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O que Lula e Bolsonaro querem mostrar e do que vão fugir na propaganda eleitoral

Campanha na TV e no rádio começa nesta sexta (26); bloco com presidenciáveis entra no sábado (27)

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São Paulo e Rio de Janeiro

Líderes nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República e candidatos com maior tempo no horário eleitoral, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) estreiam na propaganda nesta sexta-feira (26), com inserções de 30 segundos no rádio e na televisão.

No sábado (27), entra o primeiro programa do horário eleitoral dos presidenciáveis.

Leia o que Lula e Bolsonaro pretendem mostrar e do que vão fugir na propaganda.

Montagem com os candidatos à Presidência da República Lula e Bolsonaro - Mauro Pimentel/ AFP

Bolsonaro

Vai ter ataque a Lula? Não nos primeiros dias. A campanha pretende ignorar o adversário inicialmente.

Depois, planeja testar alguns vídeos mais agressivos. Eles serão veiculadas principalmente nas inserções de 30 e 60 segundos ao longo da programação no rádio e na televisão. No bloco fixo do horário eleitoral, onde Bolsonaro tem cerca de 2 minutos e meio, a prioridade será dar muita visibilidade ao presidente.

Obras e auxílio. Bolsonaro pretende exibir imagens de obras e de programas do governo, o que já tem feito no seu canal de YouTube, com mais de 3 milhões de inscritos. Vai mostrar entregas em diferentes regiões do Brasil.

Outro fator que a campanha pretende reforçar é a imagem de que foi o presidente quem garantiu o Auxílio Brasil de R$ 600, que começou a ser pago em agosto. Ele vai reforçar que promete manter o benefício, o que está escrito no seu programa de governo.

Offline. Esqueça o Bolsonaro das redes sociais, que contesta as urnas eletrônicas, ataca o STF e a imprensa. O candidato que aparecerá na televisão não deverá entrar nessas pautas.

Lula

Vai ter ataques a Bolsonaro? Inicialmente, os petistas vão evitar citações ao atual presidente.

A única exceção, por enquanto, são temas relacionados à pandemia da Covid. A campanha testou no YouTube, durante as semanas anteriores ao início da propaganda na TV e no rádio, uma peça com a reprodução de frases do presidente ironizando a gravidade da doença que matou mais de 680 mil pessoas no Brasil. A avaliação é de que a propaganda teve bom retorno na internet e será levada à televisão.

Os petistas evitarão ofensivas relembrando declarações de Bolsonaro sobre temas raciais, de gênero e pautas de costumes. Com Lula à frente, a campanha avalia que uma nova edição do "Ele não", movimento contrário ao presidente em 2018, seria um equívoco.

Economia, economia, economia… Essa será a prioridade da propaganda. O ex-presidente tentará nos primeiros programas fazer comparações entre a sua gestão e a de Jair Bolsonaro. "Comida, emprego e uma vida mais feliz" será o lema martelado.

Dados sobre inflação, PIB e desemprego nos anos Lula serão repetidos e comparados com a situação atual.

Cor e comida. A campanha pretende mostrar um Brasil colorido nos anos lulistas e cinza na era Bolsonaro, com aumento da fome e da queda da renda.

A propaganda terá uma espécie de remake de uma propaganda usada em 2014 na campanha de Dilma Rousseff, em que alimentos somem de um prato. Há oito anos, a imagem foi usada para dizer o que aconteceria, segundo os petistas, com o Banco Central independente, proposta da então candidata Marina Silva.

Agora, os alimentos somem enquanto um locutor cita aumento na inflação e nos preços da carne, do arroz e do feijão.

Aliados. Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice, vai ganhar protagonismo, assim como aconteceu na entrevista do Jornal Nacional, quando foi citado por Lula. Não está previsto para as primeiras peças a presença da ex-presidente Dilma Rousseff.

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