Ministro da Agricultura volta ao Senado para fortalecer candidatura de Pacheco

Lula afirmou ao presidente da Casa que orientou sua equipe a comparecer ao pleito

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Brasília

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD-MT), vai reassumir o mandato no Senado provisoriamente na próxima quarta-feira (1º) para garantir o voto ao aliado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tenta a reeleição.

A primeira suplente de Fávaro, Margareth Buzetti (PSD-MT), só trocou o PP —partido que deu sustentação a Jair Bolsonaro (PL)— pelo PSD no mês passado, após pressão para que integrasse a base do novo governo.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, senador licenciado, durante cerimônia de posse - Gabriela Biló-2.jan.23/Folhapress

Apesar da apreensão em torno do nome de Buzetti, Fávaro tem defendido publicamente que os dois estão alinhados. "Ela pode ter as ideologias dela, mas tem que votar com o governo. E vai votar com o governo", disse à Folha em dezembro.

Para assumir o ministério, Fávaro também convenceu seu segundo suplente, José Lacerda (PSD-MT), a deixar o MDB. O filho de Lacerda, Irajá Lacerda, é o atual número dois do Ministério da Agricultura.

A eleição para a presidência do Senado foi um dos principais assuntos discutidos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Pacheco durante jantar na residência oficial do Senado, na quinta (26).

Segundo relatos, Lula afirmou a Pacheco que torce pela vitória dele e que orientou seus ministros a se licenciarem dos cargos para votarem na eleição que irá definir o novo comando da Casa.

Pacheco busca a reeleição no Senado e terá como adversário o ex-ministro de Bolsonaro Rogério Marinho (PL-RN). Embora Lula afirme publicamente que não irá interferir na disputa, petistas têm trabalhado pela reeleição do mineiro.

Quatro ministros de Lula foram eleitos para o Senado em outubro e já eram esperados para a votação da mesa diretora: Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Camilo Santana (Educação), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e Renan Filho (Transportes).

Segundo o regimento, os novos senadores têm até 90 dias para tomar posse após o início da legislatura. No entanto, é praxe que, mesmo os que vão se licenciar, assumam os mandatos no primeiro dia, antes da votação para o comando do Senado.

Fávaro está na metade do mandato e não precisaria participar da cerimônia de posse. Além de garantir o voto de Fávaro a Pacheco, o compromisso de Lula tem peso simbólico pela presença de cinco ministros de Estado no plenário do Senado.

Presidente Lula participou de jantar com o senador Rodrigo Pacheco, o líder do Governo no Senado, Jacques Wagner, e o ministro Alexandre Padilha na Residência Oficial do Senado
Jaques Wagner, Rodrigo Pacheco, Lula e Alexandre Padilha durante jantar na residência oficial do Senado, na quinta - Ricardo Stuckert-26.jan.23/Divulgação

De acordo com um aliado de Lula, o presidente também orientou seus ministros que são deputados federais a se licenciar dos cargos para participar das eleições da Câmara. O governo vai apoiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL).

Sete ministros de Lula são deputados federais: Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Daniela Carneiro (Turismo), Juscelino Filho (Comunicações), Luiz Marinho (Trabalho), Marina Silva (Meio Ambiente), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas).

Segundo relatos, Lula também conversou com Pacheco sobre o pacote para as melhorar contas públicas, que será enviado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e sobre o chamado pacote antigolpismo, elaborado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB).

Lula deu detalhes a Pacheco sobre a visita dele a Roraima para tratar da crise humanitária envolvendo o povo indígena yanomami, e sobre a viagem dele à Argentina e ao Uruguai. Padilha e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), também participaram do jantar.

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