Descrição de chapéu transição de governo

Tebet reafirma desejo por área social e ouve que PT também quer a pasta

Senadora conversou com Gleisi Hoffmann, que perguntou o que ela acharia de ocupar o Meio Ambiente

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Brasília

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) conversou nesta segunda-feira (19) com a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e reafirmou o desejo de comandar o Ministério do Desenvolvimento Social.

A emedebista, porém, ouviu que comandar a pasta é uma demanda do PT, e que o novo governo foi eleito com o mote de combate à fome e, por isso, seria importante que o partido gerisse esta área.

Central no futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministério será responsável, entre outras políticas, pela recriação do Bolsa Família.

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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acompanhado de Simone Tebet (MDB-MS), durante comício na campanha à Presidência da República. - Marlene Bergamo -21.out.2022/Folhapress

Tebet chegou a argumentar, segundo relatos, que ela poderia fazer uma gestão compartilhada porque necessariamente montará a equipe em conjunto com os petistas. A senadora disse, inclusive, saber que certas secretarias do ministério teriam de ser comandadas por integrantes do PT pela experiência que têm na área.

A presidente do PT, por sua vez, reiterou que a decisão será tomada pelo presidente eleito e aproveitou o encontro para ouvir as expectativas da senadora para o futuro governo. Um dos nomes mais cotados atualmente para o Desenvolvimento Social é o do senador eleito Wellington Dias (PT), ex-governador do Piauí.

Ainda na conversa com Tebet, Gleisi perguntou o que a senadora acharia de ocupar o Ministério do Meio Ambiente.

A senadora, porém, vê com ressalvas ocupar a pasta do Meio Ambiente por avaliar que Marina Silva (Rede) é o nome preferencial para o cargo. Marina e Tebet fizeram campanha para Lula juntas no segundo turno. A emedebista diz a aliados que não gostaria de passar por cima da ex-ministra.

Marina ainda enfrenta algumas resistências para assumir a pasta, até mesmo dentro no PT —ela disputa o cargo com Izabella Teixeira. Já Tebet, embora sondada informalmente por Gleisi para ocupar o Meio Ambiente, é uma das representantes da bancada ruralista no Congresso e herdeira de fazendas no seu estado.

A pasta de Indústria e Comércio também teria sido citada de forma lateral no encontro.

Segundo aliados, Gleisi repassará a Lula o teor da conversa com Tebet e depois a própria senadora deverá se encontrar com o presidente eleito. O diálogo correu de maneira tranquila e fluída, de acordo com pessoas próximas a ambas. A presidente do PT tem atuado para nomear mulheres no ministério.

A senadora não conversa com Lula pessoalmente desde que ele foi eleito, em 30 de novembro. Ela também não esteve na diplomação do presidente eleito.

A senadora acabou em terceiro lugar na corrida presidencial, com 4,2% dos votos e se engajou na campanha de Lula durante o segundo turno. Petistas acreditam que ela contribuiu para a eleição do petista e por isso, Lula gostaria de contemplá-la no governo.

Nomeá-la a um ministério seria ainda uma forma de fazer jus à chamada frente ampla que Lula diz querer formar na sua gestão.

Ao próprio presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), o petista disse que apesar do apreço que tem por Tebet, a eventual nomeação dela não seria da cota pessoal dele, mas significaria um aceno ao partido.

Pessoas próximas à senadora, embora saibam da preferência pelo Ministério do Desenvolvimento Social, não descartam que ela tope assumir outra pasta. A decisão deve ser selada nesta semana, quando Lula anunciará uma série de ministros.

Aliados de outros partidos reclamam da demora de Lula em anunciar algumas pastas e resolver acordos políticos, mas acreditam que após a aprovação da PEC da Gastança, o processo será destravado.

Além de Tebet, o senador eleito Renan Filho (MDB-AL) é outro emedebista que pode compor o governo. Petistas, entre eles o próprio Fernando Haddad (PT-SP), futuro ministro da Fazenda, têm tentado convencê-lo a assumir o Planejamento.

Renan Filho, no entanto, rechaça essa possibilidade por avaliar que o Planejamento pode ser um ministério com pouco poder e visibilidade. Nesse contexto, ele também é citado como opção para comandar a pasta de Cidades.

Renan Filho chegou a ser cotado ainda para comandar o Ministério de Minas e Energia. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), porém, teria pedido que ele não fosse nomeado. O deputado e o senador eleito são rivais políticos em Alagoas.

Filho do senador eleito Renan Calheiros (MDB-AL), o emedebista apoiou Lula durante a campanha.

O MDB também solicitou um ministério para contemplar a bancada da Câmara. O deputado José Priante (MDB-PA) é citado como o nome que representaria os pares em um ministério do futuro governo. Atualmente, ele também é citado como opção para comandar Cidades.

O governo Lula terá 37 ministérios. O presidente eleito já bateu o martelo sobre algumas pastas, entre elas Defesa (José Múcio Monteiro), Fazenda (Fernando Haddad), Casa Civil (Rui Costa), Itamaraty (Mauro Vieira), Cultura (Margareth Menezes), Educação (Camilo Santana), Advocacia-Geral da União (Jorge Messias) e Controladoria Geral da União (Vinícius Marques de Carvalho).

Aloizio Mercadante foi escolhido para chefiar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social). É esperado que Lula anuncie esta semana o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) para o comando da SRI (Secretaria de Relações Institucionais).

O deputado Márcio Macedo (PT-SP) ganhou força para chefiar a Secretaria-Geral, que fica no Palácio do Planalto.

Esther Dweck, que participou do grupo de transição do Planejamento, é a mais cotada para chefiar o Ministério da Gestão, que será criado.

Entre outras pastas, a presidente do PC do B, Luciana Santos, passou a ser cotada para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Nessa configuração, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB-SP) poderia assumir a pasta de Portos e Aeroportos.

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