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Lira se fortalece para reeleição com apoio de Republicanos e indicação de PDT

Sigla é a primeira a apoiar deputado publicamente; União Brasil deve anunciar adesão na quarta (23)

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Brasília

O Republicanos decidiu nesta terça-feira (22) apoiar a reeleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara.

O partido é o primeiro a declarar publicamente a preferência pelo deputado alagoano na eleição ao principal cargo da Câmara, prevista para fevereiro de 2023.

Consolidando o favoritismo para ocupar a presidência da Casa pelos próximos dois anos, Lira também recebeu um indicativo de apoio do PDT —o primeiro partido de esquerda a sinalizar apoio ao deputado.

Outros partidos aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como PV e PCdoB, também discutem aderir à candidatura de Lira. A bancada do PT discutirá um apoio velado em reunião prevista para quinta-feira (24), e petistas já afirmam, sob reserva, que o deputado alagoano terá os votos da sigla.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em sessão plenária - Pablo Valadares - 11.out.22/Câmara dos Deputados

Os anúncios de apoio começaram a sair durante a manhã. Após reunião da bancada, o Republicanos divulgou nota afirmando ter decidido, "por unanimidade, atuar na próxima legislatura de forma independente no Congresso Nacional, sem se negar ao diálogo e à colaboração".

"O partido seguirá mantendo o apoio às propostas que sejam positivas para a população brasileira", continua o texto.

O partido, que integra a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), também fez uma sinalização a Lula, ao se posicionar como "independente" na próxima legislatura —evitando manifestar oposição ao petista.

No início da noite de terça, Lira se reuniu com a bancada do PDT. O partido já aprovou um indicativo de apoio à reeleição do presidente da Casa e deve confirmar a posição em 6 de dezembro, quando a Executiva pedetista se reunirá em Brasília.

O líder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo, afirmou à Folha que o apoio a Lira se deu após ele conversar com todos os parlamentares da sigla.

"Nós fizemos uma consulta à bancada dos deputados que assumirão a partir de fevereiro e o entendimento, também com o [presidente do partido] Carlos Lupi, é que vamos chamar uma reunião da Executiva com a bancada para 6 de dezembro, para oficializarmos o apoio [à reeleição]", disse.

A bancada do União Brasil deve se reunir nesta quarta-feira (23) para discutir sua posição na Câmara em 2023. A tendência é que o partido anuncie apoio à reeleição de Lira, ampliando a base de apoio ao progressista.

Já o PSD comunicou a Lira na última semana que apoiará sua reeleição. Não há, no entanto, um anúncio público do partido sobre o tema.

Arthur Lira tem se movimentado nos bastidores para tentar se reeleger à presidência da Câmara. A avaliação da cúpula da Casa é que o deputado alagoano é o único concorrente de peso no momento e tem a vitória encaminhada.

Para viabilizar a reeleição, o presidente da Câmara tem negociado apoio de partidos próximos ao PP, como PL, Republicanos, MDB, PSD e União Brasil.

Duas semanas após o segundo turno da eleição e em meio às articulações, Lira recebeu Lula na residência oficial da presidência da Câmara.

Participaram do encontro o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e lideranças petistas, como Gleisi Hoffmann e Reginaldo Veras.

No encontro, Lula defendeu o diálogo com o centrão e prometeu não interferir nos processos de escolha dos novos presidentes do Congresso. A manifestação foi entendida como um aceno à reeleição de Lira no comando da Câmara.

Em troca, há uma expectativa de petistas que Lira trabalhe pela aprovação da PEC da Transição, medida essencial para que Lula acomode no Orçamento verbas para cumprir em 2023 algumas de suas principais promessas de campanha.

Em um segundo momento, afirmam petistas ouvidos pela Folha, a ideia é que haja uma aliança formal entre Lira e Lula, o que daria ao presidente eleito parte do centrão e uma base muito mais sólida na Câmara do que se contasse apenas com a esquerda e com partidos de centro e de direita hoje independentes, como PSD e MDB.

De acordo com aliados de Lula, o presidente da Câmara se mostrou bastante receptivo à ideia de manter um entendimento com o PT, em troca do apoio ou da não interferência em sua campanha à reeleição —apesar do histórico de divergências durante a campanha.

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