Descrição de chapéu Eleições 2022

Lula afaga tucanos após dizer que PSDB acabou e afirma que polarização era civilizada

Em Porto Alegre, ex-presidente cita FHC e Serra e diz que país 'era feliz' com disputa do PT contra PSDB

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Um dia após afirmar que o PSDB acabou, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afagou tucanos nesta quarta (1º) e disse que o Brasil era "feliz" quando a polarização política era entre a legenda e o PT.

"Já disse para o Alckmin: como este país era feliz quando a polarização era entre o PT e o PSDB. Como era feliz este país quando a polarização era entre a Dilma e o Alckmin, a Dilma e o Serra, eu e o Serra, eu e Alckmin, eu e o Fernando Henrique Cardoso", disse Lula.

Ex-presidente ao centro de palco assiste a correligionário discursar. Ao fundo, mensagem no telão diz: Lula Alckmin
Evento com o ex-presidente Lula nesta quarta-feira (1º), em Porto Alegre - Silvio Avila/AFP

"A gente era civilizado, a gente ganhava e perdia, a gente voltava para casa (...) A transição que nós fizemos com o Fernando Henrique Cardoso foi a mais civilizada que este país conheceu. Você disputava uma eleição, mas você não estava em guerra. O seu adversário não era seu inimigo", continuou o petista, em referência ao clima de polarização que permeia a disputa presidencial deste ano.

Tanto Lula quanto o presidente Jair Bolsonaro (PL), e seus respectivos aliados, trocam ofensas e críticas em declarações e em publicações nas redes sociais.

Lula participou de evento com profissionais da educação em Porto Alegre. Ele estava acompanhado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), dos ex-ministros Aloizio Mercadante e Tarso Genro e da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, sua esposa.

Na noite anterior, o ex-presidente atacou o PSDB e disse que a legenda tinha acabado.

"Vocês estão lembrados que uma vez um senador do PFL, o Jorge Bornhausen, disse que era preciso acabar com 'essa desgraça do PT'. O PFL acabou. E agora quem acabou foi o PSDB. E o PT continua forte, crescendo e continua um partido que conseguiu compor a maior frente de esquerda já feita neste país", disse Lula na terça (31).

O ex-governador João Doria (PSDB) chegou a ser pré-candidato do partido à Presidência, mas, sem decolar em pesquisas de intenção de voto e sob resistência interna, acabou desistindo da disputa. O PSDB agora avalia se apoiará a candidatura de Simone Tebet (MDB).

Representantes da pré-campanha petista, e até mesmo o ex-presidente, no entanto, têm buscado apoio do PSDB. Lula já conversou com nomes tradicionais da legenda, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro Aloysio Nunes, que declarou que irá apoiar o petista no primeiro turno.

Em nota divulgada no perfil oficial do PSDB nas redes sociais, o partido criticou as declarações do petista na noite de terça e afirmou que ele deveria estar mais preocupado "em responder à população porque a gestão do PT quase acabou com o Brasil, que foi salvo da destruição pelo impeachment de Dilma".

"Aliás, Dilma que ele e o PT escondem. E ele segue na hipocrisia procurando líderes tucanos", dizia o texto.

Mesmo após o afago de Lula aos tucanos horas depois, o PSDB manteve as críticas ao petista,

"Não adianta querer reescrever a história. Foram anos de PT, Lula e Dilma semeando o ódio, perseguindo adversários, dividindo a sociedade e montando uma máquina de mentiras (hoje chamadas de fake news)", escreveu a sigla em rede social.

Membros das duas legendas já trocaram críticas e ofensas nas últimas décadas.

Bolsonaro e seus aliados, por exemplo, resgataram recentemente frase de Alckmin, então no PSDB, sobre a candidatura de Lula em 2018, dizendo que uma vitória petista na ocasião seria uma volta à cena do crime.

Em entrevista ao jornalista Rapha Prado, FHC disse que almoçaria com Bolsonaro caso fosse convidado, mas que prefere não ser.

O trecho da entrevista, que será divulgada na íntegra nesta quinta (2), foi compartilhado pelo Instagram.

"Se ele convidar... Eu acho que qualquer um deve dizer que sim. Eu diria que sim. Mas eu prefiro que ele não me convide. Não temos o que falar, né? Nós somos personalidades muito distintas, né? ", disse FHC.

Em janeiro, o tucano e Lula se reuniram para tratar da possibilidade de Alckmin ser vice na chapa do petista.

Colaborou UOL

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.