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Para 80% dos leitores da Folha, Bolsonaro deve sofrer impeachment, diz Datafolha

Presidente é rejeitado por 90% do leitorado do jornal, ante 40% na população em geral

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São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro é mais rejeitado e tem apoio maior a seu impeachment entre leitores da Folha, em comparação com a população em geral.

É o que aponta pesquisa Datafolha com 526 pessoas que assinam ou leem o jornal de forma secundária, entre os dias 27 e 28 de janeiro. A margem de erro é de quatro pontos para mais ou menos.

Com a boca aberta, Jair Bolsonaro gesticula e exibe cópia de manchete do jornal Folha de S.Paulo
Com a manchete da Folha na mão, Bolsonaro manda jornalista calar a boca - Pedro Ladeira - 05.mai.20/Folhapress

Defendem que o Congresso abra um processo de impeachment 80% dos leitores, ante 42% da população aferidos em levantamento do Datafolha em 20 e 21 de janeiro --com 2.030 pessoas e margem de erro de dois pontos.

São contra a medida 18% do leitorado, número que vai a 53% no país como um todo.

Entre os leitores, 80% desejam a renúncia do presidente, acima dos 45% na população. Não querem isso 18%, ante 51% na população.

Os leitores do jornal também são mais críticos em relação ao presidente. Avaliam a gestão como ruim ou péssima 90%, número que é de 40% na população em geral. Aprovam Bolsonaro só 3% do leitorado, ante 31% dos brasileiros, enquanto 7% o acham regular (26% no total).

Em pesquisas nacionais comparáveis do passado, Dilma Rousseff (PT) tinha 80% de rejeição e só 6% de aprovação às vésperas da abertura de seu processo de impeachment, em março de 2016. Seu sucessor, Michel Temer (MDB), registrou 52% de ruim/péssimo e 13% de ótimo/bom em novembro de 2018, após a eleição de Bolsonaro.

O raciocínio de rejeição vale para a credibilidade presidencial: 85% nunca confiam no que ele diz (41% dos brasileiros) e 92% acham que ele não tem capacidade de liderar (50% na população).

A política econômica é rejeitada por 73%, e 43% consideram que o Congresso mais ajuda do que atrapalha (35%) a agenda de reformas do ministro Paulo Guedes. Para 16%, nem uma coisa, nem outra.

Entre as ações que o governo deveria promover, os leitores privilegiam a reforma tributária, muito importante para 82%. Reforma administrativa tem 64%, teto de gastos, 58%, e privatizações só são vistas assim por 28%.

A pandemia, cuja gestão pelo titular do Planalto é condenada por 48% dos brasileiros, é vista como ruim ou péssima por 93% dos leitores do jornal. Apenas 2% aprovam o trabalho de Bolsonaro, ante 26% na população.

Igualmente é malvisto o trabalho do Ministério da Saúde: 85% dos leitores o rejeitam (30% na população), e 5% o aprovam (35% entre os brasileiros em geral).

A percepção de culpa principal do presidente pelas mais de 220 mil mortes pela Covid-19 cresce de 11% na população para 49% no leitorado. Quem acha que Bolsonaro não tem culpa alguma decresce de 47% para 7% entre leitores, enquanto fatias semelhantes (39% e 44%) acham que ele é um dos culpados, mas não o principal.

O leitor da Folha tem mais medo de se infectar com o Sars-CoV-2 (65%, ante 44% na população em geral). Dizem não ter medo 5%, ante 16% entre os brasileiros.

O apoio às vacinas é maior no leitorado: 99% querem ser inoculados (79% na população), e 77% acham que a medida deveria ser obrigatória (55% entre os brasileiros).

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