Descrição de chapéu Eleições 2022

Candidatos ao Governo de SP miram estratégias distintas em debate na TV

Rodrigo planeja postura mais incisiva, enquanto Tarcísio e Haddad pretendem responder a ataques

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São Paulo

Com as pesquisas indicando um cenário aberto na corrida eleitoral pelo Governo de São Paulo, as campanhas dos principais candidatos devem adotar estratégias diferentes no debate promovido por Folha, UOL e TV Cultura às 22h desta terça-feira (13).

Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), que estariam no segundo turno de acordo com a última pesquisa Datafolha, falam em apresentar propostas e defender legado, enquanto Rodrigo Garcia (PSDB), que precisa crescer nas intenções de votos, pode ter postura mais incisiva sobre os rivais.

O debate será transmitido também nos sites e redes sociais dos veículos. O evento acontece no Memorial da América Latina, na zona oeste da capital paulista.

Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB), durante debate da Band entre os candidatos ao Governo de São Paulo - Bruno Santos - 7;ago.2022/ Folhapress

Segundo a última pesquisa Datafolha, de 1º de setembro, Haddad lidera com 35%, seguido de Tarcísio, que marca 21%. O atual governador aparece com 15%.

Também irão participar do debate Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (Novo), que pontuaram 1% cada um. A pesquisa SP-04954/2022 foi contratada pela Folha e pela TV Globo e tem margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.

O debate terá três blocos, com dois segmentos cada. Na primeira, terceira e quinta partes, os candidatos respondem a perguntas de jornalistas, enquanto perguntam entre si nos segmentos 2 e 4. A parte final será dedicada às considerações finais.

O debate anterior, realizado pela TV Bandeirantes em agosto, teve embates entre os três candidatos mais bem colocados, mas o duelo principal se deu entre Haddad e Tarcísio, reproduzindo a polarização nacional entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Tarcísio pediu que o telespectador digitasse no Google "pior prefeito de São Paulo", e Haddad respondeu sugerindo que as pessoas buscassem o termo "genocida".

De acordo com aliados de Haddad, o ex-prefeito da capital e ex-ministro da Educação planeja falar sobre seu legado, mas irá reagir se for atacado.

Uma vantagem, ainda segundo petistas, é o fato de que os pontos fracos de Haddad já foram explorados largamente nas campanhas de 2018 e 2016.

Em relação a sua principal vidraça, a desaprovação ao deixar a prefeitura (48%), o petista costuma responder que deixou dinheiro em caixa e que obteve o reconhecimento do grau de investimento das contas da cidade.

No debate, Haddad quer se beneficiar de sua ligação com Lula, que lidera a corrida para o Palácio do Planalto. Caso os adversários não mencionem o ex-presidente, o próprio petista deverá fazê-lo, na intenção de colar em seu padrinho.

Em relação aos rivais, petistas apontam que a associação entre Tarcísio e o bolsonarismo pode ser uma forma de questioná-lo, além de provocar uma comparação de legado com o ex-ministro da Infraestrutura e também com o atual governador. Segundo os aliados de Haddad, Rodrigo busca se apropriar de entregas tucanas das quais não participou.

Como mostrou a Folha, a campanha de Haddad vê vantagem em concorrer com Tarcísio no segundo turno, já que a rejeição a Bolsonaro é expressiva no estado. No debate, porém, interlocutores do petista afirmam que as regras não permitem que se escolha um adversário, já que todos devem perguntar e todos devem responder —conforme a ordem do sorteio.

Membros da campanha de Tarcísio afirmam que ele deve se aprofundar na apresentação de propostas.

De acordo com estrategistas da chapa do ex-ministro da Infraestrutura, a estratégia a ser adotada deve seguir a ideia levada ao primeiro debate, no qual Tarcísio optou por se apresentar ao eleitor como candidato do presidente Jair Bolsonaro.

Com o melhor desempenho do ex-ministro nas pesquisas de intenção de voto, o entorno do candidato avalia que é hora de ele apresentar com mais intensidade os seus projetos para áreas como a segurança, a saúde, a assistência social e a geração de empregos.

Na avaliação dos integrantes do núcleo da campanha, neste momento de proximidade com o pleito, marcado para 2 de outubro, o eleitor começa a procurar outros atributos, e o ex-ministro quer se apresentar como uma pessoa de perfil técnico, mas com sensibilidade para identificar e resolver os problemas do estado.

Se tiver oportunidade, Tarcísio deve concentrar suas perguntas para Haddad e Rodrigo.

O debate é tido como decisivo na campanha de Rodrigo, que está em terceiro lugar na busca pela reeleição.

No levantamento mais recente do Datafolha, o tucano viu Tarcísio descolar e se firmar como o segundo colocado, atrás do petista. Uma boa atuação nesta terça poderia ajudar a melhorar sua imagem às vésperas de mais uma pesquisa —prevista para sexta-feira (16).

A menos de três semanas da votação, a equipe do tucano defende que ele adote uma postura mais incisiva, sobretudo em relação a Tarcísio. Seria uma mudança em relação ao que Rodrigo apresentou no primeiro debate.

Naquela edição, Rodrigo fez uma espécie de apresentação ao telespectador, associando seu início na política a Mário Covas (PSDB) e escondendo João Doria (PSDB), de quem herdou a cadeira no Palácio dos Bandeirantes.

Aliás, Rodrigo deve seguir se desviando de comparações com Doria e, ao mesmo tempo, insistirá que Haddad e Tarcísio só governarão de acordo com interesses, respectivamente, de Lula e Bolsonaro. O tucano tem tentado quebrar a polarização nacional para obter votos.

Governador desde abril deste ano, Rodrigo pretende explorar os feitos de sua curta gestão, sobretudo medidas populistas. A equipe se apega ao fato de que a gestão é, segundo o Datafolha, aprovada por 27% dos moradores do estado e reprovada por 14%. Outros 45% consideram seu trabalho regular, e 15% não souberam opinar.


DEBATE DE CANDIDATOS AO GOVERNO DE SP

Quando: Terça-feira (13)
Horário: A partir das 22h
Onde assistir: Site da Folha, UOL, TV Cultura e YouTube

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