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PT define apoio a Marília Arraes no 2º turno em Pernambuco

Decisão de apoiar a ex-petista teve aval do ex-presidente Lula

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Recife

O PT definiu, nesta quinta-feira (6), apoio à candidatura da deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) no segundo turno para o Governo de Pernambuco.

No primeiro turno, o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República, havia apoiado Danilo Cabral (PSB).

O PT cogitou apoiar Raquel Lyra (PSDB) no segundo turno da eleição pernambucana, mas o apoio de vereadores e deputados bolsonaristas à postulação dela inviabilizou, segundo petistas, a subida do partido no palanque da candidata.

A definição aconteceu durante reunião do diretório estadual do partido na noite desta quinta. A oficialização acontecerá nesta sexta (7).

Marília Arraes ao lado de Lula, em maio, durante evento de apoio do partido Solidariedade ao ex-presidente. - Marlene Bergamo/Folhapress

A decisão de apoiar Marília Arraes teve o aval direto de Lula. A expectativa da campanha de Marília é que haja atos de campanha com a presença do ex-presidente em Pernambuco.

A avaliação do PT era que, se o PSDB quisesse, poderia haver um apoio a Raquel, como forma de ampliar a frente em torno de Lula no segundo turno da disputa presidencial. Uma outra posição cogitada era a neutralidade.

Também estava em jogo no movimento ventilado inicialmente pelos petistas dar apoio a Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno para o Governo do Rio Grande do Sul contra Onyx Lorenzoni (PL). No entanto, o ex-governador gaúcho não declarou apoio a Lula até o momento, o que atrapalha a reciprocidade, conforme integrantes do PT.

Outro entrave para o PT foi o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, refratário aos petistas. Ele é um dos fiadores da candidatura de Raquel Lyra em Pernambuco.

O PSDB declarou neutralidade na eleição nacional e liberou filiados para votarem em Lula ou Bolsonaro, conforme entendimento pessoal. Nomes como o senador José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aderiram a Lula, enquanto o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, declarou apoio incondicional a Bolsonaro.

Adversária de Marília Arraes, Raquel Lyra está reclusa com a família desde o domingo (2), após a morte do marido, o empresário Fernando Lucena, 44, depois de um mal súbito.

Raquel ainda não se manifestou sobre a disputa nacional. Entre aliados a expectativa é que ela fique em posição de neutralidade, nem aderindo a Lula tampouco a Bolsonaro. Pernambuco deu, no primeiro turno, 65,27% dos votos válidos a Lula, e 29,91% a Bolsonaro.

Tanto Marília Arraes quanto Raquel Lyra têm recebido, desde segunda (3), apoios de partidos, prefeitos e deputados que estavam apoiando outros candidatos no primeiro turno.

Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) disputarão o segundo turno para o Governo de Pernambuco - @Marília Arraes no Facebook e @Raquel Lyra no Facebook

Na quarta (5), Marília Arraes recebeu apoio de PC do B e Republicanos, aliados de Lula em Pernambuco, além do PDT, que apoia o candidato do PT no segundo turno presidencial. A estratégia da ex-petista no segundo turno é reforçar seu vínculo a Lula e tentar associar Raquel Lyra ao bolsonarismo.

A ex-prefeita de Caruaru deve retornar às atividades de campanha no começo da próxima semana, após a missa de sétimo dia do marido, prevista para o sábado (8).

Marília Arraes conseguiu 23,97% dos votos válidos, enquanto Raquel Lyra ficou com 20,58%, no primeiro turno. O estado terá a primeira governadora mulher eleita no dia 30.

No primeiro turno, Marília Arraes fez campanha para Lula em Pernambuco, mesmo sem ter sido a candidata apoiada oficialmente pelo petista. O Solidariedade integra a coligação de apoio a Lula desde o primeiro turno

Marília Arraes, inclusive, se tornou candidata a governadora apenas após deixar o PT depois de seis anos na legenda. Em março, ela migrou para o Solidariedade e se lançou na corrida para o governo.

A movimentação provocou uma alteração do jogo de forças na disputa, trazendo mais dificuldades sobretudo para o PSB. Com o movimento, a deputada capitalizou para si parte dos votos lulistas.

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