Descrição de chapéu O que foi a Ditadura

De 1964 a 1985, veja linha do tempo da ditadura militar

Confira os principais acontecimentos dos 21 anos de regime militar

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São Paulo

Veja os principais acontecimentos de 1964 a 1985, durante os 21 anos em que os militares estiveram no poder no Brasil.

1964

  • 31.mar.: O general Olímpio Mourão Filho deflagra o golpe ao marchar com tropas que comandava em Juiz de Fora (MG), em direção ao Rio de Janeiro
  • 2.abr.: Congresso declara Presidência vaga, embora João Goulart ainda estivesse no país; presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, assume interinamente
  • 9.abr.: É baixado o primeiro Ato Institucional, que institucionaliza o golpe
  • 11.abr.: General Humberto de Alencar Castello Branco é eleito presidente por um colégio eleitoral
  • Ano termina com 20 mortos e 203 denúncias de tortura

1965

  • 27.out.: É baixado o AI-2. Castello Branco dissolve partidos e torna indireta a eleição para presidente da República
  • No fim do ano, foram registradas 84 denúncias de tortura e 3 mortes

1966

  • 5.fev.: Ato Institucional nº 3 torna indiretas também as eleições para governadores
  • Mar.: Protestos ocorrem em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte; duas bombas explodem no Recife
  • 3.out.: General Artur da Costa e Silva é eleito presidente pelo Congresso
  • Foram contabilizadas 66 denúncias de torturas e 2 mortos

1967

  • 15.mar.: Costa e Silva toma posse
  • Neste ano, as denúncias de torturas chegaram a 50

1968

  • 28.mar.: Polícia Militar mata o estudante Edson Luís de Lima Souto, no Rio, provocando protestos de rua
  • 26.jun: Passeata dos 100 mil reúne opositores e artistas no Rio de Janeiro
  • 18.jul.: Teatro onde se encenava a peça Roda Viva em São Paulo é depredado e os atores, espancados
  • 12.out.: Cerca de mil estudantes são presos em Ibiúna (SP), onde acontecia o Congresso da UNE
  • 13.dez.: É baixado o AI-5. A imprensa é censurada e centenas de pessoas são presas
  • Iniciam-se os "anos de chumbo"
  • Denúncias de tortura chegaram a 85

1969

  • Ago.: Costa e Silva adoece
  • 31.ago.: Uma junta militar formada pelos comandantes do Exército, Lira Tavares, Marinha, Augusto Rademaker, e Aeronáutica, Márcio de Souza Melo, assume a Presidência
  • 4.set: Grupos de esquerda sequestram o embaixador americano, Charles Elbrick, e o libertam três dias depois, em troca da soltura de prisioneiros políticos
  • 17.out.: Uma nova Constituição é promulgada, endurecendo o regime
  • 30.out.: Congresso reaberto elege general Emílio Garrastazu Médici presidente
  • 4.nov.: Líder da ALN (Ação Libertadora Nacional), Carlos Marighella, é morto em uma emboscada em São Paulo
  • As denúncias de torturas chegaram a 1.027

1970

  • Início do "milagre econômico", que duraria até o meio da década e registraria taxas de crescimento do PIB de dois dígitos
  • 21.jun: Brasil é tricampeão mundial de futebol, e regime tira proveito do clima de ufanismo vigente
  • Set.: São criados os DOIs (Destacamento de Operações de Informação), com o objetivo de controlar as informações e reprimir os opositores do regime militar
  • Cerca de 1.200 denúncias de tortura e 30 mortes foram registradas no ano

1971

  • 20.jan: ex-deputado Rubem Paiva é preso em casa; seu corpo nunca foi encontrado
  • 17.set.: Carlos Lamarca, militar desertor e um dos líderes da luta armada contra a ditadura, é morto por forças do regime na Bahia
  • Chegam a 778 as denúncias de tortura, com 30 foram mortos

1972

  • Jan.: Exército descobre base de treinamento de guerrilha do PC do B no Araguaia
  • Ago: Anistia Internacional divulga relatório de 91 páginas com 472 nomes de torturadores e 1.081 torturados

1973

  • 18.jun.: Médici informa ao general Ernesto Geisel que ele será seu sucessor na Presidência
  • Jul.: O jornal Estado de S. Paulo começa a publicar poemas nos espaços censurados
  • Out.: Regime inicia sua maior nova ofensiva no Araguaia

1974

  • 15.mar.: Ernesto Geisel toma posse
  • 29.ago.: Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura
  • Set.: Ocorrem prisões no Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento)
  • Out.: Exército mata última guerrilheira do Araguaia, a estudante Walkiria Afonso Costa, de 27 anos

1975

  • 25.out.: Jornalista Vladimir Herzog, simpatizante comunista, comparece ao DOI-Codi para prestar depoimento; horas depois, é encontrado morto
  • 27.out.: Herzog é sepultado; no dia 31, é realizado um culto ecumênico na Catedral da Sé pela sua memória
  • O ano termina com 585 denúncias de tortura

1976

  • 16.jan: Operário Manoel Fiel Filho é preso e levado às dependências do Doi-CODI, onde é morto pela ditadura no dia seguinte
  • 19.ago.: Bombas são jogadas na ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)
  • 22.set.: Bispo dom Adriano Hipólito é sequestrado, e uma bomba explode na casa do jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo
  • 156 denúncias de tortura foram registradas no ano

1977

  • 30.mar.: Estudantes de São Paulo desafiam proibição do regime e vão às ruas protestar
  • 13.abr: Geisel lança o Pacote de Abril, que cria a figura do "senador biônico"
  • Mai.: Cerca de 80 mil estudantes entram em greve em todo o país
  • 6.jun.: Polícia militar invade a Universidade de Brasília
  • 22.set.: PUC-SP é invadida e 1.700 estudantes são detidos
  • 15.set.: O jornalista Lourenço Diaferia é preso após escrever uma coluna na Folha que foi considerada ofensiva à memória do Duque de Caxias
  • 12.out: Geisel exonera o ministro do Exército, Sílvio Frota, representante da linha dura
  • Dez.: Geisel comunica o general João Baptista Figueiredo que ele será seu sucessor
  • No fim do ano, havia cerca de 214 denúncias de tortura registradas

1978

  • Ao menos 26 bombas explodem ao longo do ano em diversas cidades
  • Jun.: Chega ao fim a censura à Tribuna da Imprensa, e o Jornal do Brasil publica todos os textos proibidos desde 1969
  • Out.: Justiça responsabiliza a União pela morte de Vladimir Herzog
  • Dez.: Na última edição do ano, o Jornal do Brasil traz na manchete: "Regime do AI-5 acaba à meia noite de hoje"

1979

  • Ao menos três bombas explodem ao longo do ano
  • Tem início uma série de atentados a bancas de jornal
  • 13.mar.: Metalúrgicos do ABC decretam greve geral. Sindicato, comandado por Luiz Inácio Lula da Silva, é colocado sob intervenção
  • 28.ago.: É sancionada por Figueiredo a Lei da Anistia. Exilados podem retornar ao país
  • Nov.: Congresso põe fim ao bipartidarismo. Tancredo Neves cria o Partido Popular e Leonel Brizola, o PDT. Arena vira PDS e MDB, o PMDB

1980

  • 10.fev.: Partido dos Trabalhadores é fundado
  • 1º.abr.: Metalúrgicos do ABC entram em greve; em 17.abr, governo decreta intervenção no sindicato, e dois dias depois, Lula é preso

1981

  • 30.abr.: Bomba explode por acidente no estacionamento do Riocentro, no Rio de Janeiro, frustrando atentado contra evento do Dia do Trabalhador; incidente, que matou um militar e feriu outro, mostra ação da linha dura do regime

1982

  • 15.nov.: É realizada a primeira eleição direta para governador desde que se instaurou o regime militar, e cerca de 48 milhões de eleitores vão às urnas; PMDB vence em São Paulo, Minas Gerais e Paraná; Brizola é eleito no Rio

1983

  • 2. mar.: Deputado Dante de Oliveira (PMDB) apresenta projeto de emenda constitucional que pede o restabelecimento da eleição direta para presidente
  • 15.mar.: Governadores eleitos são empossados
  • 15.jun.: Cerca de 5.000 pessoas participam de comício pelas Diretas, em Goiânia
  • Nov.: PT realiza comício em São Paulo. Folha inicia campanha pelas Diretas

1984

  • 25.jan.: Cerca de 200 mil pessoas participam de comício pró-Diretas na praça da Sé, em São Paulo
  • Fev. a Abr.: mobilização das Diretas se espalha pelo país
  • 25.abr.: Emenda de Dante de Oliveira é derrotada na Câmara; faltaram 22 votos

1985

  • 15.jan.: Tancredo Neves é eleito presidente pelo colégio eleitoral
  • 14.mar.: Na véspera da posse, Tancredo é hospitalizado em estado grave
  • 15.mar.: José Sarney assume a Presidência da República pondo fim ao regime militar
  • 21.abr.: No dia de Tiradentes, Tancredo morre aos 75 anos

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