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Lula diz que PF foi condescendente com Roberto Jefferson

Petista participa de live organizada por sua campanha na noite desta terça (25)

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São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (25) que a Polícia Federal foi "condescendente" e "não agiu corretamente" com o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) na sua prisão no domingo (23).

"O que aconteceu com seu Roberto Jefferson, ele deveria ter sido preso. A Polícia Federal, inclusive na minha opinião, não agiu corretamente. Ela foi condescendente com ele. E ainda quando ele saiu o policial foi oferecer: 'não, o senhor pode pedir o que quiser, que a gente vai atender'", disse Lula.

"Um cidadão que fazia questão de posar armado, com rifle, com revólver, com pistola. Ou seja, apologia da arma não leva ninguém a lugar nenhum. A arma não educa, a arma mata", disse Lula.

O ex-presidente Lula (PT) participa de live organizada por sua campanha
O ex-presidente Lula (PT) participa de live organizada por sua campanha - Reprodução

O ex-deputado, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso pela Polícia Federal depois de tentar resistir a ordem judicial, disparar mais de 50 tiros de fuzil, segundo ele, e lançar três granadas contra os agentes. Dois deles ficaram feridos, sem gravidade.

As declarações do petista foram dadas na live "Brasil do Futuro", organizada por sua campanha, para que ele apresente propostas de seu plano de governo.

A live ocorreu no Studio SP, em São Paulo. Nela, o petista respondeu a perguntas feitas por cerca de 30 pessoas que ocupam o local. A conversa durou cerca de duas horas.

Inicialmente, a campanha havia anunciado que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), seu vice, a senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada no primeiro turno, e a ex-ministra Marina Silva (Rede) participariam da live respondendo as perguntas do público.

No entanto, houve o entendimento que parte do conteúdo dessa live deverá ser aproveitada nas peças de propaganda eleitoral do petista e, por isso, optou-se por ser uma conversa somente com Lula.

O ex-presidente Lula (PT) participa de live organizada por sua campanha
O ex-presidente Lula (PT) participa de live organizada por sua campanha - Ricardo Stuckert/Folhapress

Ao longo da conversa, Lula falou sobre propostas que vem defendendo na campanha, como o aumento real do salário mínimo, um programa para renegociação de dívidas e a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 com acréscimo de R$ 150 para crianças menores de seis anos.

O petista também teceu uma série de críticas a Bolsonaro durante a live. Em uma delas, sem citá-lo nominalmente, Lula disse que o chefe do Executivo não gosta de cultura e voltou a abordar a declaração de que "pintou um clima" com meninas venezuelanas afirmando que "esse cara é um pedófilo".

"E esse ignorante que está aí é contra a cultura. 'Ah, tem peça de teatro [com] homem beijando homem, então tudo não presta, tudo não presta'. Na verdade, é um purismo canalha que ele tenta mostrar na televisão. 'Ah, eu sou puro'. Puro? Um cara que vai num encontro com as meninas de 14 anos de idade e diz 'pintou um clima'? Esse cara é puro? Esse cara é um pedófilo", disse.

Lula disse também que Bolsonaro ofende diariamente as instituições, que nessas eleições é preciso "reestabelecer a civilidade nesse país ou continuar com essa barbárie" e que o que está acontecendo no Brasil atualmente é uma "anomalia". "No frigir dos ovos, seremos nós os responsáveis pelo que vai acontecer nesse país."

Ainda na live, Lula se queixou do que disse ser "uma fábrica de mentiras" a cargo da família Bolsonaro, afirmou ser defensor da liberdade dos meios de comunicação, mas que acha "preocupante" o "componente de maldade" na internet.

O petista disse que liberdade de imprensa e de comunicação, para ele, "é uma coisa sagrada". Mas, repetindo um discurso já adotado ao longo da campanha, voltou a afirmar que "em algum momento" será preciso "uma regulação que vai ser feita pela sociedade brasileira".

"Sinceramente, acho que a liberdade de comunicação é uma conquista da humanidade. Agora ela tem que ter um limite do razoável, a gente então vai ter que discutir como é que faz para que o celular seja uma coisa que faça o bem, que ensine, que possa educar e que não tenha tanta maldade. Tem que ter algum instrumento para rarear a maldade, é muita maldade."

Lula também rebateu as fake news de que, caso eleito, ele irá fechar igrejas e citou que ele sancionou o Dia Nacional da Marcha para Jesus e a Lei da Liberdade Religiosa.

O petista afirmou ainda que irá criar o Ministério de Segurança Pública e irá "acabar com essa facilidade de comprar armas". "Uma coisa é o cidadão que mora no mato ter uma arma para se proteger. Outra coisa é você ficar vendendo armas para todo mundo."

Ao final da live, foi exibido pela primeira vez um vídeo com artistas, influenciadores, Lula e a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, esposa do ex-presidente, cantando o jingle "Sem Medo de Ser Feliz". Participaram nomes como Chico Buarque, Marieta Severo, Preta Gil, Camila Pitanga e Maitê Proença —a maioria deles usava roupas brancas.

Ao chegar ao Studio SP para a live, o petista foi xingado. Na chegada, o ocupante de um prédio vizinho ao espaço cultural chamou Lula de "ladrão safado", sendo contestado por outros moradores da rua Augusta.

Quatro agentes da PF foram ao prédio, pediram que ele descesse e disseram que a atitude dele poderia configurar crime contra honra, cuja ação penal é iniciada mediante representação da vítima. Lula, porém, não quis dar continuidade ao caso.

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