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Marília critica PSB e diz que repetirá Arraes e Lula com frente ampla

Em sabatina UOL/Folha, pré-candidata minimizou falta de apoio formal de Lula na eleição estadual

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Salvador

Pré-candidata ao governo de Pernambuco, Marília Arraes (Solidariedade) afirmou nesta segunda-feira (6) que os governos do PSB estão destruindo o estado e disse que concorrerá em uma frente ampla, repetindo seu avô Miguel Arraes (1916-2005) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em sabatina à Folha e ao UOL, a deputada federal minimizou a falta de apoio formal de Lula, que subirá no palanque do deputado federal Danilo Cabral (PSB) após a consolidação da aliança nacional entre os dois partidos.

Disse entender as articulações nacionais que levaram Lula a apoiar o candidato do PSB em Pernambuco, destacou que o apoio do petista ao seu adversário não será um obstáculo para a sua candidatura e afirmou que, por ela, todos os candidatos em Pernambuco apoiariam o ex-presidente.

"Para nós, isso não é uma questão. A gente não tem que ficar discutindo quem Lula apoia ou se é um apoio exclusivo ou não. Na verdade, esse é um artifício do PSB para tentar deixar de discutir as tragédias cotidianas de Pernambuco", afirmou a deputada.

Pré-candidata ao governo de Pernambuco pelo Solidariedade, Marília Arraes participa de sabatina Folha/UOL - Reprodução/UOL

Marília Arraes deixou o PT em março deste ano em meio a embates como a cúpula local do partido. Filiou-se ao Solidariedade, legenda que nacionalmente também está no arco de alianças de Lula, para concorrer ao governo do estado.

Ela já havia tentado concorrer ao cargo em 2018, mas sua candidatura foi vetada pelo PT após acordo no qual o PSB ficou neutro naquela eleição presidencial.

Mesmo fora do PT, a deputada federal evitou fazer críticas ao seu antigo partido, disse que tem respeito pela militância petista e que espera ter o apoio de setores da legenda. Afirmou ainda que a aliança como PSB foi determinante para que ela deixasse o PT.

"Os debates internos que o PT faz não interessam mais, acho que a gente tem que conversar sobre Pernambuco. Tenho todas as convergências ideológicas possíveis com o PT, mas localmente seria inviável apoiar um projeto que está sendo ruim para Pernambuco", disse.

A deputada disse que pretende comandar uma frente ampla em sua candidatura, com apoio de setores do centro e da centro-direita.

E citou os governos de Miguel Arraes em Pernambuco e as gestões do ex-presidente Lula como exemplos de coalizões amplas que foram vitoriosas e colheram bons resultados.

Após lançar sua pré-candidatura, Marília firmou uma aliança com o PSD, que indicou o deputado federal André de Paula como pré-candidato ao Senado, tem parcerias engatilhadas com o Pros e o Agir 36 (antigo PTC), e negocia a adesão do PP e do Avante.

Ela ainda lembrou que o PSB adotou um discurso antipetista e tratou o PT como "um partido de gângsteres" na eleição municipal de 2020 no Recife. Na época, ela foi derrotada para o primo João Campos (PSB) no segundo turno.

"Eles [o PSB] tentam se furtar de discutir a situação do estado tentando focar no cenário nacional, quando em 2020 todas as mazelas do mundo colocavam a culpa no PT, como se o PT fosse uma turma de 'gângsteres'. Era assim que tratavam o partido, era assim que tratavam o presidente Lula."

Para a eleição deste ano, disse que está preparada e com o "couro curtido" para possíveis ataques do PSB e disse que o grupo liderado pelo governador Paulo Câmara (PSB) joga sujo contra os adversários.

"Provavelmente eles vão inventar mais alguma mentira, vão tentar me atacar de alguma maneira. Estão desesperados porque o candidato deles [Danilo Cabral] não cresce", disse a pré-candidata.

Marília disse ainda que não faz da política um "assunto de família" ao comentar os embates com o primo João Campos, criticou a "perpetuação no poder do PSB" e destacou que tem trajetória própria na política.

Questionada sobre lançamento da sua irmã, a advogada Maria Arraes, como candidata a deputada federal neste ano, ela disse que aquele era um projeto pessoal da irmã e defendeu a maior participação de mulheres na política.

Sobre as chuvas que deixaram 128 mortos nas últimas semanas em Pernambuco, a pré-candidata disse que esta foi uma "tragédia anunciada" e que os estragos causados foram resultado de anos de abandono das gestões do PSB no estado.

Ela citou como exemplo as fortes chuvas que atingiram o estado em 2010 e disse que o então governo de Pernambuco não apoiou as vítimas das cheias. Na época, o governador do estado era Eduardo Campos, do PSB, morto em um acidente aéreo em 2014.

"Essa deveria ser uma política de estado, e não uma política que mudasse de acordo com o governo. E não foi feito. [...] É um problema estrutural da cidade do Recife, onde a periferia é composta por morros", disse a deputada, defendendo políticas de prevenção que integrem as cidades da região metropolitana.

Marília ainda prometeu investimentos em infraestrutura e habitação para evitar novos desastres e voltou a citar os governos do avô como um exemplo: "Arraes foi o governador que mais se preocupou e investiu em habitação. E a gente não vê essa preocupação nos governos do PSB".

A deputada ainda criticou a gestão da saúde no estado, cobrou a conclusão dos hospitais de Petrolina e Serra Talhada e defendeu a interiorização do atendimento da rede estadual, para evitar que pacientes tenham que se deslocar até o Recife para realizar procedimentos.

Também disse que irá atuar para garantir educação profissional e inclusão digital para os jovens. Afirmou ainda que a geração de empregos será uma prioridade e prometeu fomentar arranjos produtivos locais, de acordo com a vocação econômica de cada região, para desenvolver o interior do estado.

A pré-candidata também prometeu paridade de gênero no seu secretariado e a ampliação da diversidade racial no primeiro e segundo escalão do governo.

Marília Arraes abriu a série de sabatinas com pré-candidatos ao Governo de Pernambuco promovida pela Folha e pelo UOL.

Na quarta-feira (8), às 10h, será a vez do ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil) e, às 16h, o convidado é o deputado federal Danilo Cabral. Na quinta (9), a entrevistada será a ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB), às 10h.

Também estão confirmados para entrevista o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PL), na sexta (10), às 10h, e o advogado João Arnaldo (PSOL), no mesmo dia, às 16h.

A sabatina foi conduzida por Fabíola Cidral e pelos jornalistas Carlos Madeiro, do UOL, e José Matheus Santos, da Folha.

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Sabatinas presidenciais

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Debates com candidatos ao Governo de SP

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