Datafolha: Zema tem 48% no 1º turno em Minas Gerais contra 21% de Kalil

Ex-prefeito de BH é o mais rejeitado no estado, com 27%, e Lula é melhor padrinho que Bolsonaro, segundo o levantamento

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São Paulo

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), lidera com larga vantagem a corrida estadual com 48% das intenções de votos, seguido pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), com 21%, de acordo com pesquisa Datafolha.

O levantamento aponta que Carlos Viana (PL) tem 4%; Vanessa Portugal (PSTU) tem 3%; Renata Regina (PCB) e Miguel Corrêa (PDT) têm 2% cada. Com 1% aparecem Marcus Pestana (PSDB), Lorene Figueiredo (PSOL) e Saraiva Felipe (PSB), mas este último retirou sua candidatura nesta semana.

Romeu Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD), pré-candidatos ao Governo de Minas Gerais - Alexandre Rezende/Folhapress e Amira Hissa/Divulgação

Há ainda 10% que não sabem em quem votar e 8% que declaram voto em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos.

A pesquisa Datafolha, contratada pela Folha, ouviu 1.204 pessoas em 52 municípios de Minas Gerais entre quarta-feira (29) e sexta-feira (1º). A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no TSE com os números MG-07688/2022 e BR-08684/2022.

Na pesquisa espontânea, 59% indicam não saber em quem votar. Zema é mencionado por 22%, enquanto Kalil é escolhido por 11%. No interior de Minas, a diferença se amplia, com 52% para Zema e 14% para Kalil. Já na capital o ex-prefeito vence por 46% a 32%.

Zema tem 52% entre eleitores que tem ensino superior, 44% entre quem recebe até dois salários-mínimos, 68% entre empresários e 41% entre desempregados.

Kalil é o escolhido por 24% dos homens, 16% dos que têm ensino fundamental, 27% dos que têm ensino superior e 24% dos autônomos.

A polarização em Minas Gerais se dá entre Kalil, que tem o apoio do ex-presidente Lula (PT), e Zema, que está vinculado ao presidenciável do Novo, Felipe d’Avila, mas é cortejado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em busca do apoio formal do governador, Bolsonaro já o elogiou publicamente em eventos no estado, mas Zema diz ter um compromisso com seu partido. O plano B do presidente no estado é a candidatura de Viana, que até agora não se mostrou competitiva.

Já Kalil está fechado com Lula –os dois estiveram juntos para lançar a coligação em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, no último dia 15.

De fato, Kalil vai melhor entre eleitores de Lula (31%) do que entre eleitores de Bolsonaro (8%). Mas Zema lidera mesmo entre os eleitores do petista, com 38%, além de chegar a 71% entre eleitores do presidente.

O levantamento indica ainda dificuldade para Kalil superar a diferença de 27 pontos em relação ao adversário, dado que ele é o candidato mais rejeitado pelos mineiros. A parcela daqueles que declaram não votar no ex-prefeito de jeito nenhum é de 27%.

Zema é o segundo mais rejeitado, com 22%, seguido de Viana (21%), Corrêa (19%), Vanessa (17%), Pestana (17%), Saraiva (16%), Renata (15%) e Lorene (14%).

A rejeição de Kalil varia para 33% entre homens e 21% entre mulheres; vai a 23% entre quem tem ensino fundamental e 34% entre quem tem ensino superior; alcança 58% entre empresários e é de 43% entre eleitores de Bolsonaro e 19% entre eleitores de Lula.

Já Zema vê sua rejeição chegar a 26% entre jovens de 16 a 24 anos; cair para 17% entre quem tem ensino fundamental; marca 34% entre moradores da capital, 29% entre pretos e 30% entre funcionários públicos. O governador tem 30% de rejeição entre lulistas e 10% entre bolsonaristas.

A boa notícia para Kalil é a de que Lula é um padrinho político mais aceito que Bolsonaro —de quem Zema tem buscado se desvincular.

Indicam que votariam com certeza no nome indicado por Lula 27% dos entrevistados, contra 15% de Bolsonaro. Na outra ponta, 43% não votariam de jeito nenhum no candidato do petista, contra 55% que não votariam no candidato do presidente.

Talvez votem no indicado por Lula uma parcela de 24%, que é de 22% para Bolsonaro.

O apoio do prefeito da cidade faz com que 20% votem com certeza no candidato, 31% talvez votem e 41% não votem de jeito nenhum.

O ex-prefeito de Belo Horizonte, que se elegeu em 2016 e foi reeleito em 2020, também conta com o apoio de partidos que formam a coligação de Lula –PSB, PV, Rede e PC do B. Kalil tem ainda uma aliança com a União Brasil, maior partido do país em termos de fundo eleitoral e tempo de TV.

Para pavimentar a reeleição de Zema, o Novo flexibilizou suas regras e vai liberar a formação de coligações pela primeira vez. A medida também busca ampliar a base de apoio ao governador na Assembleia caso ele seja vitorioso –Zema amargou derrotas na Casa em seu primeiro mandato.

Estão na órbita de Zema os partidos PP, Agir. Avante, Podemos e Solidariedade.

Fortalecer os palanques e ter cabos eleitorais viáveis em Minas Gerais é uma prioridade dos presidenciáveis, já que o estado representa o segundo colégio eleitoral do país, com 10,4% dos eleitores, e espelha o resultado das eleições presidenciais desde a redemocratização.

Dados da Justiça Eleitoral analisados pela Folha reforçam ser Minas Gerais a parte que melhor representa o todo, com os resultados mais semelhantes aos do país em diferentes indicadores.

Segundo especialistas, a principal explicação é o fato de o estado ser também o que melhor resume o país em sua diversidade, em termos geográficos, demográficos e socioeconômicos.

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