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Lula e Bolsonaro disputam papel de 'pai de auxílio' no rádio

Líderes na disputa pela Presidência prometem permanência de benefício em 2023

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São Paulo

O Auxílio Brasil ganhou protagonismo nas campanhas de Lula e Bolsonaro nesta terça-feira (30). As peças de campanha para rádio de ambos os candidatos reivindicam a criação da política de transferência de renda para si e prometem a continuidade do programa em 2023.

De 3 minutos e 39 segundos que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem, cerca de 1 minuto e 20 segundos foi usado para falar do auxílio. O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), usou cerca de 30 segundos dos seus 2 minutos e 38 segundos para o tema.

As peças estão bastante semelhantes: começam com um casal de apresentadores ao som de forró.

Os candidatos à Presidência Lula e Bolsonaro durante debate - Marlene Bergamo - 28.ago.22/Folhapress

"Auxílio Brasil é do Bolsonaro", dizia a música do presidente. "Esse valor será mantido a partir do ano que vem, dentro da responsabilidade fiscal", afirmou Bolsonaro.

Na campanha do petista, a apresentadora diz que "com Lula, os R$ 600 reais não vão só até dezembro". "Está garantido" completa.

Bolsonaro tenta se descolar do Bolsa Família, criado em 2003, durante o governo Lula. Para isso, vale-se do aumento do benefício e destaca a possibilidade de continuar recebendo o valor após conseguir um emprego.

Este ano, o presidente patrocinou duas PEC (propostas de emenda à Constituição) para escapar de limitações orçamentárias e aumentar a verba para o programa. O valor médio por família foi para R$ 607 por mês —em abril do ano passado, o Bolsa Família transferia, em média, R$ 190 por família.

Porém, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Bolsonaro em agosto não prevê o auxílio para o próximo ano. O fato tem sido usado por Lula na campanha. Bolsonaro afirma que precisa ser reeleito para seguir com a política.

O petista repetiu na propaganda desta terça a argumentação usada no debate deste domingo (28): o auxílio não foi ideia do atual presidente e a manutenção do atual valor não está garantida para o próximo ano.

O atual governo encerrou o Bolsa Família, mas a campanha de Lula cita o programa de mesmo nome ao falar de eventual futuro governo. Nesta segunda (29), a equipe do ex-presidente anunciou que pretende pagar uma parcela adicional de R$ 150 por criança de até seis anos beneficiária do programa.

A disputa em torno do benefício tem se acirrado nas últimas semanas.

Na quinta-feira (25), o deputado federal André Janones (Avante-MG), recém-aliado de Lula, foi ao Palácio do Planalto e entrou em desentendimento com os seguranças da Presidência ao gravar um vídeo sobre o Auxílio Brasil para mães solteiras. O ex-candidato à Presidência tem 7,9 milhões de seguidores no Facebook e tem feito contribuições à estratégia digital da campanha do petista.

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