Bolsonaro troca dez ministros que vão disputar as eleições

Dos 23 ministros, 8 têm suas candidaturas certas; prazo da desincompatibilização é no sábado (2)

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) oficializou a troca de dez ministros que vão disputar as eleições neste ano.

A substituição de nove deles foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (31), e a troca no Ministério da Defesa foi confirmada em edição extra, depois dos civis. Foram publicadas também as trocas também no Comando do Exército.

O ministro da pasta, Walter Braga Netto, será assessor especial no gabinete do presidente Bolsonaro. O cargo de confiança é da categoria mais alta na administração pública, com comissão de R$ 16.944,90.

Bolsonaro em cerimônia de despedida dos ministros que deixam o governo para concorrer às eleições - Pedro Ladeira/Folhapress

Braga Netto já se filiou ao PL de Valdemar Costa Neto com a expectativa de disputar a campanha ao lado do presidente, como seu vice.

A legislação eleitoral determina que ministros que desejam disputar eleições devem deixar seus postos seis meses antes do pleito, que ocorrerá no primeiro fim de semana de outubro. O prazo da desincompatibilização é este sábado (2).

O Palácio do Planalto realizou nesta quinta cerimônia das trocas no primeiro escalão do governo, que conta com 23 ministros.

Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e João Roma (Cidadania) vão concorrer aos governos estaduais do Rio Grande do Sul, de São Paulo e da Bahia, respectivamente.

Já Tereza Cristina (Agricultura), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Gilson Machado (Turismo) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo) querem conquistar para vaga no Senado por seus estados —Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Distrito Federal.

Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) diz não saber ainda nem o estado nem o cargo que disputará. O astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) quer se eleger deputado federal por São Paulo.

Na Ciência e Tecnologia, assumirá Paulo Alvim, que era secretário de Inovação do ministério.

A grande maioria dos ministros se filiou ao PL de Valdemar Costa Neto, para acompanhar Bolsonaro. Como a Folha mostrou, o presidente quer uma "onda 22", que seus aliados sigam-no no mesmo partido, para fazerem palanque e conseguirem votos.

O gesto de Bolsonaro causou ruídos na base aliada, que desejava também filiar bolsonaristas puxadores de voto. Em especial, o Republicanos.

O partido perdeu o ministro João Roma, que foi para o PL. Mas, por fim, conseguiu filiar Damares Alves e Tarcísio de Freitas. Já o PP tem Tereza Cristina.

Ainda que aliados tenham aconselhado a convidar políticos para assumir os ministérios para um mandato tampão neste ano, como um gesto para aliados, Bolsonaro optou por nomes mais técnicos e que já fazem parte do governo.

Na Infraestrutura, como a Folha antecipou, assume Marcelo Sampaio, até então secretário-executivo da pasta.

Também na Agricultura e no Desenvolvimento Regional assumem os executivos. No primeiro, Marcos Montes. No lugar de Marinho, entrará Daniel de Oliveira Duarte Ferreira.

Na Cidadania, João Roma já havia confirmado seu sucessor no último domingo, o secretário de Assuntos Estratégicos da pasta, Ronaldo Vieira Bento. Onyx Lorenzoni emplacou em seu lugar José Carlos Oliveira, presidente do INSS.

Já na pasta de Damares Alves, entrará também uma secretária, a de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto.

O presidente da Embratur, Carlos Brito, assumirá o Ministério do Turismo.

Flávia Arruda passará o comando do ministério responsável pela articulação política a Célio Faria Jr, atual chefe de gabinete de Bolsonaro. Havia expectativa de que algum parlamentar pudesse ocupar o cargo, mas o mandatário vetou.

Interinamente, assumirá a chefia de gabinete do presidente o subchefe para assuntos jurídicos (SAJ) do Planalto, Pedro Cesar Nunes.

MINISTROS COM PRÉ-CANDIDATURAS JÁ DEFINIDAS

  • Onyx Lorenzoni (Trabalho) - Governo do RS
  • Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) - Governo de SP
  • Flávia Arruda (Secretaria de Governo) - Senado/DF
  • Tereza Cristina (Agricultura) - Senado/MS
  • Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) - Senado/RN
  • Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) - Câmara/SP
  • Gilson Machado (Turismo) - Senado/PE​
  • João Roma (Cidadania) - Governo da BA

MINISTROS COM CANDIDATURAS INDEFINIDAS

  • Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) - Senado/AP
  • Braga Netto (Defesa) - vice na chapa presidencial

NOVOS MINISTROS

  • José Carlos Oliveira (Trabalho)
  • Marcelo Sampaio (Infraestrutura)
  • Marcos Montes (Agricultura)
  • Célio Fária Jr (Secretaria de Governo)
  • Daniel de Oliveira Duarte Ferreira (Desenvolvimento Regional)
  • Paulo Alvim (Ciência e Tecnologia)
  • Carlos Brito (Turismo)
  • Ronaldo Vieira Bento (Cidadania)
  • Cristiane Brito (Mulher, Família e Direitos Humanos)
  • Paulo Sérgio Nogueira (Defesa)
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