O ex-presidente Lula (PT) participou nesta sexta-feira (21) de uma transmissão nas redes sociais com o deputado federal André Janones (Avante-MG) e voltou a reclamar da disseminação de mentiras contra ele durante a campanha eleitoral.
Janones afirmou na live que o petista não acreditava no poder de difusão de fake news durante a eleição e disse que tem agido com "um exército" para rebater boatos espalhados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Ele [Lula] pensou: 'Não é possível que alguém vai acreditar em uma burrice dessa, que eu vou fechar igreja. Então não preciso desmentir, porque isso é tão absurdo'", disse Janones.
Lula então falou: "Agora fico sabendo o malefício que o [Donald] Trump fez nos Estados Unidos e que Bolsonaro e seus filhos estão fazendo aqui no Brasil. Porque muitas vezes as pessoas mais humildes acreditam em qualquer coisa que se fale. Qualquer coisa. [Instalar] Banheiro unissex."
O deputado, que abriu mão de candidatura à Presidência, é um dos líderes da campanha do PT nas redes sociais e promove as lives para defendê-lo. Ele também afirmou que Lula agiu bem quando admitiu, na quarta-feira (19), que "é analógico" por não mexer nos meios digitais.
"Ele tem que trabalhar, tem que cuidar do povo. Não é igual o lado de lá que fica o dia inteiro fazendo meme no WhatsApp", disse o deputado.
Na transmissão, Janones, que é evangélico, também elogiou Lula por não trazer o tema da religião para as discussões eleitorais. O assunto é um dos principais temas de ataques do presidente Bolsonaro e seus apoiadores.
O ex-presidente disse que tem insistido muito com correligionários para não ir a eventos religiosos durante a campanha.
"Briguei muito com o PT. O pessoal do PT queria que eu fosse não sei onde. Falei: Não vou. Não vou utilizar religião na minha campanha. A minha fé em Deus é uma coisa minha própria. Não vou na igreja para dizer que estou agradando um padre, estou agradando um pastor. Não vou", disse Lula.
A transmissão durou cerca de 30 minutos e teve a economia e programas sociais como principais temas. Janones, conduzindo a conversa, pediu para Lula reforçar promessas de campanha, como manter o Auxílio Brasil em R$ 600 e retomar o programa Minha Casa, Minha Vida.
"Se precisar criticar o Lula amanhã, nós vamos criticar", disse o deputado.
O petista disse que planeja pagar, além do auxílio, R$ 150 por filho com menos de seis anos, nos moldes do que existia no antigo Bolsa Família. Também falou em aumentar o salário mínimo de acordo com o crescimento da economia. "Se cresceu 10%, o salário vai crescer 10%."
Na quinta-feira (20), reportagem da Folha mostrou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia em um plano a possibilidade de fixação do salário mínimo e de aposentadorias sem correção pela inflação passada, caso Bolsonaro seja reeleito.
Lula disse que é uma irresponsabilidade de Guedes considerar essa alternativa e afirmou que a lei que não permite a redução de aposentadorias é do seu período de governo.
"Eles acham que os aposentados, os pensionistas, as pessoas que recebem o BPC [Benefício de Prestação Continuada] são um peso, são um fardo nas costas do país. Não é verdade."
Os dois voltaram a fazer um apelo para que os eleitores compareçam às urnas no próximo dia 30. O ex-presidente faz um giro por Minas Gerais e fez agenda de campanha nesta sexta-feira em Juiz de Fora.
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