Descrição de chapéu STF senado

Sem Alcolumbre, Bolsonaro avalia apoio a nomes do MDB para comando do Senado

Presidente também não descarta eventual apoio a Ciro Nogueira, mas governo demonstra receio sobre possibilidade de o PP comandar as duas Casas

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Brasília

Após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter barrado a candidatura à reeleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP), o presidente Jair Bolsonaro passou nesta segunda-feira (7) a discutir o apoio a novo nome para a sucessão ao Senado Federal.

Segundo assessores palacianos, antes mesmo de o julgamento definir que a recondução do senador é inconstitucional, o presidente já avaliava uma espécie de Plano B para a disputa legislativa no caso de uma derrota no Judiciário.

Presidente Jair Bolsonaro em Encontro com Davi Alcolumbre, presidente do Senado
Presidente Jair Bolsonaro em Encontro com Davi Alcolumbre, presidente do Senado - Alan Santos/PR

Nas conversas reservadas, Bolsonaro indicou simpatia por eventuais candidaturas de dois senadores do MDB: Fernando Bezerra (PE) e Eduardo Gomes (TO). O primeiro é líder do governo no Senado e o segundo, do Congresso. Ambos relataram a interlocutores terem interesse em ocupar o comando da Casa.

A avaliação no Palácio do Planalto é de que, sem a candidatura à reeleição de Alcolumbre, é natural que o MDB pleiteie o posto, uma vez que o partido detém a maior bancada do Senado, com 13 parlamentares.

A expectativa é de que Bolsonaro trate do assunto com Gomes nesta segunda-feira (7). Antes de tomar uma decisão, o presidente também já disse que pretende discutir o assunto com Alcolumbre, que chega a Brasília nesta segunda-feira (7).

Gomes diz não querer se manifestar antes de conversar com Alcolumbre. Nos bastidores, porém, ele é um dos que defende a prerrogativa do MDB e já relatou a aliados ter interesse na cadeira de presidente do Senado.

No Senado, embora não seja um consenso, há também um entendimento de que a prioridade para definir quem será o próximo presidente da Casa é do MDB. Além de Gomes e Bezerra, outro nome do partido que tem se mobilizado é o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Em 2019, o MDB travou uma disputa interna e os senadores da sigla tiveram que escolher entre Simone Tebet (MDB-MS) e Renan Calheiros (MDB-AL), que acabou vitorioso na eleição interna, mas foi derrotado por Alcolumbre no plenário.

Tebet tornou-se presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e sempre teve seu nome lembrado para suceder Alcolumbre. Ela também, em caráter reservado, tem demonstrado disposição em entrar na disputa.

Em seu próprio partido, no entanto, o nome da senadora não tem sido mencionado. Um correligionário da senadora disse que, se ela quiser ir para a disputa, terá que correr por fora, como fez no ano passado. Bolsonaro também não tem simpatia pela senadora. Os dois entraram em choque mais de uma vez durante o mandato do presidente.

Aliados de Tebet, porém, não descartam que ela consiga apoio de seu partido. A princípio, a parlamentar deve apenas acompanhar o fratricídios dos nomes hoje tidos como mais fortes para se colocar em cena em um momento de menos turbulência.

A favor da senadora, dizem interlocutores, há o entendimento de que integrantes do grupo pluripartidário "Muda, Senado!" teriam dificuldade em apoiar um nome apoiado pelo Palácio do Planalto.

No MDB, a avaliação é de que o candidato com mais chances de vitória será aquele que souber equilibrar uma posição intermediária entre Bolsonaro e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), sem deixar que o apoio de um resulte na oposição do outro.​

O senador submergiu depois da derrota em 2019 e até se aproximou de Alcolumbre, tornando-se um de seus principais conselheiros. Por ora, ele se mantém em silêncio e a postura que irá adotar mais na frente ainda é tida como uma incógnita.

De acordo com ministros palacianos, além de Gomes e Bezerra, o presidente também não descarta um apoio a uma eventual candidatura do senador Ciro Nogueira (PP-PI), considerado um dos líderes dos partidos do chamado centrão.

O Palácio do Planalto, contudo, demonstra receio sobre a possibilidade de o PP comandar as duas Casas. O nome favorito de Bolsonaro à sucessão na Câmara é do partido: o líder da sigla Arthur Lira (AL).

A preocupação principal é de que, à frente do Legislativo, o partido exija espaço na Esplanada dos Ministérios em troca de apoio a pautas governistas. Na disputa na Câmara, integrantes da sigla já têm pressionado o presidente por postos no primeiro escalão.​

Além desses nomes, há outros nomes que circulam como possíveis candidatos. Tasso Jereissati (PSDB-CE) age discretamente nos bastidores para tentar se viabilizar. Já o líder do PSL, Major Olímpio (SP), já anunciou sua candidatura nas redes sociais.

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