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Boulos atinge 74% entre servidores; Covas é líder entre aposentados; conheça outros pontos da pesquisa Datafolha

Tucano vai melhor entre quem votou em Arthur do Val; Boulos tem altos índices entre aqueles que preferem o PT

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São Paulo

Segundo colocado na corrida para a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) viu seu índice de votos válidos oscilar positivicamente em dez pontos percentuais no estrato de funcionários públicos e chegar a 74%, seu melhor desempenho, segundo o Datafolha.

Na semana passada, Boulos falou em fortalecer o serviço público com novos concursos como uma forma de conter o deficit da Previdência municipal.

Já o líder, Bruno Covas (PSDB), alcança as maiores marcas entre quem votou em Arthur do Val no primeiro turno (81%) e aposentados (74%).

O primeiro levantamento após o primeiro turno foi realizado em 17 e 18 de novembro, e o segundo, nesta segunda-feira (23). As duas pesquisas têm margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Os menores índices de votos válidos de Covas nesta rodada estão entre quem votou em Jilmar Tatto no primeiro turno (17%) e entre funcionários públicos (17%). Já Boulos vai mal entre quem prefere outro partido que não PT, PSDB ou PSOL (19%) e aposentados (26%).

Polêmica que pode explicar o avanço de Boulos entre os servidores, um modelo sugerido por ele para equilibrar o déficit da previdência paulistana recebeu críticas de apoiadores e oponentes, foi ironizado e transformado em meme e levou o psolista a uma retratação em vídeo na última quarta-feira (19).

Em sabatina ao jornal O Estado de S. Paulo, Boulos estabeleceu uma relação de causalidade ao dizer que a previdência do serviço público é deficitária porque não se faz concurso. Para equilibrá-la, sugeriu mais contribuição, ou seja, novas contratações pelo Estado.

“Então você tem mais gente se aposentando, virando inativo para receber na previdência e, como não se faz concurso, você tem menos gente contribuindo para a previdência pública", afirmou, deixando claro que fazer concurso é uma forma de arrecadar mais para a previdência.

Após ampla repercussão negativa, Boulos divulgou um vídeo em suas redes sociais, que teve 15 mil curtidas no Twitter, com uma espécie de retratação. Disse que havia sido questionado por jornalistas sobre a realização de concursos públicos no contexto de déficit da previdência municipal —que chega a R$ 5,9 bi na capital paulista. Segundo ele, o trecho sobre o tema foi retirado de contexto.

“Argumento que usa o déficit da previdência municipal como justificativa para não fazer concursos não faz sentido, do ponto de vista contábil, já que os servidores contratados passariam a contribuir também para o fundo de previdência —realidade que em São Paulo foi modificada pelo Sampaprev de Doria e Bruno Covas."

O candidato finaliza o vídeo dizendo que não defende o equilíbrio da previdência por meio de novas contratações e que a maneira com que se expressou foi tirada do contexto da pergunta, o que "pode ter levado a crer nisso, que não é minha posição."

A reforma da previdência paulistana foi aprovada na gestão Bruno Covas (PSDB) em dezembro de 2018 após ampla resistência de servidores e vereadores, que realizaram manifestações na Câmara Municipal.

As principais mudanças implementadas foram um sistema de previdência complementar a novos funcionários com salário acima do teto do INSS (R$ 5.645,80, em 2017), transferência de parte do que a prefeitura tem a receber da dívida ativa para a previdência atual e aumento da alíquota de contribuição dos funcionários ativos e inativos e da própria prefeitura.

A uma semana do segundo turno em São Paulo, Boulos reduziu a distância em relação a Covas. Segundo o Datafolha, Boulos passou de 42% para 45% dos votos válidos, entre a pesquisa feita na semana passada (dias 17 e 18) e o levantamento desta segunda-feira (23).

Já Covas, o vencedor do primeiro turno, oscilou negativamente de 58% para 55%.

A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O instituto ouviu 1.260 pessoas. Encomendado pela Folha, o levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral com o número SP-0985/2020.

A contagem por votos válidos, que excluem os brancos e nulos, é a forma com que o TRE contabiliza o resultado.

Erramos: o texto foi alterado

Foi equivocado o uso do verbo subir no título inicial desta reportagem. No caso, houve uma oscilação positiva dentro dos limites da margem de erro, que, neste segmento, é de 18 pontos percentuais, para mais ou para menos. O texto foi corrigido.

 

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