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Lula diz que Ciro mente, mas é mais importante do que tem feito na campanha

Petista afirmou que eventual conversa sobre segundo turno será com o PDT

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São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o presidenciável Ciro Gomes (PDT) tem mentido sobre ele desde o começo da campanha, voltou a dizer que o pedetista "tem surtado" e disse que uma eventual conversa sobre segundo turno será feita com o PDT.

"Ele tem mentido a meu respeito desde que começou a campanha. Acho que o Ciro tem surtado ultimamente. Ele é muito mais importante do que ele está fazendo durante a campanha", disse Lula nesta segunda-feira (26).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin aparecem em telão durante evento do presidenciável com artistas - Marlene Bergamo/Folhapress

"Acho que o Ciro está colhendo o que ele plantou. Quem planta vento colhe tempestade", continuou.

O petista falou à imprensa ao chegar em evento de sua campanha com artistas, intelectuais, políticos e representantes de movimentos sociais nesta segunda em São Paulo.

Mais cedo, Ciro fez pronunciamento à nação reagindo ao que chamou de "campanha de intimidação, mentiras e de operações de destruição de imagens" deflagradas pela campanha do ex-presidente.

"Sou vítima de virulenta campanha nacional e internacional", disse Ciro.

Lula afirmou que não sabia "do conteúdo do pronunciamento" de Ciro e que uma eventual conversa sobre o segundo turno seria tratada com o PDT.

"Se acontecer o segundo turno vamos tentar conversar com outras forças políticas, conversar com quem quer conversar", disse.

"Se o Ciro quiser conversar, nós conversaremos. Agora a conversa não é pessoal, é entre partido. Se for necessário conversar com o PDT, a nossa presidente Gleisi Hoffmann vai procurar o presidente [Carlos] Lupi e vamos conversar."

Lula voltou a dizer que trabalha para liquidar a fatura das eleições já no primeiro turno e que pede votos para eleitores de Ciro e Simone Tebet (MDB), assim como seus adversários pedem para seus eleitores.

"Peço voto para o eleitor do Ciro, como ele pede para o meu. Peço para o eleitor da Simone como ela pede para o meu. A gente não pergunta, se tem um carimbo, rótulo na testa. A gente fala com o povo e tenta convencer."

Em ato no Rio de Janeiro no domingo (25), o petista provocou Ciro e afirmou que Leonel Brizola, fundador do PDT, estaria ao seu lado hoje se fosse vivo.

Nesta segunda, Lula voltou a citar Brizola. "Já tive problemas com Brizola, já discordamos. Depois ele foi meu vice, depois concorreu outra vez contra mim, com o Ciro como candidato em 2002. Depois o Ciro veio para o governo. É assim que é a política."

À noite, Ciro rebateu Lula e, em participação no podcast Flow, negou ter mentido. "Eu renuncio à minha candidatura agora, agora, se um petista mandar para você uma mentira que eu falei. E não só renuncio à minha candidatura, como quero que Deus puna com a pior morte que existir se eu tiver alguma mentira nas denúncias que eu faço", afirmou.

"Sabe por quê? Porque eu não minto. Cerra meu braço em nome do Brasil e eu aguento sem nem tirar o sorriso do rosto. Mas mentir eu não minto", disse.

Nos últimos dias, cresceram os ataques de Ciro Gomes a Lula, em meio a uma ofensiva da campanha petista pelo voto útil.

No debate presidencial deste sábado (24), o pedetista chegou a afirmar que Lula faltou ao evento "por estar com salto alto" e que o petista "produziu uma onda de propaganda: todo mundo que não é Lula, é fascista".

Em um podcast na semana passada, Ciro disse que Lula "sempre foi fascistoide". A retórica agressiva adotada por Ciro contra Lula nas últimas semanas tem levado a dissidências de apoiadores famosos, entre eles os músicos Caetano Veloso e Tico Santa Cruz.

Lula começou a discursar nesta segunda pouco depois das 21h —ele leu um texto. O petista afirmou que em vez de promessas, tem um legado a oferecer à sociedade. "Em vez de promessas de campanha, apresento compromissos. Tenho como avalista o extraordinário legado de nossos governos."

O petista também disse que, caso seja eleito, ninguém morrerá no Brasil por "falta de vacina, de remédio e de oxigênio", em crítica velada a condução de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia da Covid-19.

Ao final, afirmou que "falta um tiquinho" para ganhar as eleições já no primeiro turno e que a militância precisa trabalhar para conquistar votos "de todos aqueles que amam a democracia."

"É só ir no dia 2 e digitar 13 [nas urnas]. E a gente vai tirar esse genocida do Palácio do Planalto e colocar de volta a democracia", disse.

A socióloga Rosângela da Silva, a Janja, esposa de Lula, foi uma das organizadoras do evento desta segunda-feira.

Ele foi realizado no formato híbrido (virtual e presencial). Com superprodução, jogo de luzes e exibição de frases e imagens em um grande telão, o ato ocupou o auditório Celso Furtado, no Anhembi, em São Paulo.

Lula acompanhou o evento em área reservada do mezanino. Ele estava acompanhado de Janja, da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), seu vice, e do candidato ao Governo de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad.

No evento foram exibidos depoimentos em vídeo de artistas e figuras públicas como os cantores Emicida e Caetano Veloso, a cantora Gaby Amarantos e a historiadora Lilia Moritz Schwarcz.

Do auditório, participaram nomes como as cantoras Pabllo Vittar e Daniela Mercury, a atriz Mônica Martelli, o advogado Silvio Almeida e o escritor Itamar Vieira Junior. Artistas também subiram ao palco para cantar jingles da campanha.

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