Descrição de chapéu Eleições 2022

Rodrigo antecipa tom de campanha em 1ª agenda como governador de SP

Tucano evita comentar recuo de João Doria, que dois dias atrás ameaçou não deixar o cargo

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São Paulo

O novo governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (1°) que ideologia não resolve problemas reais. O recado contra a polarização, dado em seu primeiro compromisso no novo cargo, antecipa o tom de sua campanha eleitoral.

Ao visitar o restaurante popular Bom Prato de Paraisópolis, Rodrigo também evitou comentar o recuo de João Doria (PSDB), que ameaçou não deixar o cargo a ele. "Muita especulação e pouca realidade", disse.

Numa mesa de plástico, ele assinou o livro de posse dentro do restaurante, onde tomou café da manhã.

O tucano assumiu o Governo de São Paulo após a renúncia de Doria na quinta-feira (31).

A passagem de bastão se deu em meio a uma crise, já que Doria chegou a comunicar a aliados sua intenção de não renunciar e de desistir da sua candidatura ao Planalto, o que prejudicaria os planos eleitorais de Rodrigo. O agora governador quer disputar a reeleição neste ano.

À mesa, sete pessoas, só uma mulher, com bandejas laranjas, com salada de fruta, café e um pequeno pacote marrom, diante de si. Rodrigo Garcia, um homem branco, cabelos castanhos, óculos e camisa azul escura, segura o pão em uma mão e um copo de plástico com café com leite na outra. Ele está ao lado de uma mulher com blusa roxa, que observa um rapaz negro de blusa preta que está sentado diante dela falando com Garcia, que olha pra ele enquanto mastiga. Do lado de Garcia, Carlão, um homem branco, cabelos grisalhos e blusa preta, também observa. Do lado dele, Ricardo Nunes, um homem branco, de barba e cabelos escuros, com blusa cinza, está comendo e olhando para a bandeja. Diante dele, um rapaz negro de boné tem uma das mãos apoiada no rosto e olha em direção ao prefeito
O governador Rodrigo Garcia (PSDB) toma café da manhã no Bom Prato ao lado do presidente da Assembleia, Carlão Pignatari (PSDB), e do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) - Carolina Linhares/Folhapress

A posse no Bom Prato, e não em uma solenidade na Assembleia Legislativa, como é o costume e como fez Márcio França (PSB) em 2018, já serve para marcar a diferença entre os estilos de Rodrigo e Doria, que é mais adepto aos holofotes e às formalidades.

Uma preocupação da campanha de Rodrigo é se descolar de Doria, que tem 30% de rejeição, segundo pesquisa Datafolha da semana passada.

Apesar de dizer a jornalistas que só falaria de política e eleição no segundo semestre, Rodrigo adotou tom de campanha ao se colocar como uma alternativa à polarização.

Como mostrou a Folha, o governador vai apostar no discurso de terceira via para enfrentar Fernando Haddad (PT), candidato de Lula (PT), e Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato de Jair Bolsonaro (PL).

"O Brasil vive hoje uma guerra de narrativas, uma briga ideológica, e isso não resolve o problema das pessoas", disse.

"Eu não entrei na política para mudar a ideologia de ninguém, entrei na política para mudar a vida das pessoas. Não entrei na política para tentar convencer alguém de que o que eu penso é correto. Como gestor público, tenho que governar para todos, [...] de direita, de esquerda ou de centro."

Cercado de várias pessoas e ao lado de um pedestal com vários microfones, Rodrigo Garcia, um homem branco, de óculos e cabelos escuros, vestindo jeans e camisa azul escura, está inclinado assinando um livro que está sobre uma mesa branca de plástico
Rodrigo Garcia assina livro de posse como governador de São Paulo, durante visita ao Bom Prato Paraisópolis, na zona sul de São Paulo - Pablo Jacob / Divulgação Governo de São Paulo

​Rodrigo decidiu iniciar seus compromissos nesta unidade do Bom Prato porque foi responsável pela sua inauguração há dez anos, quando era secretário do governo Geraldo Alckmin (PSB), hoje afastado de Doria e do governador.

Durante a tarde, o novo governador entregou viaturas da Polícia Militar em São José do Rio Preto, sua base política.

No Bom Prato, o governador sentou-se ao lado do presidente da Assembleia de São Paulo, Carlão Pignatari (PSDB), e do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB). Também estava acompanhado da secretária de Desenvolvimento Social, Celia Parnes (PSDB).

Rodrigo tem o MDB e a União Brasil como principais partidos da sua aliança.

O governador não respondeu quais nomes considera para as vagas deixadas no secretariado por aqueles que saíram do governo para concorrer.

Desconhecido da população, Rodrigo ouviu demandas das pessoas no restaurante —boa parte dos pedidos e da atenção, no entanto, foram direcionados ao prefeito.

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