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84% dos leitores aprovam cobertura que Folha faz do governo Bolsonaro

Virulência de ataques do presidente à imprensa é amplamente condenada, mostra Datafolha

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São Paulo

A cobertura feita pela Folha do governo, criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é aprovada por 84% dos leitores —eram 67% no ocaso do governo Michel Temer (MDB), em 2018. Consideram-na regular 14% (eram 21%) e ruim ou péssima 2% (eram 11%).

Com a boca aberta, Jair Bolsonaro gesticula e exibe cópia de manchete do jornal Folha de S.Paulo
Com a manchete da Folha na mão, Bolsonaro manda jornalista calar a boca - Pedro Ladeira - 05.mai.20/Folhapress

É o que aponta pesquisa Datafolha com 526 pessoas que assinam ou leem o jornal de forma secundária, entre os dias 27 e 28 de janeiro. A margem de erro é de quatro pontos para mais ou menos.

Na véspera do impeachment de Dilma Rousseff (PT), 77% achavam que a Folha fazia um trabalho ótimo ou bom, 16%, regular e 6%, ruim ou péssimo. ​

Para 8% dos ouvidos agora, a Folha é mais crítica do que deveria ser sobre o governo (eram 29% em 2018 e 13% em 2016). O jornal é menos crítico do que deveria para 24% (10% e 14% no passado) e tem um tom na medida para 68% (60% e 71% antes).

A virulência dos ataques do presidente à imprensa e à Folha, um dos alvos preferenciais de suas críticas, é amplamente condenada.

Cresceu, de 2018 para cá, de 51% a 84% o número de leitores que dizem não ver razão nos ataques. Quem diz haver muita razão foi de 15% para 2%, e 13% veem um pouco de motivos para Bolsonaro (32% há pouco mais de dois anos).

A avaliação quando a Folha está na mira é semelhante: 82% (45% antes) não veem motivo para ataques, 12% (30% em 2018) veem um pouco e 5% (22% antes) apontam muitas razões.

A ideia de que as ações do presidente são uma ameaça à liberdade de imprensa no geral tem ressonância em 85% dos leitores (45% em 2018). Não acreditam nisso 15% (51% antes). Apontam risco à Folha 85% dos leitores (49% antes), e 14% não percebem isso (48% em 2018).

Em comparação com o momento posterior à eleição de Bolsonaro, o leitorado se deslocou para a centro-esquerda de forma mais sensível. Em novembro de 2018, 20% se diziam nessa faixa política; agora são 43%. Houve estabilidade em quem se diz de esquerda (14% e 12% agora), centro (24% e 23%) e centro-direita (20% e 16%).

Os dois turbulentos anos de Bolsonaro no poder afetaram a atratividade da direita, cuja autodeclaração pelos leitores foi de 19% a 5%.

O Datafolha perguntou como o leitor percebe a posição política da Folha. Para 4%, o jornal é de esquerda (14% em 2018), 28% (24%) acham que está na centro-esquerda, 33% (25% antes) no centro, 28% (21%) na centro-direita e 4% (12%) na direita.

Acham que o jornal deveria estar à esquerda 5% (6% antes). Na centro-esquerda, 31% (19%); no centro, 41% (38%); na centro-direita, 14% (18%), e na direita, 4% (12%).

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