Descrição de chapéu Folhajus

Deltan diz que PowerPoint sobre Lula foi 'erro de cálculo'

Ex-procurador afirma a podcast que não esperava a repercussão sobre o caso

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O ex-procurador Deltan Dallagnol disse na segunda-feira (29), durante entrevista ao podcast Flow, que o PowerPoint feito sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2016 foi um erro de cálculo dos procuradores da operação Lava Jato.

Deltan afirmou que a força-tarefa já tinha "feito 'n' entrevistas anteriores", usando apresentações do tipo, mas sem a mesma repercussão. ​

"Erro de cálculo nosso… Foi um erro de conta nosso sobre o modo que pode ter gerado uma interpretação equivocada por parte da sociedade, mas a nossa intenção era de fazer exatamente o que a gente tinha feito em casos anteriores", completou.

Procurador Deltan Dallagnol apresenta Powerpoint contra Lula em 2016
Procurador Deltan Dallagnol apresenta PowerPoint contra Lula, em 2016 - Reprodução/YouTube

No auge da operação, nessa época, o então chefe da força-tarefa ficou marcado pela apresentação na qual listava fatores que indicavam que o petista havia chefiado o esquema de corrupção na Petrobras.

"A gente sempre tentou ser didático. A gente não acha que a pessoa tem que ter feito direito para entender de corrupção... a gente quer ser simples e levar informação simples para que a pessoa entenda qual é o problema e qual é a solução", disse ao podcast.

Em agosto de 2020, o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) decidiu arquivar a denúncia de Lula contra Deltan e outros dois integrantes da força-tarefa no episódio do PowerPoint. Os conselheiros entenderam que as punições que poderiam ser aplicadas prescreveriam antes do julgamento do mérito das acusações, não cabendo a abertura de um processo administrativo disciplinar contra os três.

Na ocasião, votaram contra a abertura do processo 10 dos 11 integrantes do conselho —8 deles, porém, consideraram que havia elementos para a abertura do procedimento não fosse a prescrição.

O petista acusava Deltan e os procuradores Roberson Pozzobon e Júlio Noronha de abuso de poder e de expor o ex-presidente e a ex-primeira-dama Marisa Letícia a constrangimento público.

Em novembro passado, Deltan anunciou sua saída do Ministério Público, dizendo que tem várias ideias para seu futuro e defendendo o "voto consciente".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.