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Datena entra no ar na Band e desiste mais uma vez de disputa eleitoral

Apresentador filiado ao PSC iria concorrer com o apoio de Jair Bolsonaro, mas diz preferir ficar na TV

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São Paulo

O apresentador José Luiz Datena (PSC) anunciou, nesta quinta-feira (30), que desistiu de concorrer ao Senado em São Paulo. Ele disputaria a cadeira na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiador de Jair Bolsonaro (PL).

Datena era considerado favorito na briga pelo cargo. O apresentador está à frente de seu programa na TV Bandeirantes, o Brasil Urgente, na tarde desta quinta, o que desabilita sua participação no pleito. Ele abriu a atração com um comunicado sobre a desistência.

A legislação eleitoral exige que pré-candidatos se afastem da TV a partir de 30 de junho. É a quarta vez que Datena ensaia entrar na política e desiste.

O apresentador José Luiz Datena - Instagram/datenareal

A TV Bandeirantes havia anunciado que o comunicador entraria de férias a partir desta sexta (1º). Na terça (28), ele afirmou à reportagem que mantinha a disposição de concorrer.

Ao anunciar a decisão, Datena confirmou ter chegado a um acordo com Bolsonaro para ser seu candidato ao Senado em São Paulo e eximiu o presidente de culpa pela desistência.

"Obrigado a ele por ter confirmado o acordo que aconteceu, não foi por parte dele que não deu certo", disse o apresentador.

"Mas eu pensei bem e resolvi seguir o meu caminho", continuou. "[Meu público] é aquele aliado que nunca me faltou e tanto estaria comigo na urna agora em outubro e votaria em mim, e acho que vai continuar."

Na manhã desta quinta, ao falar com apoiadores em Brasília, Bolsonaro afirmou que tinha "fechado com Datena" em São Paulo.

"Eu estou com o Datena lá, fechei com o Datena. Está no outro partido e tem críticas, assim como tem gente que critica o Tarcísio, que critica a mim. Não dá para a gente pacificar o negócio", disse o presidente.

Ainda no aviso sobre sua desistência, Datena fez referência indireta à ala bolsonarista que era contra sua candidatura na chapa de Tarcísio e apontava críticas já feitas por ele ao presidente e sua relação com o PT no passado.

Ele afirmou que os políticos com os quais negociou a candidatura compreenderão sua saída. "Ignoro, claro, certos grupos radicais que me hostilizaram e hostilizam, que pesaram muito nessa decisão."

"A política não é o meu espaço natural", afirmou. "É possível eu lutar pelo bem comum em muitas arenas que existem aí. A minha todos conhecem. Eu estarei sempre com o meu público, disso eu não tenho dúvida", disse, declarando-se "sempre em defesa da democracia e da Constituição brasileira".

"Eu confirmei e não tenho dúvida mesmo, nenhuma, que posso e devo continuar a defender a população da tribuna que ocupo há tantos anos. Sempre em nome dela, sempre vivi por ela e vivo por ela. E assim decido continuar vivendo."

Datena disse que, desta vez, ele "quase foi" candidato. Em 2016, ele cogitou ser candidato à Prefeitura de São Paulo. Já em 2018 pensou em concorrer ao Senado, enquanto em 2020 poderia ter sido candidato a vice-prefeito na chapa de Bruno Covas (PSDB).

Sua nova desistência inaugura uma disputa entre bolsonaristas pela vaga na chapa de Tarcísio, ao mesmo tempo em que abre caminho para uma candidatura de Márcio França (PSB) ao Senado.

Petistas esperam que França anuncie, nos próximos dias, sua desistência de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes e que apoie Fernando Haddad (PT), ocupando a vaga na chapa para o Senado.

Como mostrou a Folha, o pessebista admite essa hipótese. O favoritismo de Datena, no entanto, era uma desvantagem para que França optasse por disputar o Senado.

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