Deirdre N. McCloskey, nova colunista da Folha, promete opiniões além do falso e do louco

Economista diz amar o Brasil e querer ajudar o debate com seus pontos de vista

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A economista Deirdre Nansen McCloskey, professora emérita de economia e de história da Universidade de Illinois, em Chicago, é a nova colunista da Folha.

Seus textos serão publicados semanalmente às terças-feiras, nas plataformas digitais da Folha, e às quartas na edição impressa, na página A2.

Ela pretende usar suas colunas para fazer comentários sobre economia, história e política, usando uma perspectiva distanciada para analisar os fatos das manchetes de jornais.

"Quanto mais notícias verdadeiras e opiniões sensatas as pessoas receberem, menos elas tenderão a votar nos políticos falsos e nos ideólogos loucos", afirma.

"Eu amo o Brasil, mas não falo português, então minhas colunas serão as de uma gringa", diz McCloskey. "Mas eu quero que o Brasil tenha sucesso, e isso significa ajudar seus adoráveis cidadãos a conhecer pontos de vista além do falso e do louco."

Mulher de cabelos entre o branco e o loiro, com blusa preta, gesticula com as mãos na altura do rosto
A economista Deirdre N. McCloskey - Alexandre Mazo/Divulgação

Formada em economia em Harvard, onde também concluiu o mestrado e o doutorado, McCloskey foi professora de três universidades, sempre conciliando turmas de economia e de história.

Primeiro na Universidade de Chicago, de 1968 a 1980, depois na Universidade de Iowa e, por fim, na Universidade de Illinois.

Dona de uma vasta produção científica, McCloskey recebeu dezenas de prêmios e títulos honorários em faculdades de diversos países. Publicou mais de 20 livros, entre os quais se destaca sua trilogia sobre a virtude, a dignidade e a igualdade burguesa (sem tradução no Brasil).

Entre suas principais contribuições acadêmicas estão a noção de que o comércio não foi o motor do crescimento, a defesa científica do liberalismo e a teoria de que o grande enriquecimento das sociedades nos últimos dois séculos decorreu da circulação de ideias, sobretudo o liberalismo, e não da acumulação de capital, das instituições ou da exploração.

Ela também tem se dedicado a introduzir um olhar "humanômico", levando ideias da filosofia, da história e da literatura para a economia.

Nascida em 1942, Deirdre Nansen McCloskey viveu a maior parte de sua vida como Donald. Casou-se em 1965, teve dois filhos e separou-se em 1995, quando decidiu fazer a transição de gênero e tornar-se uma mulher trans. No ano seguinte, realizou a cirurgia de transgenitalização.

Ela conta a história de sua transição no livro "Crossing: A Memoir" (travessia: memórias), publicado em 1999 e reeditado em 2019 com um novo posfácio e o título "Crossing: A Transgender Memoir" (travessia: memórias de uma transgênero).

As versões em inglês de suas colunas estarão disponíveis na Folha Internacional.

Ela substitui o economista Delfim Netto, 93, que se tornou colunista da Folha no dia 20 de agosto de 1986 e deixa de escrever regularmente a pedido.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.