Descrição de chapéu Eleições 2022

Lula x Bolsonaro: entenda por que 2022 foi uma eleição sem precedentes

Ineditismos incluem menor margem de votos e silêncio do presidente após derrota

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São Paulo

A terceira vitória de Luiz Inácio Inácio Lula da Silva (PT) em uma eleição presidencial, neste domingo (30), foi marcada por uma série de ineditismos em pleitos no país.

A começar pelo fato de a disputa envolver um presidente em exercício e um ex-presidente. Entenda abaixo, em cinco pontos, por que essa foi uma eleição sem precedentes.

O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro
O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro - Marlene Bergamo/Folhapress e Gabriela Bilo/Folhapress

Vitória é a mais apertada desde a redemocratização

A configuração do confronto pode ajudar a explicar os números desta eleição, que foi a mais acirrada desde a redemocratização, em 1985.

Lula recebeu 50,9% dos votos válidos, e Jair Bolsonaro Bolsonaro (PL), 49,1%. Antes, em 2014, Dilma Rousseff (PT) havia batido Aécio Neves (PSDB) por 51,64% a 48,36% na rodada final.

Traduzida em votos, a diferença foi de 2.139.645. Já a distância de Dilma para Aécio ficou em 3.459.963. A derrota de Bolsonaro também marcou a primeira vez em que um presidente perdeu a disputa à reeleição.


Lula é o presidente mais votado da história

O petista bateu seu próprio recorde de votos recebidos. Em 2006, no segundo turno contra seu hoje vice, Geraldo Alckmin (PSB), à época no PSDB, Lula recebeu 58.295.042 de votos, contra 60.345.999 neste ano.

Bolsonaro também chegou a uma marca inédita, recebendo o maior número de votos de um candidato derrotado: 58.206.354. Novamente, a marca anterior pertencia a Aécio (51.041.155).


Abstenção cai pela primeira vez no 2º turno

A taxa de abstenção no segundo turno da eleição deste ano foi menor do que no primeiro turno. É a primeira vez desde 2002 que o comparecimento cresce em relação à primeira rodada de votação do mesmo ano.

De acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de todas as urnas apuradas, não compareceram para votar 20,58% dos eleitores. No primeiro turno, a taxa foi de 20,95%.

Já no segundo turno de 2018, foram 21,30% de eleitores ausentes.


Nulos e brancos chegam a menores patamares

O percentual de votos em branco e nulos somados (4,59%) também foi o menor dos últimos 20 anos, repetindo marca já registrada no primeiro turno (4,41%). O número caiu à metade em relação à eleição passada.

Segundo dados do TSE, o número de votos válidos no segundo turno foi ligeiramente maior do que na primeira rodada, 118.552.353 contra 118.229.719, respectivamente.


Bolsonaro é o primeiro derrotado a não se manifestar

Para além dos números, pela primeira vez um derrotado não se manifestou após a confirmação do resultado.

Desde 1989, quando foram realizadas as primeiras eleições após a ditadura militar (1964-1985), o candidato à Presidência batido sempre se pronunciou logo após o anúncio oficial.

Bolsonaro quebrou essa tradição ao ir dormir sem reconhecer a vitória do oponente. Às 22h06, as luzes do Palácio da Alvorada foram apagadas sem pronunciamentos a apoiadores ou visitas de aliados —o presidente se isolou e não quis receber ministros, apenas seu candidato a vice, Walter Braga Netto (PL).

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