Descrição de chapéu Folhajus STF

Moraes rejeita pedido de Moro e mantém válido depoimento de Bolsonaro

Ministro do STF diz que ausência dos advogados de Moro na oitiva não prejudicou as investigações

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), rejeitou um pedido do ex-juiz Sergio Moro e manteve a validade do depoimento prestado pelo presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura se ele tentou violar a autonomia da Polícia Federal.

Os advogados de Moro contestaram o fato de não terem participado da oitiva do chefe do Executivo. Moraes, no entanto, afirmou que o formato do depoimento não prejudicou as apurações em curso.

Bolsonaro e Moro em cerimônia no Planalto - Adriano Machado-18.dez.19/Reuters

"Destaque-se, ainda, ausência de qualquer prejuízo à investigação, conforme manifestação da Procuradoria-Geral da República, destinatária da prova colhida nestes autos", disse.

E prosseguiu: "O Ministério Público Federal, titular da ação penal pública e destinatário da prova colhida, não vislumbrou qualquer irregularidade no procedimento adotado pela autoridade policial para a oitiva do presidente da República nestes autos, de modo que o inconformismo manifestado, além de extemporâneo, não merece êxito".

O inquérito em questão foi aberto após Sergio Moro pedir demissão do governo federal sob o argumento de que teria se negado a aceitar uma interferência política desejada por Bolsonaro na PF.

No depoimento realizado no início do mês, o presidente afirmou que Moro condicionou uma troca no comando da PF à sua indicação para uma vaga de ministro do STF.

Bolsonaro é suspeito de interferir na cúpula da PF para proteger parentes e aliados. O chefe do Executivo, porém, negou interferência na corporação e afirmou que trocou seu comando por uma questão de diálogo.

"Nunca teve como intenção, com a alteração da direção geral [da PF], obter informações privilegiadas de investigações sigilosas ou de interferir no trabalho de Polícia Judiciária ou obtenção diretamente de relatórios produzidos pela Polícia Federal", afirmou o presidente, segundo transcrição da PF.

Ele disse que Moro teria concordado com a nomeação do delegado Alexandre Ramagem, atualmente na direção da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), para o comando da PF desde que isso ocorresse após sua indicação para vaga de ministro do STF.

As declarações do presidente ocorreram a uma semana da anunciada filiação do ex-ministro ao Podemos. Ele é apontado como pré-candidato à Presidência em 2022.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.