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Universidades analisam código-fonte e confirmam segurança das urnas, diz TSE

PF, Forças Armadas e outros órgãos também avaliam código das urnas

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Brasília

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou, nesta quinta-feira (25), que a USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) concluíram análise do código-fonte da urna eletrônica e atestaram a segurança do equipamento de votação.

"As instituições de ensino superior foram unânimes e categóricas em atestar a segurança e a auditabilidade dos sistemas e dos equipamentos", afirma o tribunal.

As universidades avaliaram o modelo de 2020 da urna, o mais recente, que será usado pela primeira vez nas eleições de outubro.

Urna eletrônica em sala de testes - Pedro Ladeira-12.mai.22/Folhapress

Tradicionalmente pesquisadores avaliam a segurança das urnas eletrônicas.

A análise ganhou maior relevância agora devido a insinuações golpistas e ataques ao sistema eleitoral movidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). As Forças Armadas também romperam um silêncio de 25 anos sobre as urnas, apresentando críticas e sugestões de mudanças em procedimentos das eleições deste ano.

Os pesquisadores da UFPE e da Unicamp analisaram o código por cerca de três meses. Eles puderam levar o material para fora do TSE em acordo inédito com o tribunal.

Havia previsão de a PF (Polícia Federal) também entrar nesta parceria, mas o tribunal e o órgão não finalizaram o convênio.

Por isso, a PF está avaliando o código-fonte das urnas em uma sala montada no TSE. Já fizeram esta mesma inspeção dentro do tribunal as Forças Armadas, a CGU (Controladoria-Geral da União), MPF, UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e o Senado Federal.

O PL, partido de Bolsonaro, e o PV se inscreveram, mas não fizeram a análise, ainda segundo o TSE.

Além de avaliar o código, a USP realizou simulações de ataques hacker às urnas, nos moldes do TPS (Teste Público de Segurança) que o TSE realiza periodicamente.

Na edição mais recente do teste público, que se encerrou em maio, o modelo de 2015 foi submetido aos ataques montados por diversos grupos de pesquisadores, incluindo peritos da PF (Polícia Federal). Esse modelo também será usado em outubro.

As Forças Armadas cobravam que a urna de 2020 também entrasse no teste. Em resposta, o TSE disponibilizou o equipamento à USP.

De forma geral, as três universidades sugerem melhorias ao sistema eletrônico de votação, mas dizem que os testes não encontraram vulnerabilidades.

No relatório entregue ao TSE, a equipe da USP afirma que "em termos de segurança, a base de código encontra-se em bom estágio de maturidade". Também diz que há uma série de camadas de proteção na urna que dificultam fraudes.

A Unicamp afirma que "nada foi encontrado que possa colocar em dúvida a integridade e confiabilidade do código-fonte da urna eletrônica brasileira" dentro dos testes feitos.

Já a UFPE conclui que os estudos desenvolvidos não identificaram "problemas que comprometam o funcionamento do software". A universidade diz que não há necessidade de alterações urgentes, e apresenta algumas sugestões para o "aumento da qualidade do código".

"Acreditamos que as sugestões propostas podem ser avaliadas pela equipe do TSE para possível adoção em um próximo ciclo, sem que haja prejuízo para o funcionamento do ciclo em curso", afirma ainda o relatório da UFPE.

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