Sem máscara e ao lado de novo ministro da Defesa, Bolsonaro diz que sua guerra não é política

Após trocar cúpula militar por falta de apoio político, presidente toma sopa com Braga Netto

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Brasília

Depois de trocar toda a cúpula militar por falta de apoio político a suas iniciativas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levou o novo ministro da Defesa, o general da reserva Walter Braga Netto, para tomar sopa, na manhã deste sábado (3), na região administrativa de Itapoã, no Distrito Federal, a 15 km de Brasília.

​Bolsonaro, Braga Netto e os seguranças presidenciais eram os únicos visíveis em transmissão ao vivo feita pelo mandatário que não usavam máscara na Associação Beneficente Cristã Casa de Maria - Beth Myriam​.

"A guerra, da minha parte, não é política. É uma guerra que, realmente, tem a ver com o futuro de uma nação. Não podemos esquecer a questão do emprego. O vírus, o pessoal sabe que estamos combatendo com vacinações. Apoiamos medidas protetivas, agora, tudo tem um limite", disse Bolsonaro enquanto tomava da sopa que estava sendo preparada no local para pessoas carentes.

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Defesa, Braga Netto
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Defesa, Braga Netto - Reprodução Jair Bolsonaro no Facebook

Diante do general, que no início da semana deixou a Casa Civil para assumir a Defesa, o presidente disse que os militares passarão a colaborar com a vacinação da população contra a Covid-19.

"As Forças Armadas estão à disposição para começar também a vacinar, colaborar para vacinar. Praticamente todos os quartéis do Brasil têm esta condição", disse o presidente.

Bolsonaro voltou a se dizer contra a política que ele chama de "fecha tudo" e, sem citar dados, afirmou que "grande parte dos prefeitos querem uma mudança nesta política".

"Sabemos da questão do vírus, mas nós não podemos... eu não concordo particularmente com a política do 'feche tudo e fique em casa'. Essas pessoas, em grande parte, quase totalidade, não têm como sobreviver ficando em casa e a fome tem batido forte na porta daquelas pessoas", disse Bolsonaro a jornalistas no Palácio da Alvorada ao retornar do passeio de moto.

Apesar de não ter informado quando vai ser imunizado, ele sinalizou que o arrefecimento da pandemia seria alcançado por meio da vacinação.

"Esperamos, brevemente, termos alcançado um número bastante grande de vacinados de modo que essa pandemia deixe de nos assustar", disse Bolsonaro.

Há uma expectativa pela vacinação do presidente, já que que o Distrito Federal começou, neste sábado, a vacinar pessoas com 66 anos, faixa etária do mandatário.

Desde que deu uma guinada em seu discurso e passou a defender a vacinação, a ideia era que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, imunizasse o presidente. Auxiliares de Bolsonaro, porém, dizem que, até o momento, não há previsão de quando ele receberá a primeira dose.

Em sua live de quinta-feira (1º), ele disse que queria ser o último brasileiro a ser vacinado.

"Depois que o último brasileiro for vacinado, se estiver sobrando uma vacina, daí eu vou decidir se vacino ou não", afirmou o presidente, que tenta se equilibrar entre a defesa da vacinação e os acenos a sua base eleitoral mais radical.

O passeio presidencial deste sábado tem um simbolismo político. Uma das queixas ao general da reserva Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa até segunda-feira passada (29) era falta de apoio político a ações e declarações de Bolsonaro.

Novo ocupante do cargo, Braga Netto aparece no vídeo de colete de couro, sem máscara e tomando sopa, a exemplo do presidente.

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