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Rodrigo se prepara para ser alvo de dobradinha de Haddad e Tarcísio no último debate

Tucano e bolsonarista brigam pela vaga no 2º turno; e petista tem desempenho pior contra o governador

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São Paulo

No último debate de candidatos ao Governo de São Paulo, promovido pela TV Globo nesta terça-feira (27), a campanha do governador Rodrigo Garcia (PSDB) aposta que ele deve ser alvo de Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O petista lidera a corrida, mas as pesquisas mostram um cenário embolado no segundo lugar depois que Rodrigo encostou em Tarcísio. No último levantamento do Datafolha, de quinta-feira (22), Haddad tem 34%, Tarcísio marca 23% e Rodrigo, 19%.

O evento vai ter a participação ainda de Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (Novo), que tiveram 1% e zero, respectivamente, no Datafolha.

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Rodrigo Garcia (PSDB), em destaque, e demais candidatos ao fundo em debate de Folha, UOL e TV Cultura - Marlene Bergamo/Folhapress

O debate terá quatro blocos –o primeiro e o terceiro com temas livres, e o segundo e o quarto com temas determinados por sorteio. As perguntas serão feitas sempre de candidato para candidato, e cada um deve responder uma vez em cada bloco.

Nos últimos debates, Haddad e Tarcísio já haviam escolhido o governador como alvo preferencial, algo que os aliados dos dois candidatos atribuem ao fato de que Rodrigo é o mandatário atual e, portanto, seria papel de seus adversários apontar falhas da gestão.

Os estrategistas de Rodrigo, no entanto, têm outra leitura. Embalados pelo crescimento do governador, afirmam que ele está no centro da mira do bolsonarista por competir diretamente com Tarcísio por uma vaga no segundo turno. E que ele é atacado por Haddad porque, no segundo turno, representa uma ameaça maior ao petista.

Na simulação de segundo turno, a pesquisa Datafolha mostra que a diferença entre Haddad e Rodrigo é de cinco pontos (46% a 41%), enquanto a distância é de 11 pontos para Tarcísio (49% a 38%).

Para os tucanos, a pesquisa Ipec que sairá na terça, antes do debate, se comprovar a competitividade de Rodrigo, pode cristalizar a estratégia de que Tarcísio e Haddad formem uma dobradinha para criticá-lo. Já as campanhas de Haddad e Tarcísio não preveem variações a depender do resultado.

Em sua preparação para o debate, a campanha de Rodrigo simulou cenários em que é confrontado duplamente por Haddad e Tarcísio.

A equipe de Rodrigo listou que Haddad criticou o atual governador em 10 das 12 inserções de TV no último fim de semana, enquanto Tarcísio agiu de maneira semelhante em 8 das suas 10 inserções.

Entre os ataques, Haddad e Tarcísio apontam para o patrimônio milionário de Rodrigo, que inclui mansões e fazendas. O petista trouxe, ainda, que o governador é amigo do deputado estadual Fernando Cury (União Brasil), que apalpou a deputada estadual Isa Penna (PC do B), no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo. Já Tarcísio diz que as obras estão paralisadas em São Paulo em razão da "incompetência" do governo.

Integrantes da campanha de Rodrigo afirmam que ele pretende usar o debate para virar votos dos indecisos. O Datafolha mostra que 37% dos eleitores podem mudar o seu voto ainda.

"Os eleitores vão comparar o que eu fiz, o que eu falo, o que vou fazer, com o que os meus adversários estão prometendo. Eu não tenho dúvida de que vamos conquistar os indecisos", disse o governador nesta segunda (26).

Tarcísio deve adotar uma estratégia de atacar apenas se for cutucado, de acordo com interlocutores do candidato.

A equipe de estrategistas do ex-ministro avalia que o alcance da audiência da emissora é importante para consolidar o bolsonarista no imaginário do eleitor paulista, principalmente daqueles que deixam a decisão para última hora.

Portanto, o plano segue a diretriz de apresentar o candidato, reforçar o perfil técnico como marca registrada e elencar suas propostas para o estado –sempre colando a imagem dele à do presidente Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político.

No dia seguinte ao debate, Tarcísio e Bolsonaro participam de uma motociata juntos, em Santos (SP).

Tarcísio passou boa parte da segunda-feira em um processo de treinamento. O mesmo deve ocorrer na terça, dia que ele tirou para se preparar para o encontro, de acordo com sua agenda.

Aliados de Haddad afirmam que o petista deve manter a mesma linha de outros debates, o que na prática têm incluído ataques mais duros a Rodrigo. As pesquisas endossam a preferência da equipe de Haddad por enfrentar Tarcísio no segundo turno.

Internamente, os petistas dizem que Haddad ataca o CNPJ e não o CPF de Rodrigo, uma vez que quem busca ser governador precisa se contrapor a quem está no poder.

Até as propostas do petista com maior destaque costumam ter essa função de embate. Por exemplo, há a promessa de investir mais na Polícia Civil e na investigação de crimes, pontos fracos que ele cita com frequência contra o governo.

O mesmo ocorre em relação a impostos, funcionalismo e emprego, também flancos explorados contra o tucano.

A gestão de Haddad na prefeitura paulistana, mal avaliada, é um ponto ao qual o petista procurará ter respostas prontas —como o alto grau de investimento, renegociação da dívida com a União e criação da CGM (Controladoria Geral do Município).


Debate de candidatos ao Governo de SP

Terça-feira (27), às 22h30
Onde assistir: TV Globo, GloboNews e site g1
A Folha acompanhará em tempo real pelo endereço: folha.com.br/222691

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