortos e 37.515 feridos)

*Indicadores se referem ao primeiro trimestre; os dados semestrais ainda não foram divulgados pelo governo

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