Repórter da Folha e outros 4 jornalistas recebem prêmio de liberdade de imprensa

Homenageada pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas, Patrícia Campos Mello foi alvo de ameaças após publicar reportagem em 2018

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São Paulo

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), organização independente de defesa da liberdade de expressão, entrega nesta quinta-feira (21), em Nova York, o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa a cinco jornalistas que foram ameaçados por suas reportagens.

Entre eles está a repórter especial e colunista da Folha Patrícia Campos Mello, alvo de ataques após a publicação da reportagem "Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp", em 18 de outubro do ano passado.

A repórter especial e colunista da Folha Patrícia Campos Mello durante evento na sede do jornal, em São Paulo
A repórter especial e colunista da Folha Patrícia Campos Mello durante evento na sede do jornal, em São Paulo - Danilo Verpa - 22.fev.19/Folhapress

Também serão laureados a jornalista investigativa indiana Neha Dixit, os nicaraguenses Lucía Pineda Ubau e Miguel Mora, e o tanzaniano Maxence Melo Mubyazi. A premiação é entregue desde 1991.

Depois de publicar a reportagem, durante a campanha presidencial de 2018, Campos Mello teve sua conta de WhatsApp hackeada e recebeu duas ligações telefônicas de número desconhecido nas quais uma voz masculina a ameaçou.

As ameaças também se alastraram por grupos de apoio ao então candidato e hoje presidente, Jair Bolsonaro, no WhatsApp. Foram distribuídas mensagens convocando eleitores bolsonaristas para confrontar Campos Mello no endereço onde aconteceria um evento que seria moderado por ela.

A indiana Neha Dixit, especializada na cobertura de direitos humanos, sofreu ameaças físicas e jurídicas, além de assédio nas redes sociais, após relatar a má conduta da polícia e de grupos da extrema direita na Índia.

Pineda Ubau e Mora são diretora e editor, respectivamente, da emissora de TV 100% Notícias, um dos mais proeminentes veículos de mídia independente na Nicarágua, onde o ditador Daniel Ortega aumentou a repressão a opositores e jornalistas. Os dois ficaram seis meses presos, isolados e sob vigilância, por sua cobertura das manifestações contra o regime.

 

Maxence Melo Mubyazi é cofundador e diretor do Jamii Forums, um dos principais sites de discussão online na Tanzânia. Em 2017, compareceu 81 vezes em tribunais após ser processado sob a Lei de Crimes Cibernéticos. Instituída pelo governo em 2015, na prática a legislação expandiu os poderes de vigilância estatal na internet.

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